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BAD RELIGION Fórum (Curitiba) - 12 de março de 1999 Por Fabiano Camargo Poderia ter sido mais longo? Poderia. Mas, apesar da economia no repertório, o Bad Religion foi responsável por mais uma grande noite de punk rock em Curitiba. A "regulação" no show - que teve pouco mais de uma hora de duração, sem direito a bis - não impediu que o grupo mostrasse no palco grande energia e inflamasse a platéia de quatro mil pessoas que lotava a Forum. Depois de tocar aqui há dois anos, a banda californiana retornou impulsionada pelo lançamento, em meados do ano passado, do álbum No Substance. O programa desta turnê brasileira, entretanto, não foi atrelado ao novo CD. No show da Forum, por exemplo, apenas cinco músicas deste trabalho foram inseridas, com destaque para "Raise Your Voice", "The Biggest Killer In American History" e "No Substance". No restante do repertório, o grupo promoveu uma coletânea das composições mais marcantes das suas quase duas décadas de atuação. Com interpretações em alta voltagem, foram emergindo pauladas como "Generator" (exigida aos berros pelo público), "21st Century Digital Boy", "Stranger Than Fiction" e "American Jesus" (responsável, como já era esperado, pelo maior pico de animação). Com pretextos como estes, o público ferveu. O pogo se alastrou por toda a pista e até mesmo nos corredores laterais, diante dos bares, era possível presenciar a galera dando trombadas e pulando. Pelo menos uma meia dúzia de fãs animadões conseguiu, em diferentes momentos do show, furar o bloqueio dos seguranças, subir no palco e mergulhar em stage dives kamikazes. Todo o ânimo com o qual o grupo foi recebido fez o vocalista Greg Graffin soltar elogios. "Uma das coisas mais bonitas do Brasil são as pessoas. O Bad Religion continuará voltando por causa de vocês", disse, no meio da apresentação. Após setenta minutos, a banda saiu do palco deixando a expectativa de que um bis viria em seguida. Esperança frustrada. Ao invés disso, veio o som mecânico e a escuridão tomou o palco. Nada de bis - o que, na verdade, é uma velha tradição punk. O público, munido de grande expectativa para este retorno graças à apresentação-ritual presenciada há dois anos no Aeroanta, acabou ficando com uma certa dose de decepção. Quem pagou ingresso não tem nada a ver com isso, mas a explicação mais provável para a duração curta do show é o cansaço. A banda chegou a Curitiba após três shows em noites seguidas (terça-feira e quarta em São Paulo e quinta em Santos). Depois de tocar na Forum, na sexta-feira, ainda tinha mais um show pela frente, no sábabo, no Rio de Janeiro. A maratona pela América do Sul ainda previa, na sequência, passagens pela Argentina e Chile. Fica, então, para a próxima. Os textos só
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