NAPA - NÚCLEO DE APOIO AOS PAIS E ALUNOS
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INIMIGOS DA ESCOLA Se você pagar por um trabalho braçal ser executado; pagar bem o material e a mão de obra pra depois você mesmo executar o trabalho, estará sendo no mínimo burro. Para ser "Amigo da Escola", o pai deveria entrar na escola para fiscalizar se o dinheiro dos impostos está realmente sendo bem aplicado. Depois que o professor começa trabalhar na escola pública, ele fica acima do bem e do mal. Deixa de ser um ser humano. Criticá-lo é uma heresia. Cobrar, uma ofensa imperdoável. Dai ficamos atrelados a um tenebroso jogo de azar. Se o professor for bom é questão de sorte, e são a minoria. Verbas para a educação são cifras astronômicas. Tem verba para tudo. Só para exemplificar, a verba para a compra de material pedagógico transferidas do MEC direto para a escola, também é muito grande, mas não se vê escola que saia do giz miserável e pré-histórico. Tudo se vende na escola. A ânsia de ganhar dinheiro é tão grande que a arrecadação é escancarada. Os pais pagam taxa de matricula e mensalidade de APM. Camisetas que nas lojas custam R$ 2,00, nas escolas custam R$ 8,00. Não é obrigado a comprar, mas se não comprar não entra na escola. Os pais e alunos pagam, pagam e pagam. A criatividade das escolas para arrecadar dinheiro é fértil. Ouvimos a Primeira Dama do país e a ex-secretária de educação do Município de São Paulo declarar que a verba é mais que suficiente para manter uma escola de primeiro mundo. Vimos com muita decepção a propaganda do "Amigos da Escola", convidando os pais a trabalhar nas escolas públicas de graça. Pagamos todo o material e mão de obra, se fiscalizamos aí sim, estaremos sendo "Amigos da Escola". Para o bom profissional do ensino, o pai pode fiscalizar. Ele executa seu trabalho muito bem e não se preocupa. Já os maus, entendem que estão acima do bem e do mal. Os sindicatos dos profissionais vivem cobrando a verba que não foi enviada para a Educação, mas não se deram conta da verba que foi enviada, pode se lucrar uma montanha de dinheiro que some antes de chegar no aluno. Para fiscalizar tem que ser quem usa diretamente o serviço, ou seja, o pai e o aluno. Precisa ser reformulado o Conselho de Escola. Precisa existir um órgão que receba as queixas dos pais e alunos. Um órgão que não seja um grupo de professores como é o caso das DREMs. Se a campanha do "Amigos da Escola" incentivasse os pais a entrar na escola e conferir se não estão amontoando classes para esconder aula vaga, se os alunos não estão perdendo na escola o referencial de honestidade que trazem de casa, a escola iria melhorar. Talvez chegasse a ser uma escola digna de 1º mundo. Pais conferindo e fiscalizando seriam assim "Amigos da Escola". Se a Sra. Prefeita Marta Suplicy veio com a proposta de moralizar a Administração de São Paulo, tem que começar pela Educação:
É na escola e em casa, nesse trabalho em conjunto que formamos (ou não) homens de bem. A escola não pode jogar por terra o referencial que a criança traz de casa, referencial de honestidade. Não é justo generalizar. Existe escola razoável. Existe professor decente, mas o professor honrado em escola municipal age assim por princípios, porque cobrar ninguém cobra mesmo. Termina por inverter princípios morais. O bom professor fica parecendo "trouxa". Se não precisa trabalhar, ninguém cobra, ele, o bom profissional é quem acaba sendo mal visto pelos maus companheiros. As crianças e adolescentes assistindo tudo e perguntamos de onde vem a crise moral em que vivemos. Cremilda Estella Teixeira São Paulo, janeiro de 2001 |
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