31 / 01 /97

Nada que uma vitória num Fla-Flu não possa resolver. Vencer os tricolores hoje é fundamental para o Flamengo reencontrar a paz perdida depois dos empates com Operário e São Paulo e a derrota para o Santos. O técnico Paulo Autuori, no entanto, não vê razão para desespero. “No Flamengo, as coisas ganham uma dimensão muito grande”, costuma repetir Autuori, nos momentos de tensão. A partida vale pelo Torneio Rio-São Paulo, o estádio se chama Mané Garrincha, mas o clássico mais tradicional do futebol carioca será disputado em Brasília, às 16h, com transmissão do SBT e da TV Globo.

Os jogadores rubro-negros preferiam jogar no Maracanã. No Fla-Barra, ontem pela manhã, houve quem suspeitasse que o Fla-Flu mudou de local para segurar os deputados na capital federal. Mas a verdade é que os dois clubes querem faturar mais em Brasília. O Flamengo teve direito a 25 passagens e 25 hospedagens no melhor hotel cinco estrelas da cidade. E espera voltar com R$ 200 mil. “Tem também as cotas da televisão”, revela o supervisor Rodrigo Paiva.

Sem Júnior Baiano e Romário, que viajaram ontem com a Seleção para os Estados Unidos, Autuori confirmou as escalações de Fabiano e Jorginho em seus lugares. Com dois cabeças-de-área, o técnico dará liberdade aos laterais e a Zé Roberto e Cleisson. Além disso, espera dar mais proteção à defesa. “Essa é conversa de que um time com dois cabeças-de-área fica mais defensivo é relativa”, analisa Autuori.

O goleiro Clemer, que sofreu com os atacantes do Santos livres a sua frente, na quarta-feira, aprovou a mudança. “Estávamos muito vulneráveis na defesa. O Flamengo ia bem no ataque, mas deixava a desejar na marcação”. Clemer diz que ficou rouco de tanto gritar para os companheiros voltarem para marcar. “Quase perdi a voz”, confessa. Com a escalação de Jorginho no lugar de Romário, Palhinha jogará mais avançado, fazendo dupla de ataque com Lúcio. “Terei mais liberdade e acho que eu e o Lúcio poderemos confundir o Fluminense com nossa movimentação”, espera Palhinha.

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