BARCELOS - PORTUGAL


Apresentação

A cidade de Barcelos fica situada nas margens do rio Cávado, quase no litoral minhoto, numa zona conhecida como Baixo Cávado. Como concelho, é o maior do país em número de freguesias - 89 -, e o maior em área geográfica do distrito de Braga - 366 Km2 - no qual está integrado. Confina, a norte, com terras de Viana do Castelo e Ponte de Lima, a leste com Vila Verde e Braga, a sul com Famalicão e Póvoa de Varzim e, a oeste, com Póvoa de Varzim e Esposende.

Povoação nascida no início da nacionalidade, sobre um ponto de importante passagem, tanto no sentido norte-sul como do mar para o interior, depressa se desenvolveu, aparecendo-nos já como «vila» real nos meados do século XII, conforme se vê na carta-foral que D. Afonso Henriques lhe concedeu. D. Dinis, para compensar serviços de um fiel servidor, torna-a vila condal. Posteriormente passa a ducal, já quando nela se enraizava a futura Casa de Bragança.

Barcelos, a terra dos galos, assim é conhecida em muitas paragens esta parcela do Minho. Com efeito, esta figura típica da louça de Barcelos, de fundo escuro, crista vermelha, pintalgada de corações, teve o seu nascimento na década de trinta. Primeiramente, o galo era feito à mão, começou depois a ser fabricado à roda e em série, de todos os tamanhos, em quantidades industriais. Hoje, corre o mundo como embaixador de Portugal. Desde os anos cinquenta foi transformado no símbolo do turismo português.

Património Arquitectónico

Ponte Medieval

Pensa-se que a ponte de Barcelos começou a ser construída em 1325, estando já concluída em 1328. Esta velha e imponente ponte é arquitectonicamente uma edificação gótica dos meados da primeira metade do século XIV. Possui seis arcos desiguais, sendo maiores e mais altos os que cobrem o meio da corrente do rio. A sua construção foi em parte devida à importância que a vila auferia como pólo comercial e local de uma feira, facilitando a circulação de pessoas e mercadorias.

Igreja Matriz

Classificada em 1927 como monumento nacional, a actual igreja matriz foi outrora colegiada de Santa Maria Maior. A igreja, de raíz românico-gótica, foi edificada no século XIII. Convertida em colegiada pelo nono conde de Barcelos e segundo duque de Bragança em 1464. Sofreu notáveis modificações no século XVI. Em frente da igreja ergue-se um belo pelourinho quinhentista de tipo gaiola, ricamente ornamentado.

Paço dos Condes

Mandado construír, cerca de 1412, por D. Afonso, oitavo conde de Barcelos e primeiro duque de Bragança, esta obra parece mais uma fortaleza que um paço. Esta construção comunicava com a torre de defesa, pelo sul, e com a igreja da colegiada, pelo norte. Crê-se ter sido destruída aquando do terramoto de 1755, faltando às ruínas de hoje algumas partes importantes. Estas ruínas, doadas a Barcelos em 1903 por D. Carlos, servem actualmente de museu arqueológico.

Solar dos Pinheiros

É uma residência quatrocentista e um raro exemplar da arquitectura civil desta época. Mandado construír por Pedro Esteves em 1448, tem duas portas ogivais, uma das quais entaipada, uma janela de moldura trabalhada e outras rectangulares. É notável a sua construção devido à complexidade da planta e pela extensão da fachada. Um busto de homem com enormes barbas figura na cornija da torre sul, dando a entender que pretende arrancá-las, alusão ao Barbadão, avô materno do primeiro duque de Bragança.

Chafariz do Largo da Porta Nova

Chafariz de tanque e duas taças octogonais, encimadas por figura mitológica que segura uma cartela onde se lê o ano em que foi feito: 1736. Na taça inferior, a água sai pelo bico de águias, um dos símbolos de S. João Evangelista, o padroeiro dos Lóios que ocuparam o mosteiro de Vilar de Frades, de onde esta obra veio há poucos anos.

Passeio dos Assentos

Harmonioso conjunto formado por uma balaustrada e dois fontenários, construído em 1780, em estilo barroco, ao gosto de D. João V.

Templo do Senhor da Cruz

A sua construção foi iniciada em 1705, baseada num projecto de João Antunes, o arquitecto de D. Pedro II, e que foi concluída em 1708, substituindo uma ermida existente no local que comemorava o milagre das cruzes, ocorrido em 20 de Dezembro de 1504. Este templo apresenta uma estrutura barroca de inspiração italiana, combinada com uma planta octogonal, destacando-se nele o pórtico da entrada principal, a balaustrada do telhado e a cúpula.

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