Armas

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Uma das questões, hoje sempre colocadas nas manchetes dos jornais e ocupando a pauta de discussões de profissionais de todas as áreas, é a do porte de armas sem o controle do Estado e, principalmente a existência de um mercado ilegal de armas, como agravantes do aumento da violência.

O mercado ilegal de armas é poderoso, forte e de fácil acesso, sendo mais fácil a compra de armas por este meio do que em loja autorizada.

Segundo dados do jornal O Estado de São Paulo, de 26 de setembro de 1996, - 66.870 pessoas tinham armas, no ano de 1994 ; no ano seguinte, 10.152. Em 1996,- 8.000 contam como possuidoras de registro de porte de armas, o que nos leva a crer que houve um decréscimo na compra no mercado legal, ou autorizado, para usos pessoais.

Os dados mostram essa queda de vendas do mercado legal de armas. Em contra partida, o mercado ilegal de armas tem um ritmo crescente e acelerado, com fácil acesso e sem fiscalização.

O avanço tecnológico que desenvolve armas cada vez mais potentes, o mercado paralelo de compra e venda, os jogos computadorizados, os filmes, desenhos que trazem a violência como mote principal, formam uma rede de situações que contribuem para o aumento da violência sobretudo entre as crianças e os jovens.

Os gloriosos anos 50, anos de rebeldia, onde os jovens se inspiravam em James Deam, podem ser vistos com os olhos de hoje como de vivência, de maneira intensa, e romântica, dos conflitos em suas relações., As brigas eram de turmas e os enfrentamentos, com socos, palavrões, etc.

Os anos 60 e 70 vivem a mensagem do PAZ e AMOR, o movimento hippie trouxe em plena ditadura militar a mensagem da não violência.

As últimas décadas 80 e 90, sobretudo a de 90, são marcadas por uma avalanche de filmes, brinquedos, jogos computadorizados onde o que predomina é a luta, o combate, o poder. Os jovens de hoje, já com poucas expectativas de um futuro promissor, aprendem com seus ídolos, Stallone, Van Dame, Schaizneger, entre outros, que a violência é um meio de conquista para seus objetivos e as armas são um instrumento para isto.

Assim, as brigas, tão comuns na juventude, ganham um novo implemento: as armas.

O jovem transfere para a arma sua força, e esta lhe traz maior segurança. O resultado disto ,entre outros lugares, chega todos os dias às manchetes dos jornais:

"Menor confessa ter matado dentista no Bodega"
(O Estado de São Paulo, 27/8/96)

"Menores estão mais violentos em São Paulo"
(Folha de São Paulo, 26/7/96)

"O mundo do crime seduz filhos da classe média"
(Jornal da Tarde, 30/01/96)