Chegamos a acreditar que a diferença entre o DNA de homens e chimpanzés seria menor que 2%. Isso era o que indicava a técnica desenvolvida por Dave Kohne e Roy Britten, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), nos EUA. Porém, segundo um trabalho posterior do próprio Britten, publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (2002), a diferença genética entre homens e chimpanzés seria um pouco maior, algo em torno de 5%. Ainda assim, é muito pouca diferença para explicar características tão diversas entre as duas espécies. Britten diz que a explicação poderia estar em regiões do DNA que controlam toda uma cadeia de genes. Os chimpanzés constituem a espécie mais próxima dos humanos. Logo, a análise comparativa do genoma humano e do genoma do chimpanzé pode trazer informações preciosas, impossíveis de se obterem comparando o genoma humano com o de outros animais. Uma pesquisa coordenada por Eric Green, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano (EUA), publicada em agosto de 2003, comparou o material genético do homem com pedaços de DNA de chimpanzé, babuíno, gato, cachorro, vaca, porco, rato, camundongo, galinha, paulistinha (um tipo de peixe) e duas espécies de baiacu (outro peixe) e concluiu que o homem e o chimpanzé estão mais próximos de roedores, como o rato, do que de carnívoros, como o cão e o gato. O estudo mostra também que os genes não seriam os únicos trechos ativos do material genético. Descobriu-se que há outros trechos que controlam os genes e que talvez tenham até mais funções. "Parece que 5 por cento do nosso DNA possui importância funcional, porém apenas um terço desse total é de genes," disse Green.
O cientista
sueco Svante Paabo, do Instituto Max Plank de Antropologia Evolutiva,
na Alemanha tenta dar algumas respostas iniciais para essa pergunta. |