|  "Nenhum a
Menos" : o pior filme da década - Yimou glorifica o
capitalismo com um neo-realismo de fachada e mal intencionado que tem como heróis a
coca-cola e a televisão.
"Castelo
Rá-Tim-Bum" : o primo pobre e o primo rico - esse belo
filme infantil é um retrato da necessidade de auto-afirmação do cinema brasileiro.
"Defesa
Secreta": tempo e circularidade - apesar das belas
sequências de auto-descoberta no trem, o novo filme de Rivette não consegue escapar das
armadilhas do gênero..
Brutalidade e poesia
em "Onde fica a casa de meu amigo?" - Kiarostami
mostra a afirmação da autoridade dos adultos como opressora da iberdade individual do
mundo da criança.
"Beleza
Americana" versus "Felicidade" : identificação e
reconstrução versus inveja e pirraça - enquanto Solondz observa a
desintegração do sistema de fora para dentro, Mendes luta por seus personagens..
A saga épica do
indefeso indivíduo ajudado pelo jornalista perfeito contra as maquiavélicas empresas de
cigarro : o óbvio em "O Informante"- Mann consegue
o impossível: um jornalista que trabalha em televisão que não tenha uma única falha de
caráter.
Conflito e tradição
no cinema de Oliveira dos anos 90 : "A Carta" - o
rigor estético quase neoclássico das obras de Oliveira não consegue esconder seus
conflitos pessoais, especialmente entre a tradição e a modernidade.
Descontinuidades e
"tempos mortos" em "Através da Janela" - Tata
Amaral rompe a brilhante organicidade dos "tempos mortos" dos 15 minutos
iniciais do filme para promover um distanciamento de resultado duvidoso.
"Olé":
um filme brasileiro? - assim como Severino, Santucci faz referência a
um tipo de cinema que é obrigado a se prostituir para sobreviver.
A nostalgia e o
patético em "A Terceira Morte de Joaquim Bolívar": um discurso
ultrapassado - embora comente a missão patética de seu personagem e
incorpore alguns elementos do cinema moderninho, Cândido apresenta uma visão nostálgica
e retrógrada do papel das esquerdas.
Conflito de culturas
em "As Três Estações" - o vencedor do Festival
de Sundance de 1999 apresenta um precário equilíbrio entre um contexto típico do cinema
recente oriental, mas vinculado a uma estrutura estética claramente americana.
"Buena Vista
Social Club" : a ideologia do cinema americano - BVSC é um
filme em que o entrevistador quer falar mais de si do que do próprio entrevistado,
mostrando como Ry Cooder leva o pobre grupo de ingênuos artistas cubanos para a
civilização em busca do sucesso
. "Assédio"
: um jogo ambíguo com o ponto-de-vista no cinema contemporâneo - Bertolucci
promove um jogo com a causalidade da narrativa clássica através do uso do ponto-de-vista
como manifestação da realidade.
Tradição e
Modernidade em "A Quinta Estação" - o filme de
estréia do iraniano europeu Rafi Pitts espelha sua divisão entre a tradição e a
modernidade como síntese da cultura iraniana.
Algumas coisas sobre
"Quase Nada" - embora Sérgio Rezende surpreenda
com um filme acentuadamente psicológico e com um expressivo uso do som, Quase Nada guarda
os resquícios de uma certa fórmula narrativa.
O cinema humanista de
"Eu, Tu, Eles" - Andrucha foi vítima de uma série
de injustos preconceitos contra seu filme, que revela especialmente no tratamento de tempo
um grande respeito a uma realidade que ele sabe não pertencer.
A TV e o Cinema em "O
Auto da Compadecida" - embora a estética televisiva do
filme perca força na tela grande do cinema, o maior destaque é o humanismo de João
Grilo, que, com seu jeito debochado, espontâneo e inconsequente, é o símbolo de um povo
brasileiro que se finge de tonto para sobreviver, que "ri pra não chorar".
Outros filmes lançados
no circuito podem ser vistos na seção sobre o Festival do Rio.
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