"Será
que eu já ingeri um transgênico?"
Com toda a polêmica existente a respeito dos organismos transgênicos, essa é uma pergunta que certamente vai ser feita.
E se você é fã de batatinhas fritas importadas, uma resposta provável à sua dúvida é sim! você já deve ter provado o que hoje muitos chamam de "comida frankenstein" (frankenfood), um alimento cujos ingredientes são derivados de um organismo geneticamente modificado. Isso porque, nos EUA, existe uma batata de larga utilização que é produzida a partir de uma planta transgênica. A planta foi modificada para tornar-se resistente a uma praga que infesta as lavouras americanas. O fato de se utilizar, seja na alimentação, seja na indústria, ou na agricultura, uma planta transgênica ou, falando de uma forma mais ampla, um organismo geneticamente modificado, não deve ser, em si, motivo de horror. É uma questão para análise e merece toda consideração.
Cruzamentos
genéticos com plantas são feitos pelo homem há séculos.
Em 1865, Mendel apresentou
as leis da hereditariedadegenética descobertas através de
suas famosas experiências com pés de ervilhas. A utilização
do seus trabalhos começou no início do século 20,
com aceleração vertiginosa, desde então. Muitos alimentos
que vão normalmente à nossa mesa são fruto de aperfeiçoamento
genético. Claro, essas são modificações já
conhecidas, que aceitamos como naturais.
Com o advento da moderna biotecnologia, técnicas mais ousadas estão sendo introduzidas.
É normal que surjam muitas dúvidas sobre a segurança destas técnicas com relação à saúde de animais e de seres humanos e ao equilíbrio do meio ambiente.
O uso dos transgênicos tem levantado polêmicas aparentemente infindáveis. O bom senso recomenda evitar posicionamento extremado, seja a favor ou contra. Mas também recomenda prudência e responsabilidade por parte daqueles que detêm o poder de fabricar ou regular o uso dos transgênicos. Aliás, isso também se aplica aos demais produtos de consumo capazes de afetar a saúde das pessoas e o equilíbrio do meio ambiente. Se nossas populações caminham para níveis de conscientização cada vez mais elevados, é de se esperar que também as indústrias, os produtores agrícolas, os cientistas, o governo - todos, enfim, cujas funções se integram no atendimento à população - atuem de forma responsável.
Em qualquer caso, conhecimento é indispensável para que se possa emitir um parecer sensato sobre qualquer assunto.
Sem pretensão de esgotar aqui um tema de tamanha complexidade, esperamos simplesmente contribuir para a divulgação de alguns aspectos que consideramos fundamentais dos chamados organismos transgênicos, e com isso incentivar os leitores interessados a se aprofundarem no assunto através de fontes especializadas.