NAPA - NÚCLEO DE APOIO AOS PAIS E ALUNOS
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EDUCAÇÃO VEM DE CASA PRECONCEITO DA ESCOLA Vimos, impotentes, crescer a violência e aumentar o número dos jovens que formam bandos e saem na madrugada caçando para espancar negros, gays e nordestinos. Às vezes espancam até a morte – jovens, entre eles um menor, atearam fogo num índio. São todos vítimas: agressores e agredidos. Vítimas do preconceito incentivado na escola. Ninguém faz nada. É mais fácil responsabilizar a família e o aluno. A escola passou a ser situação de risco. É ali que se fomenta a violência. Não é seguro ir para a escola, a única certeza é a impunidade dos maus profissionais do ensino. A criança está perdendo na escola o referencial de honestidade que leva de casa. Dia 04 passado, o programa “Mulheres” da TV Gazeta apresentou uma adolescente com 240 quilos cuja maior mágoa foi ter saído da escola antes de terminar o 2o ano. Era o “saco de pancada” dos colegas e a professora não a deixava revidar. A mãe tentou mudá-la de escola e não conseguiu; a diretora disse que não podia matricular uma pessoa tão gorda, pois iria traumatizar os colegas. Um professor que se diz sociólogo registrou queixa crime contra um grupo de alunos que o chamavam de gay. Ensinou que ser gay é algo tão terrível e não uma opção sexual do cidadão. Perdeu com a força burra de sua autoridade de professor, de ensinar os alunos que cada um é responsável perante Deus e os homens por si mesmo. Ensinaria que cuidar da vida pessoal dos nossos vizinhos é perder tempo. Perdeu a Escola Estadual Senador Adolfo Gordo, no Caxinguí, a oportunidade saudável e única de promover um rico debate sobre preconceito e ética da qual os professores falam tanto, porque é uma palavra bonita, mas a maioria nem sabe o que significa. Na EMEF Theodomiro Dias um aluno com problema de “fono” chega na 4a série sem saber nada. O professor aprova o aluno sem saber nada, para esconder que não cumpriu sua obrigação de dar aula de reforço. Depois é só jogar a culpa na lei, que diz que não pode reprovar, e está tudo resolvido. Na 4a série, sem saber escrever nem mesmo o nome e ainda com problema de “fono” virou alvo de socos e pontapés. A maioria das vezes debruçava na carteira e dormia. Sem falar direito era chamado de louquinho. A mãe diz que ele fez exames e não tem problemas neurológicos. A mãe insiste que ele precisa ir para a escola e denunciou a todas as instâncias até que o diretor encaminhou o caso para o Conselho Tutelar do Butantã alegando que a escola esgotou todos os recursos. O aluno não teve aula de reforço e chega na 4ª série sem saber nada! Os alunos que batem nele não receberam nenhuma orientação. De que recursos fala o diretor? A jornalista do Jornal “O Estado de São Paulo” escreveu que 10 alunos confirmam a agressão rindo. Para eles é normal. A escola não ensinou que é errado. Se o diretor conseguir ajuda para expulsar esse aluno, amanhã é outro diferente que vai ser massacrado pelos alunos, que continuam aprendendo preconceito na escola. Cremilda Estella Teixeira |
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