1999
mais que música

Atualizado todo dia.

Histórias: Já
Um espaço pra textos diferentes, atualizado diariamente

Se você quiser escrever para o 1999 sobre QUALQUER coisa que tenha a ver com música (um show legal que você viu, um carinha que você conseguiu entrevistar, um disco que você queria mostrar pras outras pessoas, qualquer tipo de teoria, contar qualquer parte da história do rock), basta escrever para a gente.

14.NOV.1999

P&R
JACQUES LU CONT (LES RYTHMES DIGITALES)
Por Alexandre Matias

"Vou fazer um disco bem anos 80, nada a ver com big beat", disse o DJ Jacques Lu Cont quando os caras da gravadora Wall of Sound vieram contratá-lo. O francês por trás dos Les Rythmes Digitales estava ressabiado porque a gravadora era especializada no funk eletrônico de bandas como Wiseguys e Propellerheads, e Lu Cont temia que fosse enquadrado no gênero que a gravadora londrina se especializava. Na hora responderam que não tinha problema, que eles lançariam qualquer disco que ele fizesse.

"Achei ótimo, mas comecei a pensar seriamente em deixar o disco com a cara dos anos 80", explicou o DJ em entrevista ao 1999. Por isso, destilou sua essência musical baseando-se em gêneros tipicamente oitentões, como electro, techno americano (de Detroit), technopop, house e Miami Bass. E assim é Darkdancer (Virgin), uma viagem a estes anos 80 através de um DJ noventaço.

Lu Cont nasceu na França, mas é filho de músicos eruditos, que o ensinaram que a música pop "é a música do demônio", ri o DJ, "se eu ouvisse aquilo, me tornaria um jovem insuportável". Mas ele se apaixonou pela música pop quando, aos 12 anos, conheceu, ao mesmo tempo, Pet Shop Boys, Human League e Madonna. "Era tudo que eu queria ser: ter um som legal, parecer um cara legal, mexer com as pessoas".

Mas por suas influências, é um disco difícil para ouvidos brasileiros não acostumados com música eletrônica, afinal, o techno de Detroit, o electro, a house (e seu subproduto, a Italian House) e, principalmente, o Miami Bass são a base para a dance music Jovem Pan feita para playboy lavar o carro no sábado de manhã. Por isso, os baixos eletrônicos e os vocais farofa usados por Lu Cont podem causar flashbacks revoltantes nos amantes da boa música - afinal, dance music de rádio é sinônimo de idiotização bate-estaca (claro que estou generalizando).

Mas quem se dispor a atravessar Darkdancer vai encontrar um disco finíssimo. Por trás das referências retrô, vemos um produtor cheio de estilo tratar referências com muita particularidade. E, mais importante, Lu Cont conhece um groove bom quando vê um pela frente - e trata de jogar todos na festa sem fim que é seu disco. Mas volto a lembrar: se você não está acostumado com a música eletrônica, não comece por esse disco. Volte depois - você vai se divertir mais.

1999 - Conta essa história de você não ouvir música pop até a adolescência.
Jacques Lu Cont - (risos) Não foi na adolescência, foi um pouco antes. Meus pais eram músicos clássicos e achavam que música pop era a música do demônio (risos) e que se eu ouvisse aquilo ia me tornar um jovem insuportável.

1999 - E como você fugiu disso?
Lu Cont - Eu ia nas bibliotecas municipais, que também emprestavam discos e ouvia escondido em casa. Meus pais gostavam de músicas feitas por pessoas que já haviam morrido, eu queria ouvir gente viva. E quando eu percebi que na música pop a imagem é tão importante quanto o som e eu achava isso o máximo.

1999 - E quais foram seus primeiros contatos com o pop? Quem você primeiro descobriu?
Lu Cont - Acho que os Pet Shop Boys... O primeiro disco que realmente mexeu com a minha cabeça foi o Dare, do Human League... (pausa) Ah! Madonna! Quando ela apareceu, eu não acreditava. Tudo aquilo era bom demais para um garoto de doze anos.

1999 - Engraçado você citar estes grupos como referência, seu disco soa retrô, soa bem anos 80.
Lu Cont - Ótimo que você achou isso, porque era exatamente o que eu queria fazer: dar a minha versão dos anos 80, com os meus ganchos e a minha melodia.

1999 - Além destes grupos, há um forte influência da música eletrônica americana dos anos 80.
Lu Cont - Eu adoro house music, as coisas de Chicago, como Frankie Knuckles, o comecinho do Stricly Rhythm, o techno de Detroit...

1999 - Seu disco saiu pela Wall of Sound, uma gravadora especializada em big beat.
Lu Cont - Isso me deixa ainda mais contente de estar na WOS. Quando eu fui assinar com eles, avisei, brincando, que iria fazer um disco bem anos 80, nada a ver com big beat. Eles disseram que não tinha problema, que lançariam qualquer disco que eu fizesse. Achei ótimo, mas apostei nessa idéia, de fazer um disco anos 80 - tanto como artista quanto produtor foi um desafio que adorei encarar. E é bom porque os fãs da WOS vão ouvir e levam um choque: "quem é esse cara?!?!" (risos).

1999 - Como você compara o Les Rythmes Digitales com a cena house francesa, como Daft Punk, Super Discount, Cassius e Dimitri From Paris?
Lu Cont - Eu não tenho a ver com essa cena. Eles me respeitam, eu respeito eles, ambos influenciamos uns aos outros. Mas eu não venho daí.

1999 - E como você vê a popularização da música eletrônica?
Lu Cont - Eu adoro, só pode trazer coisas boas tanto pra música eletrônica quanto para a dance music. Você tem a oportunidade de tocar estilos diferentes de música para um monte de gente que nem sabia que isso existia.

1999 - Mas por outro lado você tem tanto o esvaziamento da cena underground quanto a pasteurização deste tipo de música pela indústria. Ela está fazendo com a música eletrônica o mesmo que fizeram com o rap e com o punk.
Lu Cont - Você tem razão. O underground agora é o mainstream e isso não é tão legal. As coisas estão acontecendo muito rápido. Há muito dinheiro envolvido, mas a música ruim não fica. O que resta é apenas a boa música.

1999 - Você deve tocar no Brasil em breve. O que sabe sobre o país?
Lu Cont - Muito pouco, eu tinha uma namorada brasileira que gostava da música brasileira dos anos 60. Mas eu não conheço direito, sei que gosto e só. Queria tocar aí como o Les Rythmes Digitales, mas acho que só vou discotecar. O que não é mal, afinal vou tocar coisas que me influenciaram e podem influenciar outras pessoas.

4º Encontro da Cultura Underground
Los Hermanos
"Psicoacústica"
Supergrass
Everything But The Girl
Mr. Bungle
Ira!
Pin Ups Acústico
Skuba
Lado B especial
Autoramas
"Substance - 1987"
"Dois"
Titãs
Angélica
Notas do Subterrâneo (outubro)
Arroz com Pequi (outubro)
O Rappa
Quannun
Einstürzende Neubaten
"Punk - A Anarquia Planetária e a Cena Brasileira"
Tom Waits
Andreas Kisser
Retropicalismo / Mutantes/ Arnaldo & Rita
"Quem com ferro fere, com ferro será ferido"
Legião Urbana
Stereolab
Cut Chemist / Shortkut
Pavement
"Vocabulário de Música Pop"
Red Hot Chili Peppers (show)
MV Bill
Thee Butchers' Orchestra
Zen Arcade - Hüsker Dü
Ozomatli
Pato Fu
Los Hermanos
Nocaute
Mosha (show)
Down by Law
Tricky / DJ Muggs
Los Hermanos
Grenade & Thee Butchers' Orchestra
Rebeca Matta
Man or Astroman?
Abbey Road
Os Catalépticos (show)
Comunidade Ninjitsu
"Esporro!" e "Guerrilha"
CMJ Music Fest
Pensamentos Felinos (setembro)
Echo & the Bunnymen (show)
Stela Campos
Jim O'Rourke
atenciosamente, (setembro)
Luiz Gustavo (Pin Ups)
Relespública (Diário de Bordo)
Alex Chilton
Toy Shop
Martin Rev (Suicide)
Yellow Submarine
Punk Rock em Curitiba
Grenade
Mutantes
Bruce Whitney (Kranky Records)
Cotton Mather
Por Fora do Eixo (setembro)
Thomas Pappon
Pequenas Capitanias (setembro)
Mercury Rev (show)
Paralamas do Sucesso
Relespública, Mosha & Woyzeck (show)
Reading 99
O maravilhoso mundo grátis
"Eu vou enfiar um palavrão"
Jason (entrevista)
Pôneifax, Walverdes e Tom Bloch
Noel & Liam Gallagher
Manu Chao
Jason pelo Nordeste
V99 (festival com Manic Street Preachers, Orbital, DJ Shadow, Massive Attack, Mercury Rev, Gomez, Happy Mondays, James Brown, Groove Armada e Mel C)
"Curitiba, Capital do Rock"
Divine, Six Degrees, Moonrise e Barbarella
Vermes do Limbo
Sala Especial
Al Green
Bowery Electric
Jamiroquai
Flaming Lips
Gong - Show de 30 anos
Megatério (agosto) - A Noite do P* no C*
Marreta (agosto) - O jazz morreu
Rolling Stones
Mercenárias
"Paul's Boutique"
"Tim Maia Racional"

Kraftwerk
Sugar Hill Records

Second Come
R.E.M.
Built to Spill
Eddie
Flaming Lips
Ultraje a Rigor
"Kurt & Courtney"
Moby
clonedt
Mark Sandman
Suede
Plebe Rude
Rentals

Pavement
MEGATÉRIO - Omar Godoy
WICKED, MATE - 90 (de Londres)

REVOLUCIÓN 1,99 - Edu K
atenciosamente, - Rodrigo Lariú
Red Hot Chili Peppers

Underworld
Prodigy
Hojerizah
Raimundos

Plebe Rude
Wilco
Little Quail
Chemical Brothers
Atari Teenage Riot

Grenade
Lulu Santos
Liam Howlett
4-Track Valsa
Chemical Brothers (show)
Yo La Tengo + Jad Fair
"Select"
Dr. John
Memê
"Drinking from Puddles"
Capital Inicial (show)
Jon Spencer Blues Explosion (show)
Homelands (festival com DJ Shadow, Underworld, Asian Dub Foudation, Chemical Brothers, Fatboy Slim, Grooverider, Faithless e outros)
Divine
"The Best of Sugar Hill Records"
Ambervisions
Amon Tobin
Sepultura/Metallica (show)
Mocket
Stereophonics
Headache
Fatboy Slim
Cassius
Paul Oakenfold
Silver Jews
Amon Tobin
Inocentes
Sepultura
Outropop
Pensamentos Felinos
Loniplur
atenciosamente,
Swervedriver e Mogwai
Comédias
Pequenas Capitanias
Por Fora do Eixo
Arroz com Pequi
Marreta?

Das Margens do Tietê
Distancity
Leite Quente
Londrina Chamando
Por Aí
T-Rex
Kurt Cobain
Bob Dylan
Nuggets
Sebadoh
Los Hermanos
Kiss (show)
Mestre Ambrósio
Jesus Lizard
Maxixe Machine
Fish Lips
Silverchair
PJ Harvey e Jon Parish (show)
Cornelius
"Post-punk chronicles"
Blur (show)
Garage Fuzz
Pólux (show)
Marcos Valle
Astromato
French Fried Funk
Sublime
Leia no último volume
Na Lata!
Miniestórias
Blur
Ira!
Sleater-Kinney
Goldie
Henry Rollins
Jon Carter
Afrika Bambaataa
O pai do rock brasileiro
Nova História do Pop
Grave sua própria fita
C86
Medo do novo
Digital Delay
No shopping com Status Quo
Fita ou demo?
Solaris
A história do indie baiano
Prot(o) e Rumbora
Monstro Discos
Carnaval e Los Hermanos
Eletrônicos e bicões
Kólica, Pupila e Total Fun
As hortas musicais de Curitiba
Ala Jovem
Brian Wilson
Limpando os remédios
Amor e Luna
Massive Attack
Blondie
"You've Got the Fucking Power"
Relespública (show)
Trap
Johnattan Richman (show)
Little Quail & the Mad Birds
High Llamas
Thurston Moore
Red Meat
Los Djangos
Bad Religion (show)
Vellocet
Jon Carter (show)
Raindrops
Jimi Hendrix Experience
Fun Lovin' Criminals
Garbage
Tom Zé
Câmbio Negro
Catalépticos
Lobão
Cowboys Espirituais
Max Cavalera
Escrever "de música"
O CD ou a vida (quase)
A bossa nova contra-ataca o Brasil
Um pouco de educação não faz mal a ninguém
Fé em Deus e pé na tábua
O Mercury Rev que não foi
Um banquinho, um violão e Dee Dee Ramone
Escalação pro Abril Pro Rock 99
Dago Red
Festivais na Bahia
Chutando o futuro de Brasília
Ê, Goiás
Pós-Rock, Teletubbies e LTJ Buken
Você sabe o que é Louphas?
Por dentro da Holiday Records
Chacina no litoral paranaense
PELVs e um blecaute
Bruce Springsteen
O último show dos Beatles
Genesis -
"The Way of Vaselines"
Vamos nos encontrar no ano 2000
Tropicanalhce
A professora com pedal fuzz
Portishead
Chico Buarque (show)
Deejay Punk-Roc
Ninja Cuts
Jon Spencer Blues Explosion
Dazaranha
Snooze
U.N.K.L.E.
Pearl Jam
New Order (show)
Rock Grande do Sul
Spiritualized
Damned
NME Premier Festival (shows)
Delgados
Punk Rock Stamp
Fellini (show)
Plastilina Mosh
Neutral Milk Hotel
Fury Psychobilly
Gastr Del Sol
Pólux
Afghan Whigs
Ritchie Valens
Marcelo D2/ Resist Control (show)
Limbonautas
Cartels
Babybird
Elliot Smith
Jesus & Mary Chain
Nenhum de Nós
Otto 
Relespública  
DeFalla
Piveti
Isabel Monteiro
Man or Astroman?
Ricardo Alexandre elocubra sobre Engenheiros do Hawaii
Camilo Rocha ri do medo da imprensa especializada
Leonardo Panço mete o pau em quem ele acha que deve meter o pau
G. Custódio Jr. fala de Flin Flon e Va Va Voon
Tom Leão dá as dicas de como se gravar "aquela" fita pra "aquela" gata
ROCK & RAP CONFIDENTIAL defende o crédito à pirataria 
Rodrigo Lariú lembra de bons shows
Festivais no Nordeste
O último show do Brincando de Deus

Conheça Belo Horizonte
98 em Brasília
Superdemo e Fellini no Rio
Uma geral no ano passado em Sampa
Cadê o público nos shows?
As dez melhores bandas de Curitiba
Pelo fim da reclamação
Black Sabbath
Burt Bacharach
"Três Lugares Diferentes" - Fellini
Beck
Mercury Rev
Jurassic 5
Sala Especial
Lou Reed (show)
Asian Dub Foundation
Belle and Sebastian
"Velvet Goldmine"

Autoramas (show)
Grenade
Chemical Brothers (show)
Cardigans
Bauhaus
Stellar

1999 é feito por Alexandre Matias e Abonico Smith e quem quer que queira estar do lado deles.

Os textos só poderão ser reproduzidos com a autorização dos autores
© 1999
Fale conosco

----- -----