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WICKED, MATE O proprietário, Gerry Southard, é um comerciante à moda
antiga. Faz praticamente qualquer negócio, tira todo o tempo do A loja já teve clientes muito ilustres nesses mais de 30
anos. Podemos citar de cara Eric Clapton e Pete Townsend. O último, aliás, passou na
loja há menos de três finais de semana atrás. Sua casa fica um pouco mais acima em
Richmond Hill, perto do parque. Desnecessário dizer que é uma área nobre. Gerry estava
me mostrando umas fotos tiradas no data acima citada, e para minha surpresa, eis que
aparecem nas fotos seguintes Elvis Costello e filho. "Ele fez um show na noite O motivo pelo qual a loja está fechando? Para começar, o contrato de aluguel do imóvel está no fim. Gerry obviamente lamenta o fim da loja, mas é o primeiro a admitir que os tempos mudaram nessa área de comércio, e é cada vez mais difícil para um comerciante pequeno como ele competir com as HMVs, Towers e Virgin records da vida. Não só pelo tamanho da loja, mas pelo fato de ele vender gêneros específicos de música (a loja se concentra nos ditos gêneros de "Raiz", entendendo-se por aí Blues, Folk, Country, Jazz, e clássicos, além de instrumentos musicais, com ênfase em violões e guitarras). "O caráter desse tipo de comércio mudou. Quando eu comecei a loja tudo era obviamente diferente. Sair para comprar um disco no sábado era um programa, algo que você esperava ansiosamente a semana toda. Além de ser impossível concorrer com os grandes, eu acho que no futuro as pessoas vão comprar música pela internet ". Interessante notar que, por mais que a loja tenha um passado relacionado com medalhões do rock e pop britânico, o proprietário nunca se aproveitou disso para vender a imagem da loja. Ele poderia muito bem colocar fotos na parede com dedicatórias e coisas do tipo, mas no entanto nunca o fez. Mais por modéstia que por falta de tino comercial. Isso me faz pensar em outras coisas. Música, hoje em dia, é
turismo também. A maioria dos fãs de um artista vão gostar de saber que um determinado
lugar marcou a história da trajetória de seu artista favorito, e provavelmente irão
procurar conhecer o lugar. O fato é que muitos locais que se relacionam intimamente com a
história do rock britânico poderiam ser melhor explorados como atrações turísticas em
Londres, e no entanto não o são. Há exceções, lógico, como o culto ao famoso Um exemplo simples é um pub que hoje em dia se chama Bull and Bush, próximo à estação de trem de Richmond. Há uma placa indicando que o local costumava ser o Crawdaddy club, onde os Stones começaram a construir sua reputação como banda. Mas só uma placa. Porque não toda uma documentação e fotos nas paredes do pub inteiro? Me impressiona o fato de não terem feito isso, afinal inglês adora coisa velha. A National Heritage apenas lá por 1997 começou a descerrar placas em imóveis indicando que determinada personalidade viveu/trabalhou ali relacionadas a artistas de rock/pop. O flat Londrino de Jimi Hendrix foi o primeiro, e se não me engano a árvore na qual o mini de Marc Bolan bateu em 1977 também tem uma placa memorial. Mas por hora é só. O potencial está ali. Só falta fazer. O que nos trás ao Brasil, onde poderíamos fazer semelhante trabalho relacionado a música e história, com a riqueza musical que nosso passado mostra, de Pixinguinha até Chico Science. Mas não dá nem ânimo de discutir...ou dá? Potters fica aberta até 1 de junho. Se você estiver
por Londres dê uma checada, fica na Hill Rise em Richmond Hill. E Os textos só
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