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Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

22.SET.1999

RESENHAS
STELA CAMPOS
Céu de Brigadeiro
Por Alexandre Matias

Uma chuva de barulho eletrônica e uma saudação alienígena formam a vinheta esquizóide (Intro - A Aterrissagem) que abre a janela. Violão, beats preguiçosos, baixo e uma guitarra lenta e psicodélica preparam espaço para o vôo de Stela Campos. "Todo dia é do trabalho/ Minha vontade é largar tudo/ A noite abre sua bocarra/ E eu sonho alto". Ela decola e nos leva a um refrão deliciosamente macio, valorizando toda beleza do vocal da cantora. "Se você for eu vou também/ Onde você for enfim eu vou com você", ela tenta nos enganar fingindo não ser a guia. Fácil perceber, difícil resistir.

E ela nos desfralda seu Céu de Brigadeiro com a bela versão para Se Você For, Onde Você For, composição de Cadão Volpato para um dos filhotes do Fellini, o Funziona Senza Vapore (que Stela chegou a fazer parte). Como a expressão que batiza seu primeiro disco, o céu que a cantora passeia é limpo, claro e ensolarado e Se Você For... é o melhor cartão para este vôo inicial.

Se ficasse apenas na serenidade pop eletrônica do começo do disco, a paulistana radicada em Recife já seria motivo para uma apreciação mais atenciosa. Mas ela prefere a aventura à comodidade e logo troca de ares, abraçando as turbulências do experimentalismo. Rumo a Plovdiv nos joga no meio de um big beat lo-fi, um suíngue pesado gravado quase artesanalmente, unindo bateria e baixo eletrônicos, guitarra ruidosa, percussão de latas a um órgão tenso e monocórdico.

Demarcada as duas áreas de atuação (pop e experimentalismo) e as armas do jogo (uma bela voz, beats eletrônicos, guitarras entre a psicodelia e o pós-punk), Stela entra em ação em Eu Nunca Sei. A frieza do arranjo segue o clima de fossa da canção ("Minha fé me traiu/ Me roubou e me fugiu/ Não quero mais tentar/ Buscar ela de volta"), que soa estranhamente pop. O inverso acontece na canção seguinte, My Private Song, em que uma bela canção é lentamente desconstruída, sem perder o fôlego inicial.

Ao lado de Stela, a dupla Adriano Leão e Loop B forma uma banda de primeira linha. O primeiro, guitarrista, corre nas raias ao lado de Andy Gill (do Gang of Four), Tom Morello (do Rage Against the Machine) e Edgard Scandurra: seu instrumento não tem som de guitarra e dele saem grunhidos ou respiros elétricos que teimam em explorar os limites da microfonia. O multiinstrumentista Loop B é mais conhecido por suas performances agressivas em que equilibra a violência do industrial com uma percussão acústica em instrumentos como portas de carro e máquinas de lavar roupa. Mas em Céu..., Lourenço se comporta polidamente, usando samplers e baterias eletrônicas com sutileza e requinte.

Take Me Home nos remete duas vezes ao jazz: no curto sax inicial e depois seguida da atmosfera claustrofóbica (pulsação nervosa no lugar de percussão, um piano improvisando e uma guitarra aos frangalhos) que captura o pseudo-standard que a cantora grava como se estivesse dentro de um velho rádio. Uma Questão de Prioridade (com letra de Fred 04, do Mundo Livre S/A) dispensa a conversa com um Deus "ocupado, cheio de contas a pagar" num outro momento de pura beleza pop.

I Spy With My Little Eye é um baticum psicodélico que inclina o disco novamente para o experimentalismo. Vinheta, que é só o que o nome diz ser, antecede Os Últimos Dias de Tio Sávio, um triste desabafo que dá margem a um coral lisérgico de câmara de eco que nos remete aos experimentos sonoros dos Mutantes. Tsi Ka Bongue é trip hop em um idioma morto (o "Ka Bongue").

O disco segue mudando de personalidade, mas sem perder o nível, com a instrumental Nesses Dias Não Há Nada a Fazer a Não Ser Esperar o Dia Acabar que traduz seu clima de ressaca com um piano monótono, som de videocassete (passando Barbarella, com Jane Fonda) e uma guitarra insistente e doída como uma dor de cabeça. Spining Around alcança o momento mais lírico do disco, com um belíssimo casamento entre acordeon e violoncelo. O Último Pensamento Antes de Tocar a Campainha abre com uma guitarra oitentona, percussão soturna, órgão e vocais a dois passos do transe.

O disco termina com as bucólicas faixa-título e Tocantins, que nos acalmam com a mesma tensão de um pouso de avião. Mas o alívio da terra firme nos lembra da frustração de não poder voar e o disco nos deixa com vontade de ouvir mais. Que venham novos vôos. (consiga o seu disco com a própria Stela, pelo email ceudb@elogica.com.br ou stelacampos@usa.net).

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