Quem já viu os químicos ao vivo deve ter notado a improvável semelhança de seus shows com os do Pink Floyd: som quadrafônico, luzes estonteantes e superprodução quase impecável. Mas dessa vez os Chemical Brothers fizeram um set de DJ.

Explico: ao invés de trazerem a parafernália de samplers, computadores, seqüenciadores e outras dores, a dupla resolveu viajar apenas com uma caixa cheia com seus discos favoritos. "No começo, quando éramos DJs em Manchester, Inglaterra, nem mesmo mixávamos. Era só botar o pessoal para dançar ao som de beats de hip hop, acid house, old school rock'n'roll e coisas do tipo, diz o brother Ed Simmons. Nada melhor do que relembrar os velhos tempos.

Na América. Fazendo basicamente a mesma coisa, só que agora com uma habilidade vibrante no mixer, os Chemicals zuniam hipnóticos enquanto uma platéia bem comportada e até certo ponto patricinha rebolava sem molejo. E aqui, camaradas, Simmons e Tom Rowlands são tão famosos quanto Carla Perez e companha por aí.

Com um disco novo saído do forno (Brothers Gonna Work It Out) e alguns remixes para gente como Manic Street Prechers, Mercury Rev e Stereolab, o set foi rico. Rico e suculento em referências. Eles mixaram alguns de seus hits mais notórios com, além dos já citados, Beatles, Sly And The Family Stone e algo brasileiro muito parecido (talvez até seja) Elis Regina. O suficiente para deixar os pés doloridos de tanto dançar.