Hipnose

Curso
Torne-se um hipnotista, saiba como a hipnose funciona com um dos maiores hipnotistas que existe.
Definição
Saiba o que é na realidade hipnose, como ela funciona e suas mais diversas aplicações.

Histórico
A hipnose não é algo novo, há muito tempo já é aplicada, porém com outro nomes.

Terapia
Como a hipnose pode ajudar a superar traumas. Aprenda um pouco sobre terapia por vidas passadas.

Processo Hipnótico
Teorias de como acontece a hipnose na mente.

Hipnotizando
Métodos e técnicas de hipnose. Como se hipnotizar e aprofundar o hipnotizado.

Transe
Níveis e características que podem ser identificados no hipnotizado.

Hipnotista
Quem são e como fazer para ser um.

Auto-Hipnose
Resolva seus problemas sem precisar de uma outra pessoa.

Freud
Nos seus trabalhos sobre histeria Freud usou diversas vezes hipnose. Um dos casos mais famosos é o de Anna. O.

Sonhos
Interprete seus sonhos. Aprenda a interpretar os sonhos.

Transe

Se a indefinição teórica da hipnose é evidente, isso não impede que a partir das observações práticas seu estudo não possa ser sistematizado. Alguns autores, levando em consideração a sintomatologia, reconhecem algumas características que permitem dividir o transe hipnótico em níveis diferenciados. Mas, a hipnose é um fenômeno que se explica e se produz, antes de mais nada, em função do hipnotizado, por isso é possível que as expectativas seja em muito variadas tanto para mais como para menos, a depender do indivíduo.

Normalmente, a indução do transe profundo exige de dez a vinte minutos, no entanto, em alguns casos pode chegar a uma hora de trabalho ininterrupto. Pelas reações da pessoa é que o hipnotista avalia a autenticidade e a profundidade do transe. Há pessoas que têm de ser treinadas, alcançando os níveis mais profundos no transcurso de várias sessões. Há os que quase instantaneamente entram em transe profundo.

A unanimidade, os autores concordam que dentre as mudanças fisiológicas que se produzem em conseqüência do nível do transe, figura geralmente uma baixa na pulsação, ocorrendo quedas mais ou menos acentuadas na pressão arterial. Ao iniciar-se o transe, costuma haver uma vaso-constrição, e a esta segue-se uma vaso-dilatação, que se vai prorrogando até o momento de acordar. Equivale a dizer que, no começo, a pressão pode subir um pouco, mas, à medida que o transe se aprofunda, tende a cair. Observa-se geralmente uma mudança na temperatura periférica: variação de calor na testa e no tórax e nas extremidades das mãos e dos pés. A pessoa bem hipnotizada caracteriza-se quase sempre pelas mãos e pés gelados e a testa e o tórax quente, conservando-se geralmente assim durante todo o transe. Não será preciso acentuar que essas mudanças fisiológicas durante a hipnose decorrem largamente das modificações que se produzem no estado emocional do indivíduo. As diferenças de reações nesse particular obedecem a fatores muito sutis, variam também de um indivíduo para outro.

A maioria dos autores ainda divide a hipnose em três estágios ou níveis: 1- hipnose ligeira. 2- hipnose média. 3- hipnose profunda e, genericamente, concordam que nesses níveis ocorrem as seguintes características:.

  • Hipnose ligeira, ou superficial: o hipnotizado tem plena consciência de tudo que acontece. Dará e terá, inclusive, a impressão de que nem sequer está hipnotizado. Porém, não sabe explicar porque seguiu corretamente as sugestões do hipnotista.
  • Hipnose média: a pessoa conserva uma lembrança parcial (quase total) do que se passou durante o transe. Não terá dúvida, porém, quanto ao estado de hipnose que experimentou.
  • Hipnose profunda, também chamada estado sonambúlico: costuma ocorrer, entre outras coisas, a amnésia pós-hipnótica. Ao acordar, declara não se recordar de nada do que se passou.

Outros autores são mais precisos quando dividem os níveis em números bem maiores. LIÉBEAULT acreditava em cinco níveis, BERNHEIM em nove, e, DAVIES e HUSBAND, apresentam uma escala com trinta níveis e suas características correspondentes. Le CRON e BORDEAUX apresenta uma escala considerada como a mais completa, dividem o estado hipnótico em seis fases e suas respectivas mudanças fisiológicas espontâneas que se produzem naturalmente durante o transe com cinqüenta diferentes características.

Com base no referencial teórico estudado, principalmente na escala de Le CRON e BORDEAUX e, em observações práticas, foi possível identificar uma seqüência de reações espontâneas e mudanças fisiológicas que ocorrem no hipnotizado durante o transe. Essas situações não são induzidas pelo hipnotista, surgem em conseqüência das fases de I a VI e da numeração de um a cinqüenta que indica o aprofundamento do transe hipnótico:

I - Insuscetível - Um a dois por cento dos candidatos, embora perfeitamente normais, isto é, não apresentam fatores de inibição ou resistência ao processo hipnótico, como exemplo: portadores de patologias psiquiátricas sérias, incompatibilidade com o hipnotista ou com o ambiente da sessão, etc., e, mesmo assim, também não apresentam reação de espécie alguma. É característica desses candidatos a ausência de toda e qualquer reação aos testes de suscetibilidade.

II - Hipnoidal - Noventa e oito por cento dos candidatos, quando submetidos à hipnose, mostram uma expressão de cansaço, freqüentemente tremores nas pálpebras e contrações espasmódicas nos cantos da boca e nas mãos. Não obstante os sintomas que apresentam, ainda não é considerado como um transe perfeito. São características dos diferentes níveis que podem surgir nesta fase:
1- tremor das pálpebras; 2- aparente sonolência; 3- fechamento dos olhos; 4- relaxamento físico; 5- relaxamento mental e físico; 6- membros pesados.

III - Transe ligeiro - Oitenta por cento dos candidatos, quando submetidos à hipnose, começam a sentir os membros pesados e finalmente todo o corpo pesado. Experimentam um estado de alheamento, embora conserve ainda plena consciência de tudo que se passa ao redor. Entre outros sintomas, apresenta-se no hipnotizado a catalepsia ocular, a catalepsia dos membros e a rigidez cataléptica, pouca inclinação a falar. Já não quer mover-se ou mudar de posição. O hipnotizado não tosse, mantém-se sério e imóvel, age como se não estivesse criticamente afetado pelo que acontece no ambiente e a respiração é mais lenta e mais profunda. Neste estágio, o hipnotizado obedecerá às sugestões mais simples, oferecendo, todavia, resistência às sugestões mais complicadas, quando retorna do transe diz que se lembra de tudo que aconteceu mas, declara sempre que, durante o transe, tentou mover-se em vão. São características dos diferentes níveis que podem surgir nesta fase:
7- catalepsia ocular; 8- catalepsia parcial dos membros; 9- inibição de pequenos grupos musculares; 10- respiração mais lenta e mais profunda; 11- lassidão acentuada (sem disposição para se mover, falar, pensar, agir); 12- contrações espasmódicas da boca e do maxilar durante a indução; 13- rapport entre hipnotizado e o hipnotista; 14- sugestões pós-hipnóticas simples; 15- contrações oculares ao despertar; 16- mudanças de personalidade; 17- sensação de peso no corpo inteiro; 18- sensação de alheamento parcial.

IV - Transe médio - Setenta por cento dos candidatos, quando submetidos à hipnose, embora conservem alguma consciência do que se passa, estão efetivamente hipnotizados. Já não oferecem resistência às sugestões, salvo quando estas contrariam seu código moral ou seus interesses vitais. Freqüentemente, nesta fase, o hipnotizado fica com os olhos entreabertos aparecendo a parte branca inferior da córnea. Nesta altura se produzem a catalepsia completa dos membros e do corpo, a amnésia parcial, alucinações motoras, alucinações positivas e negativas dos sentidos, a completa inibição muscular e alucinações cinestéticas. No transe médio já se conseguem efeitos analgésicos e mesmo anestésicos locais, razão por que é o estágio indicado para pequenas cirurgias. Nota-se ainda, uma hiperacuidade em relação às condições atmosféricas (elevada sensação de frio ou calor). São características dos diferentes níveis que podem surgir nesta fase:
19- o hipnotizado reconhece estar em transe, embora não o descreva; 20- inibição muscular completa; 21- amnésia parcial é mais acentuada, lembra-se de quase nada que ocorreu durante o transe; 22- glove anestesia (anestesia das mãos); 23- ilusões cinestéticas; 24- ilusões do gosto; 25- alucinações olfativas; 26- hiperacuidade das condições atmosféricas; 27- catalepsia geral dos membros e do corpo inteiro.

V - Transe profundo ou sonambúlico - Vinte a trinta por cento dos candidatos, quando submetidos à hipnose, permanecem com os olhos totalmente abertos mas, não aparece a íris (olhos brancos). Se os olhos não estiverem abertos, o hipnotista pode mandar o hipnotizado abrir, isso não vai afetar o transe. Abertos os olhos, podem estar brancos ou apresentam uma expressão impressionantemente fixa, estando as pupilas visivelmente dilatadas. Freqüentemente, nesta fase, o hipnotizado ainda que reaja com maior ou menor presteza às sugestões proferidas pelo hipnotista, sua aparência é a de quem está submerso num sono profundo. É o transe no sentido superlativo do termo. Neste estado, o hipnotizado aceita as sugestões pós-hipnóticas mais bizarras e o hipnotista pode assumir o controle de suas funções orgânicas, influindo por meio de sugestões no ritmo das pulsações cardíacas, alterando a pressão arterial, os processos metabólicos, etc. A regressão de idade, as alucinações visuais e auditivas, negativas e positivas, pós-hipnóticas são outros tantos atributos do transe sonambúlico. A isso pode ser acrescentado a anestesia e, o que é mais importante, a anestesia pós-hipnótica. Os indivíduos submetidos ao transe profundo podem ser anestesiados pós-hipnoticamente. O hipnotista, indicando a região a ser anestesiada, determina as condições específicas como o dia, a hora ou local, quando a anestesia deve produzir efeito. Assim poderá ser submetido à intervenção médica-odontológica, independentemente de novo transe e na ausência do hipnotista. A anestesia hipnótica completa, além de ser um dos fenômenos clinicamente importante, é uma das provas mais convincentes do transe profundo. São características dos diferentes níveis que podem surgir nesta fase:
28- se, de início os olhos não estiverem brancos, o hipnotizado pode abrir os olhos sem afetar o transe; 29- olhar fixo, esgazeado e pupilas dilatadas; 30- sonambulismo, comporta-se como um sonâmbulo; 31- amnésia completa; 32- amnésia pós-hipnótica sistematizada; 33- anestesia completa; 34- anestesia pós-hipnótica; 35- sugestões pós-hipnóticas bizarras; 36- movimentos descontrolados do globo ocular; 37- sensações de leveza, estar flutuando, inchando e alheamento total a tudo que ocorre no ambiente; 38- rigidez e inibição nos movimentos 39- sensação do desaparecimento e a aproximação da voz do hipnotista; 40- controle das funções orgânicas, pulsação, pressão, digestão, ritmo da respiração, resfriamento de parte ou do corpo todo por sugestão; 41 lembrar coisas esquecidas; 42- regressão de idade com absoluta precisão de lembranças de fatos mesmo que ocorridos na fase mais infantil; 43- alucinações visuais e auditivas positivas pós-hipnóticas; 44- alucinações visuais e auditivas negativas pós-hipnóticas; 45- estimulação de sonhos durante o transe ou pós, no sono normal; 46- estimulação de hiperestesias; 47- hiper sensações olfativas, aromáticas e odores.

VI - Transe pleno - Cinco a dez por cento dos candidatos, quando submetidos à hipnose, permanecem com os olhos brancos, boca seca e entreaberta, podem apresentar movimentos descontrolados do globo ocular, um olho move para cima e o outro para baixo, ou ainda, um olho para um lado e o outro em sentido contrário. Apresentam ausência total de reação mesmo quando submetidos a fortes estímulos dos sentidos convencionais como tato, audição, visão e olfato. No entanto, o hipnotizado está profundamente ligado e pronto para executar as sugestões do hipnotista. Pode ocorrer a somatização das sugestões. Encostando-se um objeto frio na pele do hipnotizado e dizendo ser uma brasa, aparece a bolha como se fosse provocada por uma queimadura. É possível sugerir-se ao hipnotizado, ou pode surgir naturalmente sem sugestão específica, o estado de sonambulismo. São características dos níveis que podem surgir nesta fase:
48- inibição de todas as atividades espontâneas, alguns hipnotizados apresentam movimentos descontrolados do globo ocular; 49- somatização das sugestões; 50- ocorrência de fenômenos extra-sensoriais como telecinesia, hiperestesia, clarividência.

Salvo em casos nos quais as mudanças fisiológicas ou as reações indicadas sejam produzidas por efeito de sugestão direta ou indiretamente veiculada pelo hipnotista, estas mudanças devem aparecer de forma espontâneas e correspondem a cada nível de aprofundamento do transe atingido pelo hipnotizado. Mas, dentro desse esquema, tem de se levar em conta as variantes das reações individuais, em alguns casos, características do transe profundo podem apresentar-se em certas pessoas já no transe médio e, até mesmo, no transe ligeiro, ou até não se apresentarem em outras pessoas.

Todo material contido nesta página está protegido pela Lei de Direitos Autorais.
© Copyright 2000 Adonai Estrela Medrado, Antonio Almeida Carreiro e Yve West Sudré