Praga

Apesar do verão em Salvador ilustrar uma alegria carnavalesca e industrial, correm por fora festivais alternativos com intensidade cada vez maior. Neste caso a alegria já não é tão ilustrativa, e sim, à base de anfetaminas; e a indústria se resume a uns gatos pingados que colaboram aqui e ali.

Só no mês de janeiro foram três festas reunindo bandas de fora do estado. A começar pelo Summer Babe Alternative Festival que contou com bandas locais como Nicest, Jupiterscope, brincando de deus, Inkoma, Lisergia, além de Zumbi do Mato (RJ), Ball (AL) e a quase baiana Snooze (SE).

No dia seguinte ao Summer Babe, entrou em cena o Kildare Summer Fest, que um dia já se chamou Kildare Summer Rock. Mudança esta providencial, graças às dimensões cosmopolitas que a cidade vem adquirindo em se tratando de música marginal para as massas. O Kildare deste ano contou com Baia e Rock Boys (RJ), Penélope Charmosa, Dead Billies, Márcio Mello, Diamba e Catapulta.

Uma semana após o Kildare foi a vez do Telefanzine lançar as bandas que estão na sua coletânea em CD. Dez bandas em um só dia. Pelos meus cálculos e estatísticas cientificamente comprovadas, a nata musical de Salvador estará dando o ar da sua graça nestes dias de sol. Não adianta reclamar. Com infra-estruturas que proporcionam telões, pistas de skate, internet, pistas com DJs, performances, não se pode dar ao luxo de achar ruim. Está acontecendo e pronto. Do jeito que a indústria fonográfica na Bahia é, do jeito que o governo da Bahia é, do jeito que os alienígenas e oxalás exercem suas forças aqui, me permito ficar com um lugar ao sol, sem conflitos. Nada de conspiração. Neste assunto não se deve tocar nem com uma vara de doze metros.

Saci Tric lança CD ao vivo
A Saci Tric, grande banda baiana, mezzo Tom Zé, mezzo Tom Waits, mezzo Tropicália se prepara para lançar CD ao vivo gravado durante dois shows feitos no Teatro XVIII, no Pelourinho. O disco sai pelo selo Na Mosca e espera-se a bolacha para fins de março.

Carnarock
Durante o carnaval, acontece o maldito Carnarock, festival que se designa alternativo mas que no fundo é uma máquina de dinheiro para bandas feitas apenas pro evento.

Hoje parece que as coisas mudaram, um pouco. Não há mais dinheiro como havia antigamente e não será composto apenas por bandas de metal dos amigos dos produtores. Algumas atrações de fora estarão aqui: Wander Wildner, Pólux, Cabeça, etc...

Novo espaço pra shows em Salvador?
Esta cidade já teve lugares legais pra shows underground. Mas é de costume que esses lugares fechem deixando um bando de orfãos catando os lugares mais non-sense pra tocar. Depois do famoso Creole Cajun (Pelourinho), Casa Blanca (Amaralina), Hotel Pelourinho e Idearium (Rio Vermelho), surge o Ex-Passo Cultural (nome horrível!!!) mas bacana e localizado no Pelourinho, pré-requisito básico em se tratando de Salvador. Por quê? Porque lá é centro, tem gente legal, mulher bonita, cerveja barata e é um lugar do caralho. Sorry.