Lincoln Continental Mark IV

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O Lincoln Continental Mark IV foi lançado em 1972 com o propósito de substituir o Mark III, então um sucesso de vendas de todos os tempos para a divisão Lincoln, com uma produção que alcançou mais de 20,000 unidades por ano durante todos os quatro anos de vida do modelo e, o que é mais importante, nunca sendo ultrapassado em mais do que 2,000 unidades vendidas por ano quando comparado ao Cadillac Eldorado, então o arqui-rival do Mark no mercado de carros de luxo. Esta era uma realização extraordinária, porque a produção anual da Lincoln nunca tinha estado tão perto daquela da Cadillac.

Comprido, baixo e largo era uma fórmula que havia dado certo dentro do mercado de carros de luxo daquele tempo, e deu particularmente certo para a Lincoln com o Continental Mark IV. As vendas dobraram em comparação com as registradas pelo Mark III nos anos anteriores, e chegariam à média de 50.000 ou mais unidades vendidas anualmente até o ano final de 1976

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Grande, com um perfil do tipo capô comprido/porta-malas curto, grossos carpetes no assoalho, escolha do revestimento dos bancos entre veludo ou couro, o Mark IV era realmente um Carro de Luxo em toda sua grandeza, extremamente macio e silencioso, construido com cuidado e utilizando materiais de alta qualidade. Também podia ser encomendado (nos modelos 1976) com um acabamento especial projetado por designers famosos, tais como Cartier, Givenchy, Pucci e Bill Blass, uma novidade para a época.

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O Mark IV tinha a bordo a mais alta tecnologia de sua época, com sistema de freios A.B.S., acionamento elétrico dos assentos, abertura do porta-malas por controle remoto, limpadores de parabrisas automáticos (com sensores que detectavam as gotas de chuva no pára-brisa e fixavam a velocidade dos limpadores de acordo), um teto solar de vidro (também conhecido como "moonroof"), aparelho de ar condicionado com controle de temperatura automático, e uma lista longa de equipamentos servo-assistidos ou automatizados. Impulsionado por um motor V8 de 7.500 cm3 , podia alcançar velocidades acima dos 200 km/h, embora não pudesse de forma alguma ser considerado um carro esportivo, inclinando acentuadamente sua carroceria nas curvas mais fechadas e práticamente flutuando por sobre as ondulações do terreno quando em linha reta.

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Não é de se admirar que o Mark IV tornou-se um estrondoso sucesso de vendas, pois oferecia todos esses equipamentos por um preço que variou entre 8.600 dólares (em 1972) a 11.000 dólares (no ano final de sua produção, em 1976), consideravelmente menos que um carro de luxo europeu equipado de forma semelhante, naquela época. (semelhante é forma de dizer, pois muitos dos equipamentos de série do Mark IV não estavam disponíveis sequer como opcionais em carros como os Mercedes Benz e BMW da época, os quais tinham preços que começavam em 13.000 dólares e ultrapassavam os 20.000 quando adquiridos com todos os opcionais disponíveis).

Contudo, regulamentações governamentais dos Estados Unidos abalaram o Mark IV pesadamente, desde que o seu nascimento; projetado para portar um elegante pára-choque que envolvia a carrosseria em 1972, foi condenado a carregar um conjunto dos assim chamados pára-choques Federais, os quais davam a impressão de que alguém havia instalado um par de pára-choques de caminhão onde antes estava montado um gracioso conjunto que parecia uma moldura a realçar as belas linhas do carro.

Regulamentações governamentais para redução da potência dos motores, a ameaça de uma sobre-taxa para os veículos considerados esbanjadores de combustível surgindo no horizonte, longas filas nos postos de gasolina durante o embargo do petróleo imposto pelos países árabes em 73/74, aumento estratosférico dos preços do combustível produzido pelos países membros da OPEP, em conjunto com uma discutível filosofia do "menos é mais" (na verdade, o que se conseguiu foi menos regalias para o consumidor, mais dinheiro para os fabricantes) e a sobrevalorização dos designs europeus e japoneses em detrimento dos projetos tradicionais americanos, conduziram a uma geração de carros minúsculos, pelados, submotorizados e extremamente caros, deixando todos nós, amantes de automóveis grandes não só no tamanho mas em todo o resto, os órfãos.

1976 foi o ano final para o Mark IV; foi substituído pelo Mark V, que era essencialmente um Mark IV desprovido de muitos dos seus equipamentos de série, que passaram então a ser opcionais e cobrados em separado, seguindo a "moda européia". Além disso, também "ganhou" uma carroceria menor, quadrada demais e menos elegante, bem como um motor de 6.500 cm3 e 177 hp (em lugar daquele de 7.500 cm3 e 220 hp dos anos de ouro, o qual passou a ser disponível somente como opcional a um custo adicional de mais de 1.000 dolares), sem que tenha sido conseguida qualquer economia consideravel no consumo de combustível com o novo motor. Oh, e o preço, você adivinhou, começando em 13.000 dólares para a versão "pelada" e indo até o céu ao se encomendar um modelo completamente equipado, mostrando assim como as coisas se tornariam no futuro.

 

Esta página foi concebida e executada por Eng. Sylvio Schreiner, e não possui qualquer ligação com as marcas Lincoln, Continental, ou qualquer outro fabricante ou seus fornecedores ou vendedores, sendo o objetivo deste trabalho prestar uma homenagem aos tempos do carro americano GRANDE, confortável, e relativamente barato, tão denegrido em seu tempo e ainda assim tão amado pelos entusiastas dos carros de luxo de antigamente, como o autor.

 

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