NAPA - NÚCLEO DE APOIO AOS PAIS E ALUNOS
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ESTAMOS INDIGNADOS "Os pais precisam se indignar. É isso que falta". Foi a colocação da Secretária de Educação do Estado de São Paulo no programa "Roda Viva" da TV Cultura do dia 11 de dezembro. A Secretária admitiu que os professores faltam muito e que as aulas estão ficando cada vez piores. Que um processo administrativo, o mais simples, demora mais ou menos dois anos para concluir. Que existe todo um sentimento de corporativismo fazendo todos os professores se juntarem para proteger de denúncias os então denunciados. "O salário de um professor é bom, ele precisa dar aula, precisa ensinar. Se não ensinar direito, os pais que reclamem, que denunciem". Lembram também que os profissionais de ensino receberão um abono em janeiro de quinhentos a três mil e quinhentos reais, os que não faltarem. Como é que podemos cobrar se nossos filhos ficarão na escola a mercê do mesmo profissional que foi denunciado. Pior, do profissional que o pai denunciou, mas os "coleguinhas" do profissional que tomarão suas dores e com certeza não tendo nenhuma perspectiva de punição, a vida do aluno pode transformar-se num inferno. Se o profissional falta, se dá aula medíocre, se comete violência contra o aluno, com certeza é uma pessoa de conduta altamente questionável. Em sã consciência os pais não denunciarão. Estarão indignados, mas de mãos atadas. Outra situação que nos indigna são os cursos de capacitação. O professor sai da faculdade, entra na escola pública e continua estudando "ad eternum". Seus dias de curso conta como dia trabalhado. O aluno sem aula, e pais pagando a escola e os cursos dos profissionais, no fim de ano ele é premiado com um abono, o professor que faltou, que prejudicou a classe é o único a levar vantagens. Os professores e outros profissionais de ensino não atendem a nossa expectativa. Não temos para quem reclamar. Querem retrocesso para poder se vingar de nossos filhos - querem reprovar. Professor não quer abrir mão de ser o dono da vida do aluno, atrasando um ou mais anos. Não aceitam avaliar continuamente o aluno porque dá trabalho. Ganham muito pela qualidade do serviço prestado. Estamos indignados. E daí? Cremilda Estella Teixeira São Paulo, 13 de dezembro de 2000 |
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