Fonte e publicação:
Com apoio de:
- Ministério da Saúde
Coordenação Nacional de DST e Aids
Coordenação de Saúde Mental
Programa das Nações Unidas para o Controle Internacional de
Drogas
CONCEITO
ENCARTE DO BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO DE AIDS
ANO X - Nº 01
Apresentação
Dos 94.997 casos de Aids notificados ao
Ministério da Saúde no período de 1980 a 30/11/96, 19.712 destes referem-se à
contaminação através do uso de drogas injetáveis. Isto significa cerca de 21% do total
das ocorrências. Por falta de dados nacionais, não dispomos do número de
contaminações por outros agentes de doenças que também são transmitidas desta forma.
Temos indicações, no entanto, que estes contágios são igualmente preocupantes. Com
relação à transmissão do HIV entre usuários de drogas, os números são crescentes,
sendo esta a via de transmissão responsável pela alteração contínua do perfil da
epidemia.
Adicionalmente, podemos acrescentar que
a rápida expansão do uso de drogas, como o crack, em suas associações com a
prostituição e a violência, constitui-se em fator adicional de vulnerabilidade das
pessoas em relação às doenças sexualmente transmissíveis e à AIDS.
Para tratar deste desafio, o Programa
Nacional DST/AIDS - MS, em associação com organismos como o Programa das Nações Unidas
para Controle Internacional das Drogas - UNDCP - implementa um projeto para fomentar
ações de prevenção ao uso indevido de drogas e à contaminação por doenças
sexualmente transmissíveis entre a população em geral. Entre os usuários de drogas
injetáveis, o Projeto objetiva reduzir a transmissão do HIV e de outros agentes de
doenças de transmissão sangüínea.
Para atingir seus objetivos, o Projeto
de Drogas financia seis linhas diversas de trabalho. Estas abarcam a pesquisa, o
treinamento de pessoal, o tratamento, a reiserção social de dependentes químicos e a
promoção de atividades de prevenção de contaminações entre os usuários de drogas
injetáveis, dentre outros. As parcerias que se estabelecem para o desenvolvimento dos
projetos estão ligadas a universidades, a secretarias de educação, saúde e de justiça
e a organizações da sociedade civil.
Dentre os projetos, aqueles que
empregam a estratégia de redução de danos para o controle das contaminações entre
usuários de drogas injetáveis têm apresentado as maiores resistências. Mais conhecidos
como os projetos de "distribuição de seringas", são eles que, na sua
incompreensão, suscitam reações que, em absoluto, justificam-se. Cabe a todos nós,
profissionais de saúde/educação ou simplesmente cidadãos, aceitar os desafios de sua
implantação como medida efetiva na área da saúde pública.
Neste primeiro boletim, apresentamos um
panorama de 29 dos 52 subprojetos que deverão ser financiados pelo Projeto. Esperamos com
esta divulgação facilitar a troca de informações e a colaboração entre os projetos e
outros interessados.
Abrimos esta primeira edição com um
vibrante artigo do presidente do Conselho Federal de Entorpecentes, Dr. Luiz Matias Flach,
que levanta questões técnicas, jurídicas e éticas de suma importância.
SAÚDE E AIDS
O valor saúde pressupõe medidas
preventivas em relação às doenças. Como bem da vida fundamental, harmonizam-se nela os
interesses individual e social. Cabe ao estado impedir que as doenças se propaguem,
evitando o aniquilamento do indivíduo e o prejuízo do corpo social, pois a saúde de
seus componentes é condição indispensável para o bem-estar geral e o progresso moral e
material.
As intervenções do Estado em matéria
de higiene e saúde pública, todavia, muitas vezes suscitaram polêmicas e
incompreensões, mesmo que eficazes na redução do risco da doença e no enfrentamento de
epidemias. Recordem-se as reações, no início do século, à obrigatoriedade da vacina
contra a varíola e estratégias para controlar a peste bubônica.
Em um momento de singular
movimentação em favor dos direitos humanos, poder-se-ia esperar que o enfrentamento da
grave epidemia da AIDS seria baseado na solidariedade, com medidas de saúde voltadas à
redução do risco da infecção. Mas não é o que se vê. Apesar dos esforços das
autoridades competentes, o Brasil atrasa-se na matéria em razão de pressões oriundas de
setores que, mais uma vez, atribuem a responsabilidade da doença aos doentes por
comportamentos considerados indevidos e de risco, propugnando a atuação do sistema
jurídico-punitivo como medida profilática.
Não há como desconhecer a realidade
brasileira que evidencia a grave relação do uso de drogas injetáveis e o compartilhar
de seringas com a disseminação da infeção pelo vírus HIV/AIDS. Dentro deste quadro,
deliberou o Conselho Federal de Entorpecentes (CONFEN), em 1994, aprovar integralmente
projeto de Controle de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS, elaborado pelo
Programa Nacional de Controle de DST/AIDS, do Ministério da Saúde, no qual consta como
subprojeto, a troca de seringas descartáveis aos usuários de drogas injetáveis.
Considerou o CONFEN, atentando para a
realidade epidemiológica nacional, que tem o usuário de drogas injetáveis como vetor
importante de transmissão do HIV, com a posterior contaminação de mulheres por via
sexual e a transmissão perinatal, ser urgente a adoção de medidas de redução de danos
como a aventada troca de seringas, dentro de uma política maior, com controle e
avaliação. Também entendeu o CONFEN, inexistir transgressão a qualquer dispositivo da
Lei nº 6.368/76 (legislação central de drogas no Brasil), evidentemente muito anterior
ao advento da AIDS.
Mesmo assim, há quem suscite óbices
aos programas de saúde de redução de danos, porque infringiriam genéricas
disposições da citada Lei nº 6.368/76.
Entendo de forma diversa. Caso não
alcançada a devida interpretação da Lei nº 6.368/76, em atenção aos atuais tempo e
necessidades, basta atentar para as expressas regras de vigente Constituição Federal,
que possuem supralegalidade, onde o direito à saúde, direito subjetivo público,
oponível ao Estado, é assegurado: "É direito social a saúde" (art. 6º);
"É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
cuidar da saúde" (art. 23, II);" "A saúde é direito de todos e dever do
Estado" (art. 196).
O
direito à saúde, proclamado constitucionalmente, significa a adoção das necessárias
medidas de prevenção da doença, ainda mais quando executadas pelas autoridades
sanitárias competentes.
Dr. Luiz Matias Flach
Presidente do Conselho Federal de
Entorpecentes
A POLÍTICA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE PARA O
CONTROLE DA TRANSMISSÃO DA AIDS E DE OUTRAS DOENÇAS DE TRANSMISSÃO PARENTERAL ATRAVÉS
DO USO INDEVIDO DE DROGAS: ESTRATÉGIAS E SEUS EXECUTORES
O Programa Nacional de Doenças
Sexualmente Transmissíveis e AIDS - PN DST/AIDS, frente à disseminação da infecção
pelo vírus da imunodeficiência humana e de outros agentes de doenças de transmissão
por via sangüínea, dispõe de um projeto específico para fomentar ações de controle
junto a seus parceiros nos estados e municípios brasileiros.
Este projeto, conhecido como Projeto de
Drogas, trabalha articulado com outros projetos dentro do próprio Ministério,
destacadamente a Coordenação de Saúde Mental. A parceria interministerial estabelece
linhas de trabalho com o Conselho Federal de Entorpecentes - CONFEN/MJ e com o Ministério
de Educação. Nos estados e municípios, tem uma ampla rede de articulações com
instituições públicas e com organizações da sociedade civil. Estes trabalhos
conjuntos viabilizam os projetos que se destinam a diferentes públicos-alvo.
O Projeto implementa a política e as
respectivas estratégias de governo para o controle das contaminações que podem ocorrer
pelo uso indevido de drogas. As ações do Projeto estão concentradas em 10 estados
prioritários e os critérios para a definição dos escolhidos foram baseados na
situação epidemiológica na região e capacidade gerencial-admistrativa instalada. Os
estados são: RS, SC, PR, SP, RJ, MT, MS, DF, CE e BA. Há, contudo, projetos que estão
acontecendo fora destes 10 estados.
O Projeto tem o apoio político e
financeiro da Organização das Nações Unidas, através do Programa das Nações Unidas
Para o Controle Internacional de Drogas, o UNDCP. O montante envolvido é de cerca de dez
milhões de dólares, com cerca de 80% deste recurso proveniente do Tesouro Nacional, para
um período de 3 anos.
O Projeto tem dois grandes objetivos:
1 - prevenir o abuso de drogas e a
transmissão do HIV (o vírus transmissor da SIDA/AIDS) entre a população em geral,
com ênfase nos grupos de comportamento de risco;
2 - reduzir ou estabilizar a
transmissão do HIV e de outras Doenças Sexualmente Transmissíveis - DST - entre
usuários de drogas injetáveis.
Para a consecução destes objetivos,
existem linhas de financiamento que facilitam o desenvolvimento de projetos provenientes
de organizações de governo ou da sociedade civil, como as organizações não-
governamentais. Existem seis linhas de execução nas quais os projetos podem
enquadrar-se:
1) Projeto Escolas
Trabalho articulado com as
secretarias de educação e de saúde que permite a promoção de atividades preventivas
ao abuso de drogas e à contaminação pelas doenças sexualmente transmissíveis. As
secretarias de educação selecionam as escolas que irão ser primeiramente abordadas,
dentre escolas de primeiro e segundo graus da rede pública de educação.
O método utilizado consiste na
capacitação de professores (multiplicadores) e alunos (monitores) utilizando-se a
metodologia de multiplicação em pares. Os professores são capacitados através de
oficinas e de dinâmicas, proporcionando subsídios para a identificar, entre seus alunos,
aqueles que serão capacitados - os monitores. Estes alunos irão trabalhar com a
prevenção junto a seus colegas de escola, discutindo com seus companheiros os
conhecimentos adquiridos sobre a sexualidade, as drogas e as doenças sexualmente
transmissíveis. Abordarão também outras formas de prevenção a possíveis efeitos
indesejados que podem acontecer neste campo, por exemplo: a gravidez, o uso abusivo de
drogas, a violência ou a contaminação por uma doença sexualmente transmissível,
incluindo a AIDS.
Foram selecionadas 1.009 escolas em 10
capitais brasileiras, capacitando 5.040 professores e 30.270 alunos como multiplicadores e
monitores respectivamente. Os projetos tiveram início em períodos diferenciados, como
mostra a tabela a seguir:
Tabela 1 - Relação
de Escolas por Estado:
Estado |
Quantidade
de Escolas |
Quantidade
de Professores Previstos para Capacitação |
Quantidade
de Alunos Previstos para Capacitação |
Data
de Liberação da Primeira Parcela de Financiamento |
Distrito Federal |
19 |
95 |
570 |
05/96 |
Mato Grosso |
22 |
110 |
660 |
11/96 |
Bahia |
38 |
190 |
1.140 |
03/96 |
Paraná |
32 |
160 |
960 |
02/96 |
São Paulo |
460 |
2.300 |
13.800 |
06/96 |
Santa Catarina |
38 |
190 |
1.140 |
02/96 |
Rio Grande do Sul |
31 |
155 |
930 |
em tramitação |
Rio de Janeiro |
312 |
1.560 |
9.360 |
04/96 |
Ceará |
40 |
200 |
1.200 |
02/96 |
Mato Grosso do Sul |
17 |
85 |
510 |
11/96 |
TOTAL |
1.009 |
5.040 |
30.270 |
|
Constituem-se parceiros neste
sub-projeto as seguintes Secretarias:
Secretaria Estadual de Saúde Pública - PR
Rua engenheiro Rebouças, 1707
Rebouças - 80230-040
Curitiba - PR
Tel: (041) 224-7135 Fax: (0410 225-5515
Responsável pelo projeto: Mário Sérgio Michalizen
Fundação Educacional - DF
SGAN 607 - Projeção D
70.850-070
Brasília - DF
Tel: (061) 348-5404 Fax: (061) 348-5247
Responsável pelo projeto: Maria José Bonfim Lopez
Secretaria Estadual de Saúde - MT
Rua Pedro Celestino, 26
Centro 78.005-580
Cuiabá - MT
Tel: (065) 32-1993 Fax: (065) 644-2299
Responsável pelo projeto: Arnaldo Borges Filho
Secretaria Estadual de Saúde - MS
Parque dos Poderes, s/nº, bloco VII
79.031-902
Campo Grande - MS
Tel: (067) 726-4077 r.263 Fax (067) 726-4713
Responsável pelo projeto: Aide de Souza Campagna
Secretaria Estadual de Saúde - RJ
Rua México, 128, sala 406
20.031-142
Rio de Janeiro - RJ
Tel: (021) 240-2771 Fax: (021) 262-1824
Responsável pelo projeto: Fátima Rocha
Secretaria Estadual de Saúde - SC
Rua Esteves Júnior, 160 - ED. Harley - 7º andar
88 010-002
Florianópolis - SC
Tel: (048) 222-9407 Fax: (048) 223-2077
Responsável pelo projeto: Maria Terezinha Z. Goulart
Secretaria Estadual de Educação - BA
Av. 5, nº 55, 1º andar, sala 114
Centro Administrativo 44.760-300
Salvador - BA
Tel: (071) 370-1119 Fax: (071) 230-9606
Responsável pelo projeto: Joana Angélica Barreto
Secretaria Estadual de Saúde - CE
Av. Almirante Barroso, 600
60.060-440
Fortaleza - CE
Tel: (085) 254-2942 Fax: (085) 254-2942
Responsável pelo projeto: Christiana Nogueira
Secretaria Estadual de Saúde - RS
Av. Borges de Medeiros, 1501
Centro - 90.110-150
Porto Alegre _ RS
Tel: (051) 225-0400 R.262 Fax: (051) 225-6397
Responsável pelo projeto: Vera Lúcia Rosa
Secretaria Estadual de Saúde - SP
Rua Rodolfo Miranda, 636
Bom Retiro - 01.121-001
São Paulo - SP
Tel: (011) 230-6322 Fax: (011) 2320-7314
Responsável pelo projeto: Nivaldo Leal dos Santos
2) Centros de Referência Nacional
São serviços que já atendem a
usuários de drogas há muitos anos e são ligados a 3 grandes universidades brasileiras.
Além do atendimento, os Centros também fazem pesquisa, prevenção ao uso abusivo de
drogas e às DST e capacitam outros profissionais ligados à rede de instituições
públicas que atuam na área de drogas no país. Os três centros são também referência
do Conselho Federal de Entorpecentes. Eles são três:
Nepad/Uerj
Rua Fonseca Teles 121, 4° andar -
São Cristovão
Rio de Janeiro RJ
20.940-200
Tel (021) 589-5893/3269 Fax: (021)
589-4309
Responsável pelo projeto: Zélia F.
Caldeira
Proad/Unifesp
Rua dos Otonis, 887
Vila Clementino - SP 04.025-002
Tel (011) 576-4472 Fax: (011) 549-2127
Responsável pelo projeto: Auro Dany
Lescher
Cetad/Ufba
Rua Pedro Lessa, nº 123 - Canela
Salvador - BA
40.110-050
Tel (071) 336-8673 Fax: (071)
336-4605
Responsável pelo projeto: Luis Alberto
Leite Tavares
3) Centros de Treinamento
São instituições que fazem
atendimento a usuários de drogas e que também atuam na prevenção e no treinamento de
profissionais. Na área de capacitação, suas funções estão relacionadas ao apoio à
elaboração de projetos de organizações governamentais ou comunitárias, através da
capacitação de profissionais delas provenientes. Fazem a supervisão e monitoramento dos
projetos elaborados durante os cursos, em seus locais de execução. Os 2 centros são:
Prodequi/UnB
SCS, Quadra 2, Bl. C, Ent. 78, 6º
andar
Ed. OK
Brasília-DF 70.317-900
Tel (061) 224-9471 Fax: (061) 224-9471
Responsável pelo projeto: Maria
Fátima Olivier Sudbrack
Cruz Vermelha
Brasileira/Seção Rio Grande do Sul
Avenida Independência, nº 993
Porto Alegre-RS
90.035-076
Tel (051) 311-4528
4) Projetos Comunitários
As organizações
não-governamentais e outras entidades da sociedade civil são apoiadas em seus projetos
através desta linha de financiamento. Estes devem visar às ações de prevenção ao
abuso de drogas e da transmissão das DST em populações específicas. Exemplos destas
populações são aquelas com maior comportamento de risco, como: presidiários,
profissionais do sexo, jovens marginalizados em favelas e nas ruas e, evidentemente, os
próprios usuários de drogas injetáveis, dentre outras. Para a competição a este
financiamento, o edital de concorrência é divulgado a todas as coordenações de
Programas de DST/AIDS nos 27 estados. É solicitado que elas façam a sua própria
divulgação. O edital também é enviado, via mala-direta, para as cerca de 500
organizações não-governamentais que estão cadastradas no Programa Nacional. A maioria
delas, inclusive, já tem algum tipo de apoio do Programa. Há uma linha de financiamento
para 20 projetos que são escolhidos por comitê externo ao Programa Nacional, através de
processo competitivo.
No momento estão sendo apoiados 5
projetos. Outros 12 estão sendo visitados e deverão ser financiados brevemente. Os
projetos já em andamento são:
FEBEM - CE
Av. Barão de Studart, 596/A
Aldeota 60.120-000 Fortaleza - CE
Tel: (085) 261-7411 Fax: (085) 264-2177
Responsável pelo projeto: Maria
Nilzete B. Braga.
Penitenciária Esmeraldino Bandeira
Departamento de Sistema Penintenciário
do Estado de Rio de Janeiro - DESIPE
Rio de Janeiro - RJ
Responsável pelo projeto: Fátima de
Souza
Prefeitura Municipal de São Vicente
Av. Antonio Esmerick, 94/98
Centro - 11.390-000 São Vicente - SP
Tel: (013) 467-7020 Fax: (013) 467-6632
Responsável pelo projeto: Vilma
Cervantes
Grupo de Apoio e Prevenção à AIDS -
GAPA - RS
Rua Luiz Afonso, 234
Cidade Baixa 909 050-310 Porto Alegre -
RS
Tel: (051) 221-6363 Fax: (051) 221-6350
Responsável pelo projeto: Sérgio
Dávila da Silva
Secretaria Municipal de Saúde -
CEATA
Av. Presidente Kennedy, 1861
Centro - 25.010-000 Duque de Caxias -
RJ
Tel: (021) 261-0740
Responsável pelo projeto: Luiz Antonio Campos
5) Centros de Tratamento, Recuperação
e Reinserção Social
O suporte específico à
assistência a pessoas químico-dependentes é provido através do financiamento aos
projetos de Centros de Tratamento, Recuperação e Reinserção Social.
Eles são organizações que fornecem apoio imediato a dependentes químicos, que os
albergam, tratando da desintoxicação e preparando os dependentes para a reinserção
social. Quanto à prevenção, provêm orientação e os meios para a prática do sexo
seguro e de meios não arriscados para o uso de drogas. Está previsto o financiamento de
6 instituições nesta categoria de executores. No presente momento temos 01 funcionando:
Casa de Recuperação Pró-Vida
Av. Sete de Setembro, 131
88.301-200
Itajaí - SC
Tel: (047) 348-3868/348-0573
Responsável pelo projeto: Lênio
Chaves Cabreal
6) Projetos de Redução de Danos
As ações de prevenção
específica entre os usuários de drogas injetáveis são previstas nestes projetos. Eles
são os mais conhecidos como aqueles que distribuem seringas aos usuários de drogas. Na
realidade, esta é apenas uma das atividades desta estratégia e, sabe-se que a
distribuição controlada e supervisionada é a única prevenção conhecida e que
funciona na área de saúde pública para a prevenção nesta população de comportamento
de risco. Isto está comprovado nos diversos lugares do mundo onde esta estratégia é
aplicada.
Os projetos tratam de prover os meios
necessários para que os usuários que não querem ou que não estão podendo deixar de
usar drogas injetáveis não se contaminem através do uso de equipamentos
não-esterilizados e do sexo com risco. São projetos ligados ou supervisionados por
serviços de saúde pública que abordam os usuários de drogas em postos fixos e/ou nos
lugares e na hora em que estão sendo compartilhadas agulhas e seringas. Têm também como
objetivos a pesquisa e a avaliação da eficácia das intervenções. A estratégia de
redução de danos encontra muitas adesões por parte de quem a conhece e vê os
resultados de quantas contaminações podem ser evitadas quando ela é adotada. Encontra
também muita reação em quem não a conhece e nas posições conservadoras que ainda
apoiam a política policial repressiva como a única forma de resolver os males
individuais e coletivos do uso indevido de drogas.
Já existem algumas experiências como
estes projetos no país. Medidas junto a autoridades do sistema judiciário e da saúde
estão sendo tomadas para que haja a compreensão desta estratégia. Em algumas regiões
do país, cerca de 60% dos casos de AIDS são devidos ao uso de drogas injetáveis. Em
países em que se adotou a redução de danos este índice está controlado em torno de 5
a 6%. Uma diferença considerável e que não significou que mais pessoas começaram a
utilizar drogas. Pelo contrário, mais pessoas procuraram serviços de tratamento para
livrarem-se da dependência.
Publicação financiada com recursos dos Projetos
AD/BRA/92/001 e AD/BRA/94/851.
Ministério da Saúde
Secretaria de Assistência à Saúde
Programa Nacional de DST/AIDS |
UNDCP |