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É
só o tamanho do pênis Não vimos nenhuma diferença entre
a Dona Marta Suplicy e o Dr. Paulo Maluf, além da genitália. Para nós,
pais e alunos, as escolas, nesses meses, mostraram que trocamos seis
por cinco. A esperança maior era a reabertura
do turno fechado nas EMEFs (Escola Municipal de Ensino Fundamental). Os prédios
são enormes e cada turno fechado representa, em média, 15 salas vazias.
Seriam quinhentas vagas a mais em cada escola. Para resolver esses
problemas é preciso coragem, qualidade que a nossa prefeita alardeou.
Precisaria devolver para as salas de aula os 2000 professores encostados
nos últimos 8 anos. Considerando que a coragem
fosse pouca porque precisaria “trombar” com os sindicatos, e que os
padrinhos das duas mil encostadas são políticos da direita, articulados
e inteligentes, restaria a outra alternativa para a falta de coragem.
Precisaria ter honestidade, admitir a falta de coragem e contratar,
em caráter temporário, mais dois mil professores. Seria uma despesa bem
feita, principalmente porque vassoura nova sempre varre bem, e não
tendo a maldita estabilidade, o professor ia trabalhar bem para não
perder o emprego. Ganharíamos todos. Contratar dois mil professores
ficaria mais barato que manter nossas crianças na FEBEM ou nas ruas
fazendo tudo que o ócio convida. A gente vê nas DREMs e nos
gabinetes que o número de funcionários aumentou. Claro que o PT tinha
que arrumar uma boquinha para os militantes. Os Malufistas, que são
concursados, são “imexíveis”; alguns são competentes e
capacitados mesmo, outros com padrinhos poderosos. Só restou amontoar
professores nos gabinetes e nas DREMs (Delegacia Regional de Ensino do
Município) . Agora, para piorar, a gente vê diretor de escola ocupando
cargos de confiança aos montes. Nas DREMs, mudaram só o delegado(a) que
é diretor(a). As EMEFs, que já iam mal, vão piorar. Panela que todos
mexem o angu azeda mesmo. Pelo menos, minimamente, os diretores
seguravam as escolas. Agora ficou tudo na mão das panelinhas de maus
profissionais, os quais se
aboletam nos Conselhos de Escola. A maioria não quer que a escola ande...
para não precisar trabalhar. Os alunos só têm a perder com isso, mas,
se os professores e os sindicatos estão satisfeitos, está tudo bem para
a prefeita. O que o PT mais falava, sua
bandeira, era o desvio de verbas da Educação. Mas, pagar salário
de professor fora da sala de aula, acrescentando ao seu salário um
adicional a título de comissão, não é desvio de verba? Se fosse na
gestão Maluf , seria. Se o apaniguado fosse Malufista, seu salário seria
considerado salário de Marajá. Se for petista é merreca. Já estão falando em construir
mais escolas. Deixam turnos fechados para construir mais? É um ótimo negócio
para professor: vai abrir mais um monte de vagas desnecessárias.
Mais diretor, assistente, coordenador pedagógico e “aspones”. As
empreiteiras vão adorar. Os empresários também. Nós vamos só ficar olhando o
desperdício sem poder reclamar. Não temos para quem (reclamar). As escolas, principalmente da região
do Butantã, no começo do ano, pareciam um formigueiro. Mães e alunos
entrando e saindo em fileiras que corriam céleres. Era chegar na
secretaria; perguntar se havia vagas; ouvir resposta negativa; e sair
cabisbaixos. Livros para lista de espera nem pensar. As listas de espera
que apresentavam nas DREMs não eram nem de longe o retrato da demanda. As
DREMs sabiam disso porque as filas eram visíveis. Algumas mães saíam
chorando, outras irritadas e xingando, mas a maioria saía como é da
natureza do povo brasileiro: cabisbaixa e conformada. Quem menos tem interesse na
reabertura dos turnos é a direção da escola e os funcionários das
secretarias. O salário é o mesmo e o trabalho aumenta. E é nas mãos
dessas pessoas que a Secretaria de Educação deixou para registrar a
demanda. O setor de Demanda das DREMs também tem o mesmo motivo das
escolas. O abuso é visível. No ano passado, denunciamos que o número de
alunos que constavam nas DREMs era de 40 em média, e nas escolas não
passavam de 20 por classe. Chegamos a desafiar as DREMs para conferir nas
classes. Claro que não aceitaram. Alunos de todas as idades fora das
escolas. A SME, na ilha da fantasia, recebendo e se interessando só
pelas informações dos assessores porque é muito cômodo. Nós que estávamos
muito mal com a dupla Maluf-Pitta vimos desencantados que a diferença
entre a Marta e o Maluf é só o tamanho do pênis. São
Paulo, 05 de Abril de 2001.
Cremilda
Estella Teixeira – 3742-3023. |
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