O Novo
Currículo
O aparelho formador de
Recursos Humanos em Enfermagem, através de mais de cem (100) escolas/faculdades, com
raras exceções, continua formando profissionais dirigidos a área hospitalar, tão
somente, com um perfil de atenção individualizada. Frente a esse panorama e tendo como
referencial o movimento nacional em direção às necessidades de modificações
curriculares, desenha-se com clareza a importância das Universidades neste momento em que
a saúde necessita de profissionais adequados a uma realidade mais comprometida com os
interesses do coletivo e da população.
Neste sentido, o atual enfoque verificado na formação de Recursos Humanos em Enfermagem
no Brasil, necessita ser substituído por outro, cujo marco conceitual leve em conta o
contexto sócio-econômico-cultural e político do país, a situação epidemiológica, a
realidade dos serviços e do exercício profissional, não só em relação ao momento
atual, mas num sentido prospectivo. Este processo, no entanto, só será possível quando
a comunidade universitária da área conseguir uma formação sólida de consciência
crítica e tiver capacidade de responder às condições de saúde da sociedade.
A inadequação da prática de Enfermagem tem origem no tipo de atuação desvinculada de prioridades definidas com base em critérios epidemiológicos e sociais.
A Comissão de Reorientação Curricular da EEUFF, composta por docentes, enfermeiros(as) dos serviços de saúde, estudantes e ex alunos(as), conscientizou-se da necessidade vital de adequar o ensino de Enfermagem à realidade epidemiológica e social, sem perder de vista, no entanto, o excelente preparo técnico-científico.
O novo Currículo Pleno do Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura em Enfermagem da EEUFF, após uma discussão acumulada de 10 anos, foi aprovado no colegiado de curso nos dias 09,10,11,17,18 e 26/10/95, Conselho do Centro em 31/10/95 e, por último, no Conselho de Ensino e Pesquisa (CEP), em 09/01/96.
Recomenda-se que nosso curso seja essencialmente voltado para a formação de profissionais que possuam uma visão integral da realidade social e da saúde, assim como uma alta resolutividade dos problemas apresentados pela população. É de suma importância que os profissionais de Enfermagem desenvolvam suas atividades em serviço, sempre que possível adequado, atuando integralmente na promoção. proteção, recuperação e reabilitação da saúde individual e coletiva.
Sobre o papel transformador da escola, ressalta SAUL (1992): "Deseja-se uma escola voltada para a formação social e crítica, em busca de uma sociedade democrática, que se caracterize como uma escola séria ma apropriação e recriação do conhecimento, ao mesmo tempo, alegre, estimuladora da solidariedade e da curiosidade. A concretização desta escola desejada exige que se repense o instrumento básico de organização: O Currículo".
O compromisso de formar o enfermeiro generalista, licenciado, comprometido com a
prática social, crítico, multi qualificado com ampla visão da realidade da saúde, na
perspectiva de uma atuação diversificada, capaz de intervir no processo saúde-doença,
nos vários níveis de complexidade, é o nosso grande desafio.