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RAIMUNDOS Por Abonico Smith A marca atingida é respeitável em se tratando de rock brasileiro. O Raimundos chega ao quinto disco em seis anos de carreira fonográfica mais sólido do que nunca. Desde a década passada, quando o gênero passou a ser segmento rentável no nosso mercado fonográfico, raras são as bandas tupiniquins que conseguem tal feito sem esbarrar em demissão de gravadora, queda vertiginosa de popularidade, produções de qualidade e lançamento bissextos e brigas que levam à debandada de integrantes ou encerramento das atividades. Só por causa disto o Raimundos merece muito respeito. Só No Forevis é a resposta do Raimundos para superar a má fase dos últimos meses. De um lado, a briga com o empresário que há algum tempo vem impossibilitando a banda de dar shows. Do outro, a extrema dificuldade de tocar rock em um país tomado de assalto pela cultura rastaqüera do triunvirato pagode-axé-sertanejo. Isto até explica a gozação do título (citando uma clássica expressão do trapalhão Mussum, o grupo faz protesto contra às bundas, que na música brasileira de hoje têm mais valor que mil bandas) e a sessão de fotos encarnando um grupo de pagode brego-mauriçola. Só assim para tocar no seu radinho, como entrega a faixa "A Mais Pedida". Lógico que continuam aqueles versos com gírias e expressões paticulares de Brasília e referências explícitas à sacanagem. O Raimundos, seguindo a cartilha proposta pelos ídolos Ramones, é uma banda que procura encarnar o teen spirit em suas letras, sempre com o ponto de vista masculino. Nada mais normal, então, que se comunicar no mesmo patamar da faixa etária tão acostumada com verbetes como espinha, camisinha e bronha. Mas o Raimundos está crescendo, quase virando um homenzinho. O termo forrocore dos primórdios se encontra praticamente abolido. A nordestinidade permanece, mas em pequenas doses - aqui só há rastros de baião em uma faixa, "Fome Do Cão. A veia hardcore, ainda dominante, divide espaço com incursões pelos lados do ska ("Me Lambe"), reggae (influência do nativo Alexandre Carlo, que participa de "Deixa Eu Falar") e rap ("Boca De Lata" tem clima bem beastie boy e é construída em cima de beats e scratches fornecidos pelos DJs Zé Gonzalez e Rodrigo Nuts, que acompanham Marcelo D2 e o Planet Hemp). Alargando um pouco mais as fronteiras, o punk rock "Mulher De Fases" exagera no açúcar da melodia e traz um quarteto de cordas disfarçado no final do arranjo. O Raimundos continua com a bola toda. Quem é adolescente sabe disso muito bem.
Por que vocês resoveram posar de pagodeiros na capa? O título Só No Forevis é uma explícita homenagem ao falecido comediante
Mussum. Qual de vocês gostava mais dos Trapalhões? Depois de dois discos gravados em Los Angeles, vocês optaram por fazer tudo no
Brasil desta vez. Por quê? E vocês ainda voltaram a trabalhar com oprodutor do primeiro disco, Carlos
Eduardo Miranda [ex-diretor do selo que revelou o grupo, o Banguela, e o hoje na gravadora
Trama]. Vocês resolveram lançar este disco trabalhando de cara uma música mais
pesada... Quando vocês vão voltar a dar shows? Hoje vocês estão casados e com filhos. O Raimundos virou uma banda de pai? Os textos só
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