 05.04.1999
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CLEMENTE (INOCENTES)
Por Alexandre MatiasQuando os Inocentes começaram, eles eram realmente inocentes - a ponto de
batizar seu primeiro álbum (Pânico em SP) numa referência a Anarchy in the UK. Mas
muita coisa aconteceu de lá pra cá (o vocalista e guitarrista Clemente foi diretor
artístico da Paradoxx, por exemplo) e toda inocência se foi. Hoje o grupo relança
Embalado a Vácuo (Abril), um disco que chegou a sair pela Paradoxx, mas foi recolhido em
pouco tempo. A nova edição conta com um brinde que promete encher os ouvidos dos fãs -
duas músicas da fita demo que levou o grupo a ser contratado pela Warner. 1999 conversou com Clemente sobre o novo disco e
como é ser punk a tanto tempo.
1999 -
Esse é o primeiro disco dos Inocentes que você produz.
Clemente - Pois é. Quando eu tava na Paradoxx, ou eu tava produzindo ou
tava acompanhando as gravações, dos Skamoondongos, dos Garotos Podres. E quando fomos
gravar o disco, no ano passado, resolvi assumir a produção. É a primeira vez que fico
satisfeito com o resultado de um disco da gente (risos)!
1999 -
E o que muda em relação aos discos anteriores? Qual a diferença dos Inocentes hoje pra
quando estavam
começando?
Clemente - Bom, tem o papo da evolução natural que é
inevitável. Eu costumo dizer que a gente vem fazendo a mesma coisa, só que diferente
(risos). Mas a diferença é que neste disco a gente teve um cuidado, teve tempo pra
fazer, rolou uma pré-produção. Os nossos discos anteriores eram discos independentes em
gravadoras grandes. Até o Ruas, nosso último disco, custou uma merreca.
1999 -
E como é ser punk hoje em dia?
Clemente - Cara, a gente aprendeu que tem que ser flexível e aproveitar
as brechas do mercado. No começo dos anos 90 tava na moda ser alternativo e muita gente -
a gente inclusive - pensou que dava pra ser alternativo no Brasil. Mas isso é porque é
moda. Quando a moda era GunsnRoses, cabelão, coisa e tal, tava uma bosta pra
gente.
1999 - E hoje você não tem mais espaço? Porque existe uma tendência à
nacionalização - que uma falsa nacionalização - da cultura brasileira que
acaba sendo prejudicial pra vocês.
Clemente - Não acho que seja. Acho que quem se deu mal nessa foi o pop.
A gente não ia no Faustão, quem ia era o Kid Abelha, que não vai mais hoje porque
perdeu espaço pro Só Pra Contrariar. Mas nosso público continua aí. Veja o Bad
Religion, que tocou essa semana em duas noites lotadas, no Olympia. E o Bad Religion não
toca na MTV. A MTV não importa tanto assim. Um especial de uma hora na MTV não tem o
impacto de dez segundos no Muvuca... Apareci no Muvuca e até o porteiro do meu prédio
veio me
cumprimentar.
1999 -
A MTV não é tão importante quanto pintam.
Clemente - Não é nada importante. É como uma rádio. Aliás, é menos
que uma rádio. O importante é o seu trabalho.
1999 -
Qual a dica que você dá pra quem tá começando?
Clemente - Acreditar no seu trabalho. Amor mesmo. Amor e persistência. E
não esperar que as coisas caiam do céu. Um monte de bandas explodiram quando o
alternativo tava fazendo sucesso, graças a MTV e não passaram pela parte
difícil. Porque você pode fazer um puta som e não acontecer, por causa da mídia. Não
adianta gravar em inglês e achar que é o novo Sepultura.
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