Através de minhas pesquisas pela internet pude
conseguir o endereço eletrônico e entrevistar via e-mail o grande triatleta paulista
Antonio Manssur, que gentilmente respondeu as minhas perguntas e se mostrou muito
simpático e interessado sobre a organização do triathlon brasileiro, principalmente com
relação à segurança dos atletas.
Triathlon Amazonas - Como você começou no triathlon?
Antonio Manssur - Comecei no Triatlon em 1988 pois eu já era esportista, gostava de correr e já havia nadado, procurava algo novo e diferente, uma aventura e um desafio, acabei gostando e hoje devo tudo a este esporte.
Triathlon Amazonas - Qual a sua origem esportiva?
Antonio Manssur - Minha origem esportiva é diversa fiz de tudo já nadei, joguei futebol de salão, fiz judô e atletismo.
Triathlon Amazonas - O que lhe fez optar pelo triathlon e não por outro esporte?
Antonio Manssur - O triatlon como opção em 1988 era a busca por algo novo e diferente, uma aventura, um desafio.
Triathlon Amazonas - Qual das três modalidades você prefere?
Antonio Manssur - A modalidade que eu prefiro é a corrida onde eu tenho uma boa desenvoltura, mas na verdade eu prefiro os Biatlons realizados em provas abertas. Hoje estou amadurecendo o meu ciclismo e em virtude disto estou muito animado.
Triathlon Amazonas - Como são os seus treinos, horários, dias, locais e etc?
Antonio Manssur - Meus treinos são algo secreto mas como eu trabalho tenho que buscar coordenação de horários. A base é de 5 treinos de cada esporte por semana, natação 6. Procuro não encavalar três treinos no mesmo dia. Quando isto é impossível o terceiro treino é bem leve. Faço 1 vez por semana tiros de corrida e de ciclismo. A natação é pauleira pois eu treino no Pinheiros. A base dos demais treinos é sempre um volume médio com boa intensidade. Procuro fazer um longo de pedal e de corrida por semana (quando não tem prova importante). Antes de prova o importante é descansar. Tenho também uma alimentação bem controlada por um nutricionista do Pinheiros. Os locais de treino são: natação Pinheiros, pista de corrida Pinheiros, corrida Ibirapuera ou USP, ciclismo estrada Bandeirantes, quando chove ou quando estou cansado ROLO, pois para ir para a estrada em SP tem que ser cedo mesmo e a pista de ciclismo faço na USP. SP é uma cidade difícil mas com jeito dá para treinar legal.
Triathlon Amazonas - Levando-se em consideração que você também é advogado. Quais são os seus principais títulos, e qual foi para você a sua melhor prova?
Antonio Manssur - Jair você sabe que título em um esporte desorganizado como este é duro mas eu fui campeão paulista de triatlon em 93 e 95, Vice campeão Brasileiro em 93, Vice Campeão Panamericano até 24 anos em 93, Campeão Paulista de Duatlon em 93, desde 93 até hoje fui considerado o melhor biatleta do país com o ridículo apelido de Homem biatlon. Integrei várias equipes nacionais profissionais em mundiais e também nos Jogos Pananmericanos de Mar del Plata, Em provas promocionais a minha melhor colocação em Santos foi terceiro colocado. Tenho uma boa média pois participei de quase trexzentas provas. Preciso aliás arrumar isto.
Triathlon Amazonas - Qual a sua idade, altura, peso, patrocínio, bicicleta, tênis e naturalidade?
Antonio Manssur - Tenho 27 anos, 1,73, peso 68, hoje estou, em face à situação do nosso esporte sem patrocínio financeiro, mas tenho o apoio do Pinehiros e da Speedo, minha bicicleta é uma look KG 196 e tênis prefiro sempre Nike, apesar de usar o que tiver na hora, sou paulista poluído mesmo.
Triathlon Amazonas - Quais as suas maiores emoções e decepções, (se tiver alguma), na vida esportiva?
Antonio Manssur - Já tive várias emoções no esporte boas e ruins, vencer sempre é bom e
perder é uma merda mas geralmente quando se perde ou quando algo sae errado é que se
aprende. Fiz uma prova em 91 contra o Mike Pigg no Pinheiros, um biatlon, disputamos a
prova lado a lado e, no fim perdi no sprint, 0,04s, foi triste, mas ao mesmo tempo uma
emoção, pois à época eu não tinha um nome respeitável e
quase ganhei do campeão do mundo, a partir daí a coisa começou a melhorar. Uma emoção
muito grande foi participar dos Jogos Panamericanos pelo Brasil, Mundiais etc. Outra
emoção é o fato de participar de provas importantes e sempre lutar contra grandes
atletas já ralei muito com o Armando, o Ribeiro, o Manzam, Leandro, Michel, Galindes etc.
Aliás o único cara do qual eu nunca ganhei foi o Leandro, do resto já tomei ferro e já
dei também. Das tristezas é sempre melhor tomar como lição e bola pra frente. Outra
emoção muito grande foi ter recebido em Santos um troféu, quando ganhei um biatlon em
96, com o nome de um menino que havia morrido, das mãos da mãe dele. Estegaroto era um
biatleta e morreu voltando de uma prova em um acidente de carro. A mãe dele disse que eu
era um ídolo para ele e isto me emocionou muito mais do que qualquer coisa e sempre me
dá muita força. O esporte é algo duro difícil e trabalhoso, as alegrias e tristezas
ficam sempre misturadas em algo que se chama emoção e é isto que fica na memória da
gente quando olhamos para trás.
Triathlon Amazonas - Quais a suas metas para o futuro?
Antonio Manssur - Minhas metas são várias e sempre envolvem melhorar a performance. Mas realmente gostaria de estar bem e poder represenetar o Brasil nas Olimpíadas.
Triathlon Amazonas - Se quiser tecer algum comentário, O que você acha da Confederação Brasileira de Triathlon e de seus dirigentes, a qual entidade você está filiado?
Antonio Manssur - Sou filiado à CBTRI, à ABTRI, e à Federação Paulista e quanto a assuntos políticos não gosto de me meter. mas acho que os interesses do esporte e dos atletas deveriam ser sempre primordias e superar toda esta loucura que a gente vê hoje.