Hipnose

Curso
Torne-se um hipnotista, saiba como a hipnose funciona com um dos maiores hipnotistas que existe.
Definição
Saiba o que é na realidade hipnose, como ela funciona e suas mais diversas aplicações.

Histórico
A hipnose não é algo novo, há muito tempo já é aplicada, porém com outro nomes.

Terapia
Como a hipnose pode ajudar a superar traumas. Aprenda um pouco sobre terapia por vidas passadas.

Processo Hipnótico
Teorias de como acontece a hipnose na mente.

Hipnotizando
Métodos e técnicas de hipnose. Como se hipnotizar e aprofundar o hipnotizado.

Transe
Níveis e características que podem ser identificados no hipnotizado.

Hipnotista
Quem são e como fazer para ser um.

Auto-Hipnose
Resolva seus problemas sem precisar de uma outra pessoa.

Freud
Nos seus trabalhos sobre histeria Freud usou diversas vezes hipnose. Um dos casos mais famosos é o de Anna. O.

Sonhos
Interprete seus sonhos. Aprenda a interpretar os sonhos.

Auto-Hipnose

O uso da sugestão hipnótica em benefício próprio dá lugar ao conceito conhecido como auto-sugestão ou auto-hipnose, muito difundida na Europa e que entrou em moda nos Estados Unidos durante a década de vinte. BAUDOUIN e PIERCE, entre outros, escreveram sobre o assunto, mas se deve a Emile COUÉ a sistematização desse processo. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que fundamentam sua aplicação e desenvolveu frases como: "Todos os dias, de todas as formas, eu estou melhorando cada vez mais". Esta frase destinada a ser repetida todas às noites, antes de dormir, faz parte do célebre método que ele chamou de "Domínio de si mesmo pela auto-sugestão consciente". Ele recomendava que as pessoas repetissem frases construtivas, momentos antes de adormecerem. Suas idéias e frases estão, invariavelmente, escritas nos livros de auto-ajuda.

Pela auto-hipnose se explica a anestesia dos mártires, que se submetiam às maiores torturas sem dar o menor sinal de sofrimento. Os sacerdotes de Caem recorriam à hipnose em massa para abrandar os descontentamentos coletivos. Na Índia, santos e faquires produziam estado de transe hipnótico para suportarem sofrimentos físicos sem aparentar sentir dor. Dentre os hindus, mongóis, persas, chineses e tibetanos, a hipnose vem sendo exercida, há milênios, em meio a rituais religiosos e, é fácil observar que assim ainda prosseguem na atualidade, a hipnose e a religião estão sempre próximas, quando não juntas. Nos ritos religiosos atuais está sendo largamente utilizada e até, propositadamente, institucionalizada.

A tese de COUÉ demostra, com precisão, o antagonismo existente entre a "força imaginativa e a força de vontade". Esta força que ele chamou de "o nosso segundo eu" pertence ao indivíduo e encontra-se escondida no inconsciente de cada um. Depois que se toma conhecimento dessa força, só resta fazer uso dela para promover a própria cura e bem-estar. Para ele, as forças curativas estão no âmago de cada indivíduo. A originalidade de seu método consistiu em apelar para a auto-sugestão, exercida de forma clara e sistemática. A partir de seus estudos, estabeleceu um certo número de regras e exercícios, dos quais organizou um sistema que permite a qualquer um persuadir-se de que está passando bem, de que pode resistir ao mal e curar-se.

Explicando sua lei da inversão dos efeitos, COUÉ afirmou que, se a pessoa pensar "eu devia gostar de fazer isto, mas não consigo" (um pensamento negativo), quanto mais se esforça, menos conseguirá. Semelhante a este princípio é o efeito de usar a palavra "tentar" com relação a alguma coisa. Dizer "tentarei" implica dúvida, e isto é como se a pessoa ficasse na tentativa do fracasso. A tentativa de realizar algo deve ser encarada de forma positiva. Deve ser dito vamos fazer, não somente tentar. Como exemplo da lei da inversão do efeito, descreve COUÉ:


Se alguém colocasse no chão uma tábua com dez metros de comprimento por vinte e cinco centímetros de largura, caminharia sobre ela até de olhos fechados. Se a colocasse entre duas cadeiras, a um metro do chão, ainda assim não teria dificuldades em andar de uma ponta a outra, seria, neste caso, apenas necessário um pouco mais de cautela. Agora experimente estendê-la entre dois edifícios de dez andares e tente andar sobre a tábua. O medo e a dúvida se insinuariam e a lei da inversão do efeito tomaria conta. É provável que a pessoa despencasse lá de cima ou nem se aventurasse a atravessá-la (COUÉ).


Outro exemplo comum lembrado por COUÉ, que também explica o modo como esta lei atua, é o caso do indivíduo com problema de insônia quando se deita com o pensamento de que não conseguirá dormir (uma sugestão negativa):


Uma pessoa supondo que não conseguirá dormir, tenta e quanto mais se esforça para adormecer, mais acordado fica. Quando pára de tentar algum tempo depois, totalmente esgotado, e começa a pensar em outra coisa, pega no sono em questão de minutos (COUÉ).


E, cita como mais um exemplo desta lei:


Uma pessoa que está aprendendo a andar de bicicleta e ainda não se equilibra direito vê uma árvore à sua frente. Surgem as dúvidas, e ela tem a certeza de que se chocará com a árvore, enquanto procura desesperadamente evitá-la vai, fatalmente, de encontro (COUÉ).


COUÉ fez ainda a sábia observação: "Quando a imaginação e a vontade estão em conflito, a imaginação sempre vence" Isto significa, para Leslie M. LeCRON, que "o inconsciente sempre derrotará o consciente na disputa".

A teoria de COUÉ é publicada em 1940 e traduzida em 1956 para o português com o título de "Auto-sugestão consciente - Que digo e que faço - O domínio de si mesmo". A partir daí, finalmente a hipnose sai do domínio das aplicações religiosas ou terapêuticas e revela-se para as possibilidades da auto-ajuda com aplicações na solução dos vários problemas humanos. Até então, era praticada por religiosos ou médicos, sem contudo, nem a religião nem a medicina admitirem a hipnose como científica.


Os europeus aplicaram suas teorias e as consideraram de grande valor mas, quando COUÉ fez uma série de conferências nos Estados Unidos, em 1950, jornalistas céticos o ridicularizaram e escarneceram de suas idéias, de modo que sua excursão fracassou. COUÉ não merecia ser tratado com tamanho desprezo, mas o futuro lhe reservou a recompensa, pois até hoje suas idéias representam a base da auto-sugestão.

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