História do Bugrão - Guarani Futebol Clube

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Pastinho: o primeiro Estádio do Bugre
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Início da Construção do Brinco de Ouro:1953
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Início da Construção do Brinco de Ouro:1953
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Brinco de Ouro - Campinas - SP - 2001
Praça Carlos Gomes numa tarde de sábado,1º de abril de 1911 e surgiu o Guarani Futebol Clube. O nome já havia sido definido por jovens estudantes que tinham como objetivo fundar um clube que representasse a cidade de Campinas com dignidade nos torneios existentes na época.

Confirmada a fundação, os jovens passaram a discutir sobre o nome da agremiação recém-fundada. Falou-se em Internacional, Paulistano e outros, até que o estudante de música José Trani deu a idéia de se fazer uma homenagem ao consagrado compositor Antônio Carlos Gomes, filho da própria Campinas (que havia falecido em 1896), dando ao clube o nome de Guarani, nome da ópera composta por Carlos Gomes, baseada no livro homônimo de José de Alencar, que havia feito enorme sucesso, não somente no Brasil, como na Europa, principalmente na Itália. 

E o apelido Bugre surgiu em razão do Guarani ser uma língua indígena - a figura do Índio.

Os grandes mentores dessa idéia foram Hernane Matallo (16 anos), seu primo Vicente Matallo (18) e Pompeu de Vito (15). Durante a citada reunião do dia primeiro de abril, Hernane, Vicent e e Pompeu convocaram alguns de seus amigos para expor a idéia e, após os devidos esclarecimentos, convidá-los a participar da fundação do clube. 

Aderiram ao projeto: Romeo de Vito (irmão de Pompeo, 16), Angelo Panattoni (16), Júlio Palmieri (16), Miguel Grecco (17), Alfredo Seiffert Junior (18), José Giardini (18) e Luiz Bertoni (19), todos descendentes de imigrantes italianos, que ganhavam a vida como operários ou eram aprendizes de alguma profissão. Para sustentarem o time, cada um deles passou a contribuir mensalmente com 500 contos de réis. 

A idéia foi aceita na hora, mesmo porque o nome de Carlos Gomes estava até mesmo na praça onde se reuniam (o que talvez não fosse somente coincidência, e sim sinal de um futuro brilhante) e porque Guarani era o nome de uma tribo, cujos os índios eram dota dos de grande coragem e espírito de luta que, ainda segundo os fundadores, viriam a caracterizar o time quando este estivesse em campo. 

Os primeiros treinos do Guarani foram feitos na Praça Carlos Gomes e na Praça Correa de Mello. Mas como era imprescindível a existência de um campo, os fundadores "descolaram" o Ground da Vila Industrial na Rua Dr. Salles de Oliveira na junção com a Francisco Theodoro, pertinho do jornal Diário do Povo (ao lado da Vila São Vicente de Paulo, onde hoje há uns prédios novos). O campo da José Paulino foi usado após o final de 1913 e ali mesmo, em 15 de julho de 1923, foi inaugurado o "Pastinho".  um local que reformado ficou como campo oficial para treinos e jogos do Bugre.

Quanto às cores, venceu a proposta de Romeu de Vito que, fazendo referência à grama sobre a qual se sentavam e à luz do dia que os iluminava, deu a idéia do uniforme vir a ser verde e branco. Apesar da aceitação, inicialmente, o Guarani viria a atuar com camisas brancas, que eram providenciadas pelos próprios jogadores. 

Aliás, a definição do primeiro uniforme oficial completo somente se deu no dia 12 de outubro de 1911, numa eleição, vencida por Gonçalo Alves, que definiu que o clube campineiro viria a jogar com calça branca, tendo filetes verdes nas bordas, meias e faix a (ou cinta) verdes, camisa branca com colarinho, gravata e punhos verdes. 

No final deste mesmo ano, Giácomo Bertoni, pai do fundador Luiz Bertoni, trouxe de Milão, na Itália, o primeiro jogo de camisas listradas em verde e branco, e o Guarani passou, então, a usá-lo. Após a escolha das cores, foi eleita a diretoria provisória, que duraria apenas uma semana, quando foi alterada. A primeira diretoria: Presidente, Vicente Matallo; Secretário, Pompeo de Vito; 1º Capitão, Luiz Bertoni; 2º Capitão, Alfredo Seiffer t Júnior; 1º Fiscal, Angelo Panattoni; 2º Fiscal, José Trani; Procurador, Julio Palmieri. 

A última decisão tomada nesta primeira reunião foi, no mínimo, curiosa: os jovens desportistas resolveram que a data oficial de fundação do Guarani Foot-Ball Club seria a do dia seguinte, 02 de abril de 1911, já que, desde aquela época, primeiro de abril era conhecido como "o dia internacional da mentira", e isso poderia causar futuras gozações... 

Oito dias após a primeira reunião, no dia 09 de abril de 1911, o grupo fundador reuniu-se em assembléia geral, a fim de formar uma comissão que elaboraria o estatuto do Guarani. Além dos fundadores, estavam presentes outros desportistas como Adalberto Sar mento, Aurélio Roveri, Francisco Olivieri, Paulino Montandon e Raphael Iório. 

Nessa Assembléia foi votada a primeira diretoria oficial, que teria mandato de um ano, ficando assim constituída: Presidente, Vicente Matallo; Vice, Adalberto Sarmento; 1º Secretário, Raphael Iório; 2º Secretário, Paulino Montandon; Tesoureiro, Pompeo de Vito; 1º Capitão, Luis Bertoni; 2º Capitão, Francisco Olivieri; 1º Fiscal, Antonio de Lucca; 2º Fiscal, José Trani; Procurador, Aurélio Roveri. 

Os primeiros treinos do Guarani foram feitos na própria Praça Carlos Gomes ou, ainda, na Praça Correa de Mello. O primeiro campo propriamente dito surgiu quando uma comissão de dirigentes do clube conseguiu, junto ao então prefeito Heitor Penteado, o Ground da Vila Industrial, que ficava próximo à Vila São Vicente de Paula, mais exatamente entre as ruas Francisco Teodoro e Sales de Oliveira. 

Os próprios associados do Guarani capinaram o gramado, montaram traves de bambu (que eram desmontadas após cada treino, senão eram roubadas) e, finalmente, no dia 23 de abril de 1911, um domingo, puderam eles mesmos realizar o primeiro treino nesse campo . Em 1913, o Ground da Guanabara passou a ser o novo local de treinos. Lá, anos antes (mais especificamente em 18 de junho de 1911), havia sido realizado o primeiro jogo da história do Bugre, do qual se tem conhecimento. 

Foi contra o S. C. XV de Novembro, que saiu vencedor por 3 a 0. As equipes: Guarani - Henrique, Bertoni e Giardini; Camões, Pereira e Oliveira; Grecco, Gonçalo, Walter, Russo e Vito; XV de Novembro - Juca, Domingos e Meirelles; Luca, Cormanick e Vernio; Miguel, Eurico, Langone, Luiz e Sampaio. A segunda partida, também realizada no Guanabara, contra o recém-fundado Sport Club Corinthians Paulista, marcou a primeira vitória do time campineiro: dois a zero. A equipe bugrina: Oliveira, Bertoni e Gonçalo; Marotta, Nick e Camões; Miguel, Trani, Fritz, Romeo e Grecco. 

Em 1920, na gestão de Carmine Alberti, o Guarani finalmente adquiriu, de forma definitiva, o Ground Guanabara. Para essa compra, muito contribuiu o sócio Egydio de Souza Aranha, sobrinho da proprietária do terr eno, que intermediou as negociações, conseguindo preço e forma de pagar mais razoáveis.  

A diretoria bugrina nomeou, então, a comissão "pró-estádio", cujo líder foi João Pereira Neto. Através de bingos, rifas e quermesses, a citada comissão foi levantando a quantia necessária para a construção do primeiro estádio de futebol da cidade de Camp inas, que viria a ser inaugurado em 15 de junho de 1923. Denominado à época como "Estadium do Guarany" (e mais popularmente conhecido como "Pastinho"), este foi, por muitos e muitos anos, o palco de inúmeras partidas inesquecíveis na história do Bugre campineiro. 

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O primeiro jogo ( conhecido ) do Guarani foi em 18 de junho de 1911 e defendiam o verde e branco: Henrique, Bertoni, Giardini, Camões, Pereira e Pereira. Oliveira, Grecco e Gonçalo. Walter, Russo e Vito. E o Bugrão perdeu por 3x1 para o XV de Novembro.

Os 20 mil m² do "Pastinho" foram trocados por uma área de 50 m² no Jardim Baronesa, local onde é hoje o 'Brinco de Ouro" com capacidade para 50 mil torcedores.

O nome Brinco de Ouro foi dado em razão do jornalista João Caetano Monteiro Filho,  dar como manchete no jornal Correio Popular "Brinco para a Princesa". Pronto, ficou, para a história.

O Estádio foi inaugurado em 31 de maio de 1953 num jogo contra o Palmeiras. O Guarani venceu por 3x1, com gols de Nilo ( o primeiro gol no Estádio ), Dido e Augusto. Lima descontou para o Palmeiras.

Com certeza, uma destas memoráveis partidas foi o jogo de inauguração do estádio contra, nada mais, nada menos, o C. A. Paulistano, de Arthur Friedenreich e Cia, clube que já havia conquistado sete campeonatos paulistas, incluindo-se aí um tetracampeonato . O jogo foi, verdadeiramente, um acontecimento social: os homens escolheram seus melhores paletós e chapéus, e as mulheres seus mais bonitos vestidos a fim de presenciarem o espetáculo. 

O Paulistano havia sido trazido através da influência do benemérito bugrino Nagib José de Barros, que ainda teve a honra de apitar a partida. A festa se iniciou com o pontapé inicial do prefeito Miguel Penteado e terminou em delírio, delírio este vindo d a torcida campineira, que não cansaria de comemorar o brilhante triunfo do brioso Guarani, vencedor da batalha que teria um placar final de um a zero, gol de Zequinha, aos 41 do 2° tempo. As equipes: Guarani - Pacheco, Joca e Tavares; Deputado, Juca e Jo aquim; Miguel, Zequinha, Barbanera, Nerinho e Pilla; Paulistano - Tidoca, Clodoaldo e Guarany; Sérgio, Tango e Abate; Formiguinha, Hermógenes, Friedenreich, Mestre e Netinho. 

O tempo se passou e o futebol foi se reformulando através dele. Veio o profissionalismo e as exigências para que um clube se mantivesse foram crescendo. Dessa forma, o Guarani, que lutava para ascender à Divisão Especial do futebol paulista (a lei de ac esso havia sido criada em 1948, dando oportunidade às equipes do interior de participarem do Campeonato Paulista), começou a vislumbrar novos projetos que incluíam, a princípio, a reforma ou a reconstrução do estádio do "Pastinho". 

Porém, chegou-se à conclusão de que o terreno era impróprio para a grandeza do Bugre (mesmo porque, além disso, a rival Ponte Preta estava construindo um estádio para 40.000 pessoas, o Moyses Lucarelli, que viria a ser inaugurado em 1948) e uma nova comis são foi formada com o intento de conseguir um terreno apropriado para a construção de um novo estádio. Esta comissão, liderada por Antônio Carlos Bastos, fechou negócio com a Sociedade de Imóveis e de Administração Ltda, trocando o terreno do Ground Guan abara por uma área de 50.400 mý na Chácara Baronesa, no local conhecido como "Baixada do Proença", pagando ainda, parceladamente, dois milhões de cruzeiros, referentes à diferença de valor entre os terrenos. 

Após serem feitas a sondagem e a terraplanagem da área comprada, foi contratado o arquiteto Ícaro de Castro Melo, o mesmo que projetou o Maracanã, para que o estádio ficasse o mais bonito e moderno possível. O nome do estádio surgiu quase por acaso: ao ver a foto da maquete, o jornalista João Caetano Monteiro Filho, do Correio Popular, achou o projeto parecido com um brinco, por causa do formato arredondado, e, aproveitando-se do apelido da cidade de Campinas, Princesa D'Oeste, batizou o estádio como "Brinco de Ouro para a Princesa". Era quase uma brincadeira, mas a torcida bugrina gostou. Passou então a chamá-lo de "Brinco de Ouro", e mais tarde de Brinco de Ouro da Princesa, nome que acabou se tornando oficial. 

Finalmente no dia 31 de maio de 1953, ainda contando com improvisadas arquibancadas de madeira, inaugurou-se o portentoso estádio "Brinco de Ouro da Princesa", com capacidade para 35 mil pessoas. O adversário do Guarani foi o Palmeiras, e, debaixo de muita chuva, o bugre campineiro venceu por 3 a 1, cabendo ao meia-direita bugrino Nilo a honra de marcar o primeiro gol do jogo, o primeiro no novo estádio, aos 44 minutos do tempo inicial, numa bela cobrança de falta que deixou o goleiro palmeirense , o argentino Rugilo, a ver navios. Dido e Augusto (Guarani) e Lima (Palmeiras) fecharam o placar. 

A excelente vitória sobre o Palmeiras deveria ser um indício de futuros sucessos, e foi: mais de vinte e cinco anos depois, o então inimaginável dia 13 de agosto de 1978, tornaria-se o mais importante da história do Guarani, pois, no mesmo estádio, e diante do mesmo adversário, o bugre se consagraria Campeão Brasileiro, vencendo novamente o alviverde do Parque Antártica, só que dessa vez por um a zero. Após esse título, uma nova reforma fez com que a capacidade do Brinco pulasse para 50.000 pessoas e tor nando o estádio um dos maiores e mais modernos do país. 

Quando o Brinco foi inaugurado, em 1953, o Guarani já estava na Divisão Especial. Aliás, o Bugre havia subido em 1949, sendo o segundo clube do interior de São Paulo a ascender a esta divisão (o primeiro foi o XV de Novembro) da qual nunca mais desceria. Este fato se transforma num grande motivo de orgulho para a torcida bugrina ao se saber que o Guarani é o único clube interiorano que nunca caiu para a segunda divisão. 

Apesar desse feito, suas participações na Divisão Principal não convenciam. Sua torcida teve que esperar até 1970, quando o clube começou a se firmar entre os grandes da capital, conquistando a Taça dos Invictos, (troféu de posse provisória concedido à a gremiação que ficasse mais jogos consecutivos, válidos pelo Campeonato Paulista, sem ser derrotado). Fazendo campanhas cada vez mais convincentes dentro do Estadual, o Guarani passou, então, a ter destaque nacional. 

Em 1973, foi convidado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos, então entidade máxima do futebol brasileiro) a participar do Campeonato Nacional, e não decepcionou: foi o décimo quinto entre os quarenta participantes. Neste mesmo ano chegou às semi finais do Paulista, confirmando a boa fase. A partir do ano seguinte, foi galgando melhores posições no Campeonato Brasileiro, sendo 11° em 1974, 10° em 75 e 9° em 76. Caiu para a 24° colocação em 77 até chegar ao auge em 78, quando conquistou o título. 

Ainda em termos de campeonatos nacionais, foi campeão da Taça de Prata (segunda divisão) em 1981; 3° colocado em 1982 (quando o ataque bugrino, formado por Lúcio, Careca e Êrnani Banana, devidamente acompanhado pelo meia Jorge Mendonça, bateu o recorde de média de gols em um só campeonato (3,15), fazendo 63 gols em 20 jogos); 6° em 84; vice-campeão em 86, perdendo apenas nos pênaltis para o São Paulo; novamente vice em 87, quando venceu o módulo amarelo juntamente com o Sport, perdendo para o mesmo adversário quando da final propriamente dita; 6° em 93; e 3° em 94. 

Agradecimentos aos amigos que me ajudaram a fazer esta Home Page.

Ao Javé, Matias ( o infeliz é corintiano) , Joca, Carlo, Silvio, SergiãodaJúliaTricoloreôeô, Rafael e tantos outros que me deram uma força tremenda.
Os Textos foram retirados de reportagens de jornais diários da cidade.
As fotos antigas que estão nessa página foram gentilmente cedidas pelo Grupo de Informação e Pesquisa Histórica do Guarani. Um belíssimo trabalho e aqui deixo um agradecimento especial.
VIVA O BUGRE !!!!!!!!!!!!!!!
Obrigado a todos..