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Centro de Recuperação
Coronel Edson Ferrarini
 Site não oficial.
Dedicado à este que tem salvo muitas vidas do sofrimento
DINEI, do sonho a realidade
MATÉRIA PUBLICADA
Por: Leila Greco - Revista Droga e Família - Ano 1 - nº 4
Publicação Bimestral - nas bancas.
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O esporte mantém os jovens longe das drogas
A partida de futebol não teve nada de especial, foi apenas mais uma das muitas marcadas no calendário do campeonato estadual do Paraná.
 Mas aquele 11 de agosto de 1996 ficou marcado para sempre na vida do jogador Dinei, uma promessa de sucesso no Coritiba.
Dinei:"Na época, eu ainda era um usuário esporádico e fiz a bobagem de cheirar a droga numa festa, alguns dias antes do jogo."
D&F:Ao entrar no vestiário, no fim do jogo contra o juventude, Dinei foi sorteado para fazer o exame de antidoping, uma rotina na vida
dos atletas profissionais. Desta vez, porém, o jogador foi colher amostra de sangue para análise bastante preocupado. O resultado mostrou exatamente o que ele temia e ninguém do clube imaginava: resíduos de cocaína.
Enquanto alguns esportistas modelam o corpo com altas doses de anabolizantes, outros recorre a vários tipos
de drogas, como cocaína, maconha e álcool para driblar o estresse causado pela fama e pelo desgaste físico ou até mesmo para se sentirem poderosos e desinibidos diante de amigos
e dos fãs. Jovem em início de carreira, sentindo pela primeira vez o gosto do dinheiro, Dinei confessa que começou a usar cocaína por curiosidade mesmo:
"Na época, eu ainda era um usuário esporádico e fiz a bobagem de cheirar a droga numa festa, alguns dias antes do jogo", conta dinei.
Suspenso do clube por seis meses, Dinei sentiu rapidamente as consequências desastrosas do seu ato impensado. Abandonado pelos colegas, técnico e dirigente do Corotiba, viu as pessoas
pessoas que considerava amigas se afastarem, restando apenas o apoio da família. "Foi como se o mundo desabasse sob o smeus pés e aí percebi o tamanho da encrenca em eu tinha me metido", relembra. " A única pessoa ligada ao futebol que me deu apoio e, por incrível que pareça
nem me conhecia pessoalmente, foi o professor Wanderley Luxemburgo", afirma o jogador.
As palavras de conforto de Luxemburgo transforam-se na chama de esperança para Dinei retornar ao futebol. Na verdade, o técnico da Seleção Brasileira, na época responsável pela seleção do Santos, não ofereceu mais do que solidariedade ao jogador. Mas foi o suficiente para Dinei
acreditar em seu talento, admitir seu erro e iniciar a batalha da recuperação.
A partir daquele momento, Dinei resolveu iniciar um terapia para livrar-se definitivamente das drogas e dedicou-se com tanta determinação que, em dois meses, antes mesmo do término de sua suspensão de 240 dias, já estava de volta aos campos de futebol, como novo contratado co Guarani
e no começo deste ano chegou ao Corinthians.
No Centro de Recuperação dirigido pelo Coronel Edson Ferrarini, no bairro do jabaquara, em São Paulo, o jogador encontrou pessoas
em situações semelhantes à sua e muitas até piores. "Os relatos de experiências terríveis que haviam passado, seus avanços e recuos diante das drogas eram exemplos de vida", lembra Dinei.
"Então percebi que não era muito diferente daquelas pessoas, não era a pior do mundo e que elas estavam dispostas a
me ouvir e me ajudar".
Hoje, totalmente re cuperado, Dinei denonstra sua gratidão ao trabalho daquela comunidade fazendo palestras educativas todas as noites de quinta-feira. "Só não vou mesmo quando estou em concentração pelo clube, senão o técnico me suspende de novo", brinca.
Católico praticante, Dinei acredita na força da fé e união da família com grandes aliadas na recuperação de um dependente de drogas. "Mas o mais importante é a determinação de cada um", observa. "Sem isso, nenhum tratamento terá sucesso".
Esporte é saúde
No Guarani como no Corinthians, Dinei foi recebido com respeito e logo conquistou amizade dos companheiros, principalmente de Marcelinho Carioca,
que també desenvolve um trabalho de certo modo realcionado à prevenção contra o uso de drogas, junto as crianças carentes. "Acreditamos que prática esportiva é a melhor maneira de manter os
jovens afastados das más companhias e, consequentemente, das drogas, por isso ofereço bolsas para menores carentes em uma das seis escolas que mantenho em São Paulo", conta o craque do Corinthians. Nas unidades da rede EBM - Escolinha de Bola do Marcelinho -, além
das aulas de futebol e de educação física, as crianças recebem noções de saúde e higiene, aprendendo desde cedo como cuidar do corpo. Hoje, são mais de 3 mil alunos, entre pagantes e bolsistas, que estão longe das ruas.
Segundo Marcelinho que se considera um atleta de Cristo e acredita que a fé em Jesus é a solução para os
problemas dos homens, todos devem ter humildade para reconhecer seus erros e coragem suficiente para pedir ajuda.
"Nada é impossível para Jesus, mas a recuperação de um dependente de drogas fica mais fácil se ele conta com o apoio
da família e buscar com fé o caminho da vida correta", ensina Marcelinho. " O Dinei é um exemplo claro disso, basta ouvir suas palavras e observar sua conduta, seja aqui no clube ou em qualquer lugar que ele esteja".
Em defesa da vida
A presença do jogador Dinei nas noites de quinta-feira no Centro de Recuperação Coronel Edson Ferrarini é uma alegria para as cerca de 300 pessoas
que frequentam o local em busca de ajuda para sair do mundo das drogas.
Profissional admirado pelos torcedores e respeitado pelo técnico Wanderley Luxemburgo, Dinei é um exemplo de recuperação e um estímulo para quem busca forças para sair do inferno das drogas.
"A presença do Dinei é uma motivação a mais para aqueles jovens", observa o Coronel Ferrarini. "Mas acima de tudo é um estímulo para ele próprio, é ali que ele encontra energia, força para continuar longe do vício". Deputado estadual, advogado e psicólogo clínico, o Coronel Ferrarini afirma que
dependência da drogas é incurável, mas pode ser controlada quando existe uma grande motivação interior, como aconteceu com o jogador Dinei.
"Voltar ao Centro ou frequentar qualquer comunidade de apoio a dependentes depois de sair da fase crítica é como recarregar a bateria para não deixar o carro falhar e parar de vez", explica o Coronel. "Nesse sentido, posso dizer que o Dinei é exemplar".
"Se você quer permanecer do vício o problema é seu, mas se quer sair o problema é nosso."
Este é o lema da associação presidida pelo Coronel Edson Ferrarini, fundada em junho de 1979 e que tem sede no bairro do Jabaquara, em São Paulo. Em um salão em frente a Igreja de São Judas,
todas as terças e quintas-feira, infalivelmente, o Coronel recebe dezenas de dependentes que lutam pela recuperação.
Além do trabalho no Centro, o Coronel Edson Ferrarini. como deputado, desenvolve ações de combate ao tráfico de drogas no estado de São Paulo e já escreveu vários livros de prevenção ao uso de drogas que são distribuídos
para alunos das escolas públicas.
MAIORES INFORMAÇÕES:
Tel(011) - 886-6789 - Gabinete do Deputado Edson Ferrarini - Na Assembleia Legislativa de São Paulo.
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