Hipnose |
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Auto-Hipnose O uso da sugestão hipnótica em benefício próprio dá lugar ao conceito conhecido como auto-sugestão ou auto-hipnose, muito difundida na Europa e que entrou em moda nos Estados Unidos durante a década de vinte. BAUDOUIN e PIERCE, entre outros, escreveram sobre o assunto, mas se deve a Emile COUÉ a sistematização desse processo. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que fundamentam sua aplicação e desenvolveu frases como: "Todos os dias, de todas as formas, eu estou melhorando cada vez mais". Esta frase destinada a ser repetida todas às noites, antes de dormir, faz parte do célebre método que ele chamou de "Domínio de si mesmo pela auto-sugestão consciente". Ele recomendava que as pessoas repetissem frases construtivas, momentos antes de adormecerem. Suas idéias e frases estão, invariavelmente, escritas nos livros de auto-ajuda. Pela auto-hipnose se explica a anestesia dos mártires, que se submetiam às maiores torturas sem dar o menor sinal de sofrimento. Os sacerdotes de Caem recorriam à hipnose em massa para abrandar os descontentamentos coletivos. Na Índia, santos e faquires produziam estado de transe hipnótico para suportarem sofrimentos físicos sem aparentar sentir dor. Dentre os hindus, mongóis, persas, chineses e tibetanos, a hipnose vem sendo exercida, há milênios, em meio a rituais religiosos e, é fácil observar que assim ainda prosseguem na atualidade, a hipnose e a religião estão sempre próximas, quando não juntas. Nos ritos religiosos atuais está sendo largamente utilizada e até, propositadamente, institucionalizada. A tese de COUÉ demostra, com precisão, o antagonismo existente entre a "força imaginativa e a força de vontade". Esta força que ele chamou de "o nosso segundo eu" pertence ao indivíduo e encontra-se escondida no inconsciente de cada um. Depois que se toma conhecimento dessa força, só resta fazer uso dela para promover a própria cura e bem-estar. Para ele, as forças curativas estão no âmago de cada indivíduo. A originalidade de seu método consistiu em apelar para a auto-sugestão, exercida de forma clara e sistemática. A partir de seus estudos, estabeleceu um certo número de regras e exercícios, dos quais organizou um sistema que permite a qualquer um persuadir-se de que está passando bem, de que pode resistir ao mal e curar-se. Explicando sua lei da inversão dos efeitos, COUÉ afirmou que, se a pessoa pensar "eu devia gostar de fazer isto, mas não consigo" (um pensamento negativo), quanto mais se esforça, menos conseguirá. Semelhante a este princípio é o efeito de usar a palavra "tentar" com relação a alguma coisa. Dizer "tentarei" implica dúvida, e isto é como se a pessoa ficasse na tentativa do fracasso. A tentativa de realizar algo deve ser encarada de forma positiva. Deve ser dito vamos fazer, não somente tentar. Como exemplo da lei da inversão do efeito, descreve COUÉ:
A teoria de COUÉ é publicada em 1940 e traduzida em 1956 para o português com o título de "Auto-sugestão consciente - Que digo e que faço - O domínio de si mesmo". A partir daí, finalmente a hipnose sai do domínio das aplicações religiosas ou terapêuticas e revela-se para as possibilidades da auto-ajuda com aplicações na solução dos vários problemas humanos. Até então, era praticada por religiosos ou médicos, sem contudo, nem a religião nem a medicina admitirem a hipnose como científica.
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