Principal

Ednilsom Montanhole

Psicólogo Escolar

Psicólogo Escolar

ATUAÇÃO NA OPINIÃO DE PROFESSORES E DIRETORES DE ESCOLAS PÚBLICAS

CAMPINAS - SP

1996

GISELE ROSSI

Dissertação apresentada ao Departamento de Pós-Graduação em Psicologia Escolar do Instituto de Psicologia da PUCCAMP, como requisito para obtenção do título de mestre em Psicologia Escolar.

Orientador: Prof. Dra. Solange Múglia Wechsler

Campinas

1996

Gisele Rossi

MEMBROS DA COMISSÃO

____________________________________

Profa. Dra. Yvonne Gonçalves Khouri

______________________________________

Profa. Dra. Raquel Souza Lobo Guzzo

____________________________________

Profa. Dra. Solange Múglia Wechsler

Presidente

Campinas, 29 de fevereiro de 1996.

ÍNDICE

  • Índice de Tabelas
  • Índice de anexos
  • Agradecimentos
  • Resumo
  • Abstract
  • Apresentação

CAPÍTULO I - A Psicologia e o Psicólogo Escolar

  • Uma Breve Abordagem Histórica Nacional e Internacional
  • Atribuições, Funções e Características Profissionais
  • Atuação Profissional: Propostas Nacionais e Internacionais

CAPÍTULO II - O Psicólogo como Consultor Escolar

  • Definições e Objetivos da Consultoria
  • Consultoria: Uma Breve Perspectiva Histórica
  • O Consultor Escolar e suas habilidades Específicas
  • Pesquisa em consultoria
  • Objetivos De Pesquisa
  • Hipóteses

CAPÍTULO III - Método

  • Sujeitos
  • Material
  • Procedimento

CAPITULO IV - Resultados, discussão e conclusões

  • Resultados e discussão
  • conclusões

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 108

ANEXOS 125

iii

ÍNDICE DE TABELAS

  • Tabela 01 - Descrição da Amostra - Professores
  • Tabela 02 - Descrição da Amostra - Diretores e Vice-Diretores
  • Tabela 03 - Necessidades encontradas no trabalho do professor
  • Tabela 04 - Dificuldades encontradas por professores em sala de aula
  • Tabela 05 - Dificuldades encontradas por diretores em sua rotina de trabalho
  • Tabela 06 - Atitudes tomadas por professores e diretores frente as necessidades encontradas
  • Tabela 07 - Atitudes tomadas por professores e diretores diante das dificuldades encontradas
  • Tabela 08 - Recursos humanos, didáticos ou organizacionais utilizados no desempenho das atividades diárias
  • Tabela 09 - População alvo do trabalho do psicólogo na escola
  • Tabela 10 - Expectativas em relação aos serviços do psicólogo
  • Tabela 11 - Funções do Psicólogo na escola
  • Tabela 12 - Profissionais com os quais professores e diretores estabeleceram contato de trabalho na escola
  • Tabela 13 - Experiência de trabalho conjunto de professores e diretores com psicólogos
  • Tabela 14 - Classificação de professores e diretores, da atuação de psicólogos na escola
  • Tabela 15 - Tipo de atuação do psicólogo na escola
  • Tabela 16 - Profissionais mencionados como úteis ao trabalho de professores e diretores na escola
  • Tabela 17 - Expectativas sobre as possibilidades de atuação do psicólogo na escola
  • Tabela 18 - Grupos para os quais poderiam se estender os serviços do psicólogo

iv

ÍNDICE DE ANEXOS

  • ANEXO I - Questionário de professores
  • ANEXO II - Questionários de diretores
  • ANEXO III - Correlação entre juizes

v

AGRADECIMENTOS

Foram muitas as pessoas que, de diferentes formas, colaboraram e possibilitaram a realização deste trabalho.

Algumas, presentes e envolvidas, sempre impulsionando e estimulando a cada momento; outras, de maneira mais discreta e distante, mas não menos importantes. Todos, amigos íntimos ou não, participaram de forma ímpar e decisiva neste meu processo de amadurecimento pessoal e profissional.

Aos amigos, que aqui não haveria espaço suficiente para nomeá-los , agradeço o interesse e a paciência.

As professoras Ana Aragão e Silvia Pinto de Moura, o começo de tudo

A professora Maria Helena Melhado, pelo empurrãozinho final

A todos os professores do Departamento de pós-graduação, em especial á professora Raquel Guzzo, educadora, colaboradora e impulsionadora, pelo seu conhecimento e acolhida, e a Solange Wechsler, orientadora e mentora deste trabalho.

Aos professores Samuel Pfromm Netto, Ralf Carlson e Reinaldo Benassi, pelo conhecimento, pelo carinho e segurança.

Aos mais que amigos, Ricardo Primi, Marcelo Moreno e Marcos Benassi, consultores e companheiros compreensivos, de muitas jornadas.

Aos companheiros Ângela Soligo e Francisco Oliveira

Aos meus pais e familiares, por estarmos aqui

Aos colegas e funcionários do Departamento de Pós-Graduação de Psicologia da PUCCAMP, sempre presentes

E à agência financiadora deste trabalho, CNPq.

Sem outras palavras,

Meu muito obrigado.

RESUMOS

Rossi, G. (1996). Psicologo Escolar: atuação na opinião de profesores e diretores de escolas públicas. Dissertação de mestrado apresentada ao Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, S. Paulo. (147 pgs).

RESUMO

Muito já se escreveu sobre a Psicologia e o Psicólogo Escolar. A identidade profissional tem sido tema constante em discussões e pesquisas que buscam compreender o papel, as características e as funções do psicólogo escolar. Mesmo tanto tempo após a regulamentação da psicologia enquanto profissão, este profissional ainda se sente confuso quanto a sua identidade e suas possibilidades de atuação. Como objetivos desta pesquisa, pode-se apontar a intenção de delinear formas de atuação do psicólogo escolar que pudessem atender as necessidades, dificuldades e expectativas de professores e diretores de escolas públicas como também verificar a possibilidade de adequação do modelo de consultoria ao sistema educacional brasileiro pelo psicólogo escolar como forma de suprir tais necessidades. Os resultados obtidos indicam que a psicologia e o psicólogo escolar tem um vasto caminho á percorrer no sentido de ser reconhecido e conquistar espaço na instituição escolar e para tanto, deve utilizar-se de vários modelos de atuação, sendo um deles a consultoria escolar, remetendo-se a um trabalho multidisciplinar de cooperação e prevenção, atuando como profissional em saúde mental. A equipe escolar pouco tem se utilizado dos serviços deste profissional, embora reconheça a sua necessidade, o que abre espaço para a sua inserção desde que capacitado para entender as necessidades da escola.

vii

Rossi, G. (1996). School Psychologist: action in teachers and principals of public schools opinion . Master dissertation presented to the Institut of Psychology of Pontifícia Universidade Católica de Campinas, S. Paulo. (147 pgs).

ABSTRACT

A great quantity of material has been accumulated about psychology and school psychology. Professional identity ia an issue often discussed and investigated in order to understand the school psychologist’s roles, characteristics and functions. Although Psychology as profession was regulated as long time ago, there is still confusion about this professional’s identity and working possibilities. Therefore, the acceptable purpose of this research was to indicate models for school psychologists to provide best services to attend teachers and principal’s needs, difficulties and expectations. Another objective was to verify if the consultation model was aceitable to the Brasilian education system. The obtained results indicated that psychology and School Psychologisty need to be more recognized in the schools. Various working models have to be used where school consultation is included. Therefore, it is recommended to the school psychologisty the role of a mental health agent, working im a multidisciplinary tean in a collaborative and preventive model. The staff has seldom requested the school psychologist’s services although the importance of his/her function is understood. Concluding, if the school psychologist is well prepared there will be oppotunities for a valuable practice in our education.

APRESENTAÇÃO

APRESENTAÇÃO

Sempre houve e sempre haverá uma necessidade muito grande em se vislumbrar novas possibilidades no que diz respeito ao trabalho do psicólogo escolar, até para que se possa redimensionar e ampliar as perspectivas de atuação profissional com constância proporcional ao desenvolvimento sócio-cultural do país e as premências decorrentes, junto a população atendida por este profissional.

Identificar quais as necessidades e expectativas e quais os modelos de atuação do psicólogo no contexto escolar atual, são os motivos que impulsionam o andamento deste projeto.

No capítulo inicial deste trabalho serão abordados os aspectos históricos do desenvolvimento da psicologia escolar nacional e internacionalmente e serão descritos os modelos teóricos que determinam as ações e funções como também as características do profissional na área, propostas de atuação ao profissional numa perspectiva nacional e também internacional, também serão descritas

Definições do psicólogo escolar, fatores que determinam dificuldades na prática cotidiana, a identidade e o despreparo profissional e algumas pesquisas que buscam clarificar e impulsionar a atuação profissional, serão aqui encontradas, no primeiro capítulo.

No capítulo seguinte, surge a consultoria como processo preventivo e como um caminho, uma via de entrada à atuação e aceitação do psicólogo no ambiente escolar; uma forma de sensibilizar a população envolvida, tendo como objetivo a resolução de problemas de maneira colaborativa, visando o restabelecimento e a manutenção da saúde mental da criança ainda em fase escolar.

Os propósitos e conceitos encontrados na literatura nacional e internacional sobre consultoria escolar, quanto ao processo de consultoria e o consultor escolar , serão comentados no segundo capítulo .

Uma breve perspectiva histórica que remete ao desenvolvimento da consultoria enquanto processo e as pesquisas atuais na área, são assuntos abordados neste segundo capítulo, incluindo-se os objetivos de pesquisa, assim como as hipóteses desenvolvidas.

O capítulo 3 fará a descrição da metodologia de trabalho, dos sujeitos, material e procedimentos utilizados. Finalmente, no capítulo 4, apresenta-se o delineamento dos resultados obtidos, afim de traçar diretrizes para o desenvolvimento da psicologia escolar.

CAPÍTULO I

CAPÍTULO I

A Psicologia e o Psicólogo Escolar

Ainda hoje, muito se discute a respeito do papel do psicólogo na área escolar, na busca de uma identidade profissional permeada por objetivos claros, que possam determinar uma atuação mais direcionada.

Pode-se dizer que uma nova trajetória vem sendo traçada na psicologia escolar brasileira; muitas mudanças estão ocorrendo, orientadas, talvez, pela própria prática profissional, direcionadas à descoberta de novos rumos na atuação.

Na concepção de Pfromm Netto (1985):

          "São antigas, íntimas e fecundas as relações entre psicologia e a escola" e acrescenta ainda, "que hoje em dia, acha-se mais ou menos conciliada a diferenciação entre psicologia educacional e psicologia escolar, muito embora essas especialidades tenham muita coisa em comum..." (pg 13-1 13-2).

O autor esclarece, ainda, no decorrer de seu texto, que os psicólogos educacionais são predominantemente propensos a trabalhar como docentes pesquisadores em instituições de ensino e os psicólogos escolares dedicam-se mais ao diagnóstico, à intervenção e ao aconselhamento de crianças e adolescentes, podendo, inclusive, atuar como consultores a docentes, pais e diretores.

Mas há autores, como Almeida e Guzzo (1992), que consideram psicologia escolar e educacional como equivalentes:

          "A psicologia da educação, área mais geral e teórica, refere-se à investigação e à formação de professores e agentes educativos, enquanto que a psicologia escolar focaliza a intervenção e atuação dos profissionais psicólogos" (pg.118),

e ressaltam, também, a necessidade de se considerarem as realidades distintas entre os diferentes países, no que diz respeito à conceituação e aos limites das atividades profissionais.

Del Prete (1993), traçando um paralelo entre psicologia educacional e educação, menciona que:

          "Com base em algumas considerações sobre a história das relações entre psicologia e educação, defende-se que a identidade do psicólogo, pelo menos no contexto educacional brasileiro, deveria estar vinculada à sua autodenominação enquanto psicólogo escolar/educacional... as relações entre psicologia escolar e educação têm sido abordadas geralmente em um sentido unidirecional de contribuições da primeira à segunda, requeridas e/ou propostas antes mesmo do surgimento da psicologia como ciência"(pg126).

Continua afirmando que a psicologia escolar surge "no bojo" da psicologia educacional, com o intuito de profissionalizar e atender, assim, a demanda educacional.

A psicologia escolar é uma área desconhecida pelos profissionais de educação, sejam eles professores, diretores, "burocratas das delegacias de ensino" ou estudantes de psicologia que atuam sob um olhar ultrapassado e restrito no que se refere ao que pode ser desenvolvido pelos psicólogo escolar. A expectativa que se tem sobre os serviços que um psicólogo pode prestar, volta-se para a psicologia clinica, ou seja, restringe-se ao atendimento do aluno problema, na tentativa de diagnosticar e modificar comportamentos considerados inadequados.

(Ribeiro e Guzzo, 1987) afirmam que:

          "O psicólogo escolar deve ter objetivos mais amplos do que remediar problemas individuais. Se o trabalho do psicólogo na escola se restringir ao atendimento do aluno-problema, estará não só limitando sua atuação, a qual poderia, se de outra forma, atingir um número maior de estudantes, como também estará contribuindo diretamente para a manutenção do modelo educacional vigente e que é a origem e a causa de muitos dos problemas encontrados nas escolas( pg 88).

Diante de tantos questionamentos não fica difícil imaginar quão conturbada e nebulosa se faz a atuação deste profissional que ainda procura respostas e modelos teórico-práticos que embasem seu trabalho. O que acontece, na maioria das vezes, é que o profissional não consegue desvincular-se das expectativas sobre seu desempenho. Além destes obstáculos, Novaes (1992) classifica, em quatro níveis, as dificuldades básicas de atuação profissional: 1. individuais - que se referem aos problemas pessoais; 2. profissionais - que abrangem postura, motivação, problemas de formação, pouco conhecimento do campo de trabalho e de seu espaço profissional; 3. sociais - onde aponta os próprios grupos com os quais se trabalha nas escolas e suas dificuldades como condições econômicos, a carência e o sistema de ensino e o institucional; 4. de resistência à aceitação do profissional, que, muitas vezes, é percebido como figura ameaçadora e persecutória e inclui a superposição de papéis, a falta de liberdade de ação dentro da escola entre outros tantos.

Eiserer (1971) também aponta fatores que limitam e influenciam a atuação do psicólogo na escola: 1. a comunidade - que tem refletido na escola suas limitações e defeitos, assim como seus valores e aspirações. São estes aspectos que determinam as expectativas sobre a contribuição que o psicólogo oferece ao cumprimento dos objetivos educacionais; 2. a escola - que pode ser considerada em si mesma como um sistema social com expectativas, reforços, castigos e níveis hierárquicos próprios que podem afetar, determinar e até modificar a atuação profissional e o trabalho do psicólogo escolar, "se um diretor de escola têm atitudes negativas pela psicologia ou, por algum motivo, pelo psicólogo, é pouco provável que se utilize destes serviços de forma ampla e beneficiosa" (pg 24); 3. programas de capacitação e formação - onde as universidades é que são responsáveis pela influência que exercem sobre a definição das funções do psicólogo e suas linhas de atuação. O autor aponta para o fato de que "não se pode exigir que os psicólogos cumpram tarefas para as quais não receberam instruções suficientes... tanto as universidades quanto as escolas tem a missão estratégica de modelar a nova profissão do psicólogo" (pg 26); 4. a imagem profissional de si mesmo - já que alguns profissionais reagem frente ao que os demais esperam dele e fazem o possível para satisfazer suas expectativas, anulam-se, acomodam-se... "a avaliação permanente de sua própria imagem profissional pode ser a melhor aliada para o seu aperfeiçoamento"( pg 30).

Refletindo em torno destas questões, podemos apontar alguns dos motivos que colaboram para as dificuldades profissionais encontradas pelos psicólogos, como a falta de identidade profissional, a formação acadêmica e a realidade educacional brasileira que conta com escolas, principalmente as de rede pública, que ainda não trabalham seguindo diretrizes comuns, padronizadas e integradas entre si.

Frente às duvidas e despreparos que o psicólogo enfrenta em sua atuação, este depara-se ainda com sua própria inadequação em determinados contextos. Santos (1989) atribui as deficiências deste profissional à influência que "valores, atitudes, preconceitos e estereótipos relacionados à psicologia, exercem sobre as representações que modelam suas expectativas e aspirações acadêmicas e profissionais" (pg 6). Acredita ainda que o psicólogo, em sua especialidade, se defronta com práticas pouco científicas e baseadas em conceitos de senso comum que acabam por "banalizar" a psicologia, vulgarizando e distorcendo as aplicações dos seus métodos e técnicas influenciando na imagem da profissão. Mello (apud Santos 1989), concorda ao dizer que:

          "a imagem adequada da profissão só pode ser mantida e criada através de atividades e de serviços que os profissionais prestam ao público. A demarcação das fronteiras entre a competência e as práticas não científicas só poderão consolidar-se à medida que o próprio psicólogo possua uma imagem adequada da função social da profissão e estenda os seus conhecimentos e técnicas a uma parcela considerável da população" (pg 7).

A influência de modelos internacionais também se faz significativa em relação às dificuldades de atuação e na imagem do papel profissional. Os parâmetros para atuação são comumente procurados dentro de um âmbito internacional a fim de propiciar um modelo mais amplo e adequado de intervenção que acaba na implantação destes modelos que, com freqüência, não se adaptam ao contexto e à realidade das escolas brasileiras, resultando na obtenção de resultados pouco eficientes, contribuindo para o descrédito e inadequabilidade profissional.

Para que se possa entender melhor o caminho que traça e como se chega à imagem social que tem, hoje, a psicologia e seu profissional, se faz necessária uma retomada histórica. Então, de onde vem a psicologia escolar? Quem é o psicólogo escolar? Quais os modelos dos quais se utiliza? Como se dá sua formação profissional?

Uma Breve Abordagem Histórica Nacional e Internacional

Abordagem Nacional

Na perspectiva de Oakland e Sternberg (1993), o desenvolvimento da psicologia em diversos países difere entre si, além de sofrer a influência de aspectos específicos da psicologia que se desenvolve nos países ocidentais.

Na realidade brasileira, a história da psicologia escolar caminha paralelamente ao próprio desenvolvimento histórico da psicologia enquanto ciência no mundo, desenvolvimento este que acompanha e se adequa às mudanças ocorridas nas áreas educacional e social de diferentes momentos históricos do país.

Oakland e Cunnigham (1995), afirmam que "a preparação em psicologia, incluindo a psicologia escolar, é influenciada, em parte, e especialmente pela história, cultura e economia de cada país" e apontam como fundamentais, as diferenças internacionais na distribuição de serviços da área (pg 2).

Sempre norteada pelo desenvolvimento histórico da psicologia enquanto ciência, a psicologia escolar também está ligada ao desenvolvimento da educação no país. Utilizada como meio de difusão da psicologia, as escolas sediavam laboratórios de estudos marcados como produtores e disseminadores de conhecimento, principalmente através do ensino normal, destinado à formação de professores.

É conhecido como marco inicial da chamada psicologia escolar, o trabalho de Wundt, que, após a criação do Laboratório Experimental de Psicologia, no ano de l879, deixa de ser apenas uma ramificação da filosofia para ser reconhecida como ciência. Nesta época, século XIX, enquanto contexto social, encontra-se a consolidação do capitalismo como forma de organização econômica nas sociedades ocidentais, regida pelo liberalismo, onde a sociedade feudal era substituída pela burguesia, o que possibilitava a superação do estado de servidão e a ascensão social obtida por méritos pessoais. Em paralelo, a atividade científica caminha em busca de conhecimento sobre as formas de adaptação dos variados organismos ao meio; à psicologia experimental delega-se a função de determinar os padrões de comportamento normais e anormais, como um modelo. (Souza, 1992).

A educação, neste momento, é vista pelo estado capitalista como uma saída à homogeneização dos indivíduos na tentativa de se providenciar mão de obra especializada para acompanhar o desenvolvimento do setor produtivo.

Ao final do século XIX, os ideais da sociedade burguesa não haviam sido alcançados, ou seja, a existência de uma sociedade livre e justa onde o homem ascenderia por seu mérito pessoal através da igualdade social. A educação era vista como provedora de recursos para o desenvolvimento deste homem. Mas o que aconteceu na verdade, é que a igualdade tão desejada não chega a ser alcançada pelas diferenças individuais que hoje reconhecemos em cada pessoa e que na época não foi considerada ( Souza, 1992).

Ainda sob a perspectiva deste autor, a partir deste contexto, a psicologia passa a ter a função de verificar, explicar e mensurar as diferenças individuais no desenvolvimento da inteligência e personalidade. Nomes como Galton, Simon e Binet evidenciam-se, entre outros pelo desenvolvimento de instrumentos de mensuração, os primeiros da psicologia, para diagnosticar e avaliar problemas de aprendizagem em crianças.

Nasce então, a psicologia escolar, atrelada à psicometria desenvolvendo inicialmente atividades de avaliação, diagnóstico, encaminhamento de crianças com problemas escolares, nos mais diversos aspectos da aprendizagem.

          "A psicologia escolar no Brasil teve seu inicio marcado mais pela psicometria. ... Era uma atuação marcadamente remediativa com nuances do modelo médico dentro da situação escolar" (Guzzo e Wechsler 1993, pg 43).

Para Souza (1992) e Leite (1991), no Brasil, o caminho da psicologia escolar inspirou-se no modelo europeu existente, influenciado, nos princípios do século XX, pela criação do Gabinete de Psicologia Científica da Escola Normal Secundária de São Paulo - 1914, cuja produção teórica baseava-se na psicofísica e psicometria. Um outro marco nacional, foi a fundação da Clínica de Orientação infantil, junto ao Serviço de Inspeção Médico-Escolar do Instituto de Higiene de São Paulo, em 1938 por seu fundador, Durval Marcondes. Instaura-se, portanto, o que podemos chamar de modelo clínico de atuação, onde as atividades eram realizadas em consultórios particulares, longe do ambiente escolar. Achava-se, então, que o comportamento se determina por fatores externos ao indivíduo, onde o ambiente se torna secundário.

Na concepção de Pfromm Neto (1995a) , em artigos sobre os "Pioneiros da Psicologia Escolar" no Brasil podem representar-se por Manoel Bergstrom Lourenço Filho, que, formado em magistério no ano de 1917, tem sua carreira docente iniciada no ano de 1920, quando assume o cargo de professor substituto em pedagogia e educação cívica em São Paulo. De 1921 até 1924, Lourenço Filho foi professor de psicologia e pedagogia em Piracicaba e, neste intervalo de tempo, o governo Cearense o convida para trabalhar e reorganizar o ensino público do Estado - tarefa que desempenha por dois anos, 1922 e 1923.

Na Escola Normal de Piracicaba, ainda segundo Pfromm Netto, o tempo de serviço de Lourenço Filho era dedicado, também, a pesquisas nas áreas de psicologia e pedagogia onde criou um Laboratório de Psicologia e fundou a Revista de Educação, onde divulgou seus estudos e investigações que, na década de vinte, foram também divulgados em jornais paulistanos, abordando sempre a criança como tema. No período de 1925 a 1930 Lourenço Filho ministrou aulas como professor da Escola Normal de São Paulo onde contribui com publicações valiosas como a organização de uma coleção de obras especializadas intitulada "Biblioteca da Educação" com vários volumes publicados, assinados pelos mais expressivos nomes da Psicologia e Pedagogia com Simon e Binet, Claparéd, Dewey, Estevão Pinto, Sampaio Dória, Abner de Moura entre tantos outros.

Em seus artigos sobre os pioneiros da psicologia escolar no Brasil, Pfromm Netto (1995 b, vl 7) cita também Norberto de Souza Pinto, formado pela Escola Normal de Campinas em 1917, ano em que fundou e passou a dirigir e lecionar na primeira Escola para a Infância Retardatária do Estado de São Paulo.

Mais tarde, como professor de psicologia do Instituto Educacional Carlos Gomes em Campinas, dedicou-se à educação de crianças excepcionais - crianças retardadas, alunos lentos, crianças que não conseguiam aprender, sempre pesquisando e publicando paralelamente, folhetos, artigos e livros na área. Pfromm Netto ressalta que em 1938 Souza Pinto foi um dos expositores do primeiro Congresso de Psicologia realizado no Estado de São Paulo onde tratou do tema "As crianças anormais através da psicopedagogia", mencionando inclusive perspectivas internacionais ainda inéditas no país.

Retomando Souza (1992), em sua retrospectiva histórica, na década de 30, a partir da expansão industrial brasileira, surgem as escolas técnicas e os cursos profissionalizantes ( SENAI, SESI, Instituto Universal Brasileiro) e a psicologia passa a contribuir com a criação de programas de orientação vocacional como forma de incentivar a formação técnica.

Ao final da década de 60, sob o regime militar, ocorre uma reforma universitária, onde predominavam grupos de trabalhos formados por burocratas, sem a participação estudantil. Criaram-se mecanismos que impulsionavam a universidade a fornecer mão-de-obra e tecnologia que atendessem às necessidades do regime político vigente. Nesta mesma época, surgem movimentos estudantis que se apoiam sobre uma proposta de educação popular. Ocorre a ampliação da rede pública de ensino concomitantemente a uma progressiva democratização do sistema, em contraste com a falta de estrutura da escola para receber uma nova população de alunos, agora com uma nova consciência política, social e educacional.

Na década de 60, ocorre como marco, a regulamentação da psicologia enquanto profissão, o que torna legalmente definida então, a posição do psicólogo escolar.

    Daí para frente, a partir da década de 70 e 80, a psicologia escolar passa a dar ênfase a outros segmentos da educação, sempre de acordo com as contingências sociais e políticas ampliando suas vias de atuação, Leite (1992).

Após 1977, o enfoque de ação da psicologia escolar desloca-se para os problemas surgidos nas séries iniciais do 1o grau ( marginalização, repetência, evasão escolar). Com a aprovação da lei no. 7348, de 24.07.85, que fornece incentivos aos municípios para a manutenção e o desenvolvimento do ensino, o psicólogo ganha novo campo, inserindo-se nas creches e pré-escolas, atendendo principalmente as classes populares, numa abordagem de atendimento clínico a casos individuais, caracterizados por psicodiagnósticos e organização de classes especiais, Souza, (1992).

O enfoque de ação do psicólogo escolar se desloca para problemas surgidos nas séries iniciais do 10 grau como a marginalização, repetência e evasão escolar, atendimento as classes especiais e deficientes mentais, tratamento de distúrbios de comportamento e orientação para pais e professores.

Nos anos 90, ocorrem o 1o Congresso Brasileiro de Psicologia Escolar com a decorrente formalização da ABRAPEE ( Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, e a realização, em 1994, do XVII Congresso Internacional de Psicologia Escolar e II Congresso Nacional de Psicologia Escolar , sediados no Brasil, comprovando assim, o desenvolvimento e reconhecimento da psicologia escolar no país.

ABORDAGEM INTERNACIONAL

A origem e evolução da psicologia escolar vincula-se ao próprio desenvolvimento da psicologia na América do Norte e em países europeus de características culturais semelhantes.

Na perspectiva de Brown (1992), o desenvolvimento da psicologia escolar é um fenômeno recente que tem suas origens no desenvolvimento social e profissional do psicólogo e da educação.

Oakland e Sternberg (1993) afirmam que "O nascimento da psicologia ocorreu na Alemanha, quando Wundt estabeleceu um laboratório para estudar psicologia em 1879 ". Houve, então, um deslanche rápido nas áreas da psicologia acadêmica-científica e da psicologia aplicada. Afirmam, ainda, que durante os cinqüenta anos subseqüentes ao seu nascimento, a psicologia desenvolveu-se apenas nos países da Europa e também América do Norte, através de William James que levou a psicologia da Europa para a América.

Somente depois da Segunda Grande Guerra é que a ciência da psicologia alcança dimensões internacionais, chegando ao reconhecimento mundial, incluindo-se também a psicologia escolar.

De acordo com Meyers, Parsons e Martin (1979), no final do século passado, havia uma expectativa por parte da sociedade de que a escola fosse um agente de socialização da cultura, o que isentava os pais da responsabilidade pela educação de seus filhos, originando um clima de pressão sobre a atuação da escola que deveria assumir esta responsabilidade, cujo foco centrava-se em problemas educacionais e de aprendizagem.

A visão que se tinha então sobre a psicologia, restringia-se a uma ciência de leis mentais e portanto algo distante dos programas, métodos e esquemas definidos de instrução em sala de aula: ensinar era considerado uma arte e por isso incompatível com qualquer ciência (Meyers, Parsons e Martin, 1979).

Para Fagan (1988), historicamente, "os serviços psicológicos emergiram das atividades de Lightner Witmer, na clínica psicológica ( a la nos EUA) que fundou na Universidade da Pensylvânia em 1896, tendo, por isso, sido considerado por muitos como o pai da psicologia clínica e escolar".

Em síntese histórica, este autor considera ainda, que o desenvolvimento histórico da psicologia escolar pode ser dividido em dois momentos: os anos Híbridos ( de 1890 a 1969) e os anos Dourados ( de 1970 a 1988). O primeiro foi um período em que a psicologia escolar contava com uma mistura de diversas práticas educacionais cujas origens dos serviços em psicologia escolar, eram oriundas de uma época de reformas sociais, considerando-se que a América vivia um período de imigração intensa, educação compulsória e leis de trabalho infantil, originando assim a necessidade da criação de serviços especializados para um trabalho conjunto aos crescentes serviços de reforço e educação especial direcionados à nova demanda social.

O segundo momento caracterizou-se pelo aumento do número de programas, práticas profissionais, associações de estado e pela expansão da literatura, pelas regulamentações e outros fatores mais que contribuíram para a estabilização "do ente profissional chamado de psicologia escolar", Fagan (1988).

O interesse pela aplicação da psicologia a crianças e escolas foi levado adiante por estudiosos americanos e europeus como Gesel, Cattel, Terman entre outros. Outro grande nome foi G.Stanley Hall que fundou a Americam Psychological Association - APA, em 1892. Em contraste com os métodos clínicos de Witmer, Hall precursiona o movimento de estudo da criança, o que influenciou o estabelecimento e funcionamento do departamento de ciências pedagógicas da escola pública (Oakland e Wechsler, 1988).

Segundo Meyers, Parsons e Martin (1979), em 1896, durante a reunião da APA (American Psychological Association), 4 anos após a sua criação, foram apresentados relatos que expressavam o interesse por parte de Witmer em estabelecer relações entre o departamento de psicologia da Universidade da Pensylvânia e o sistema escolar público da Philadelphia. Nesta ocasião, ficou claro que a melhor forma de abordagem para o estabelecimento inicial deste vínculo se daria através do estudo e tratamento da criança excepcional e o caminho se estabelece então, rumo à efetivação de medidas preventivas numa orientação de saúde mental comunitária, através de técnicas, como a consultoria escolar oferecida a professores pelo psicólogo. Tais contribuições para a área escolar da psicologia, derivadas do desenvolvimento da teoria de saúde mental comunitária, foram trazidas pelo inglês Caplan aos Estados Unidos após a II a Guerra Mundial.

Entre 1920 e 1940, um período considerado formativo, a psicologia carece de características profissionais como autonomia, controle de treinamento, credenciamento, prática profissional; o modelo clínico ainda predomina porém, surgem os primeiros jornais e revistas relacionando psicologia e educação.

Nas décadas seguintes, cresce o número de credenciamentos de profissionais, há um certo reconhecimento profissional e um aumento no volume de publicações que evidenciam inclusive, a confusão de papéis e problemas de identidade profissional, ou seja, uma lacuna nos conceitos de psicologia e psicologia escolar, ( Fagam 1990).

Neste mesmo período, com base em Arbués (1991), e tornando-se mais abrangentes as linhas de evolução histórica da psicologia escolar, não se pode deixar de considerar que o exercício profissional modifica-se, em sua história e desenvolvimento, de sociedade para sociedade.

Na Espanha, por exemplo, na visão de Arbués e Lois (1993), a psicologia é reconhecida como profissão há, relativamente, pouco tempo, mesmo considerando a contribuição de estudiosos de renome e propulsores da psicologia científica e aplicada. Seu desenvolvimento ocorre de forma descompassada como conseqüência das guerras civis que o pais vivencia ao longo de sua história.

Neste país, psicologia escolar e psicologia da educação ocupam campos diferenciados em sua ação: a primeira é mais presente na atuação prática, e a segunda, utilizada com mais freqüência no meio acadêmico. Os profissionais envolvidos em tarefas educacionais, por sua vez, são chamados "psicólogos educativos", ou simplesmente por psicólogos - sem outras denominações.

Em Portugal, a psicologia se desenvolve, no começo do século XX, através de estudos de personalidade, da psicanálise, a memória e a inteligência. Só em 1912-14 é que foi criado o 1o laboratório de Psicologia na Faculdade de Coimbra e então realizados trabalhos em psico pedagogia e psicologia experimental; os primeiros profissionais licenciados em psicologia surgem ao final da década de 70 ( Oliveira, 1992).

A psicologia enquanto ciência, teve seu desenvolvimento paralelo ao de outros países europeus, como assinalado por Almeida (1993):

          "Datam do começo do século, os estudos em Portugal sobre a personalidade, psicanálise, memória e inteligência. Também, já em 1912-14 é criado na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o primeiro Laboratório de Psicologia em Portugal e nele se efetuaram trabalhos em áreas como psicopedagogia e psicologia experimental".

Este autor relata que a utilização prática destes conhecimentos deu-se na formação de professores primários e, mais tarde, para profissionais de outros níveis pelas disciplinas introdutórias e gerais de psicologia.. "As disciplinas de psicologia que integravam as licenciaturas em filosofia, possibilitaram o aparecimento dos primeiros serviços de "psicotecnia" para o exército, educação especial, centros de orientação escolar, saúde mental" (pg 131). Esses dados clarificam o fato de que a prática da psicologia neste país era feita por licenciados em filosofia, medicina, teologia ou sociologia, do país ou do estrangeiro. Tal situação só se modificou no final da década de 70, início da de 80, quando se licenciaram os primeiros profissionais em psicologia pelas universidades públicas do país. Diz que o período de ditadura no país foi pouco fértil para as pesquisas e desenvolvimento da psicologia em nível da investigação, formação e prática. Mas o "arranque da psicologia" ocorre, efetivamente, com a criação da licenciatura em psicologia pela Universidade de Lisboa em 1976/77 (Almeida, 1993).

Na Inglaterra, em 1913, ocorre a 1a contratação oficial de um psicólogo para atuar em estabelecimentos de ensino; e na França, as pesquisas de Simon e Binet avançam no desenvolvimento de instrumentos para medidas de inteligência para o estudo de alunos incapazes de acompanhar o ensino elementar ( Oliveira, 1992).

A partir da década de 70, ocorre o aumento das práticas na área, e o surgimento de atividades de associações nacionais e estaduais como a NASP, que desenvolve e implementa um guia de atuação prática para o psicólogo escolar (Fagam, 1990).

Entre as décadas de 1970 e 1990, nota-se o crescimento da literatura especializada, o surgimento das especializações na área, uma ampliação das áreas de atuação e também o aumento do número de pesquisas, caracterizando este, como um período de preocupações com a pr;atica profissional, com a demanda social e com os aspectos preventivos.

Atribuições, Funções e Características Profissionais

Mas, afinal, quem é o psicólogo escolar?

"Se perguntarmos a professores e pais o que o psicólogo escolar faz, são boas as chances de obtermos uma dentre as respostas: 1. eles não vão saber o que é um psicólogo escolar; 2. vão dizer que são profissionais que aplicam testes em crianças atípicas; ou 3. vão descrever funções comumente atribuídas aos psiquiatras ou psicólogos clínicos" Bardon (1982)

De acordo com Novaes (1972), "Não é tarefa fácil definir as funções do psicólogo escolar que possam ser aplicadas a todos os casos e situações escolares, pois variam de acordo com a natureza das estruturas escolares, das características da população escolar, da qualificação profissional dos técnicos dos serviços de psicologia e orientação" (pg 25).

Para Witter (1992): "A atuação do psicólogo educacional e escolar no Brasil, embora tenha crescido nas últimas décadas, especialmente nos anos oitenta, ainda está muito aquém do que se encontra em países onde esta área tem uma longa tradição em pesquisa e de atuação profissional " (pg 23).

Em igual situação encontram-se alguns países sul americanos como o Paraguai que, de acordo com referências de Garcia (1993), "... uma das maiores dificuldades que enfrentam os psicólogos educacionais, é a insuficiente delimitação de suas atividades profissionais" (pg107).

Em Portugal, como características da prática atual do psicólogo escolar segundo Almeida (1993), encontra-se: a. o abandono do modelo médico de intervenção; b. não concentração de seu trabalho somente em alunos- problema "vem assumindo progressivamente a forma de consultoria e de formação dos vários agentes escolares, familiares e comunitários de educação e desenvolvimento", trabalhando conjuntamente com equipes multidisciplinares, dentro de uma abordagem ecológica de intervenção.

Já em países latino americanos, como o Paraguai, o psicólogo educacional orienta sua atuação para as atividades de avaliação e mensuração psicológica, tanto em nível primário quanto secundário, tanto em avaliação de prontidão para leitura e escrita, diagnóstico e detecção de alunos- problema, quanto para distúrbios emocionais e de comportamento, para orientação vocacional através de trabalhos individuais ou grupais. Os casos de distúrbios mais graves são encaminhados geralmente aos profissionais denominados clínicos ou à psicólogos educacionais em trabalhos independentes, segundo Garcia (1993).

Em Cuba, Martinez e Léon (1993) apontam como funções fundamentais do psicólogo escolar: a. elaborar programas educacionais e contribuir para sua confecção de; b. participar da elaboração de programas instrucionais; c. participar das determinações político-educativas na instituição; d. auxiliar no desenvolvimento infantil; e. atuar como consultor; f. contribuir para o aperfeiçoamento da formação psicológica de docentes, tendo sempre em vista o desenvolvimento da personalidade dos educandos.

No Brasil, a nova trajetória aponta para o perfil de um profissional envolvido em questões relacionadas ao sistema educacional, mas que, não obrigatoriamente, atua diretamente nas escolas, na visão de Wechsler e Guzzo (1992).

A ABRAPEE ( 1991) - Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, fundada em 1991 considera as seguintes definições em seu estatuto :

          "Entende por psicólogos escolares e educacionais aqueles profissionais que, devido a sua preparação universitária em psicologia e experiências subseqüentes nas áreas escolar e/ou educacional, trabalham para melhorar o processo de ensino aprendizagem em seu aspecto global (cognitivo, emocional e social), através de ações ou serviços oferecidos a indivíduos, grupos, famílias e organizações". As áreas de atuação dos profissionais, que abrangem uma ampla gama de serviços, incluem "avaliação psicológica, orientação pedagógica e vocacional, intervenção, reabilitação, consultoria, treinamento, supervisão, encaminhamento, desenvolvimento organizacional, seleção de pessoal, implantação e acompanhamento de programas e atividades de prevenção" ( pg 2).

          Nas definições encontradas no Dicionário das Profissões CIEE/MEC (1981):

          "O psicólogo educacional ou escolar atua como um consultor que fornece esclarecimentos, estuda problemas, assessora na compreensão dos fatores que influenciam o comportamento do educando. Oferece informações e discute medidas a serem tomadas com o propósito de solucionar os problemas de ordem psicológica". (pg 861).

Ysseldyke (1986) define como funções do psicólogo escolar: o trabalho com comunicação interpessoal e consultoria, com auto-estima, interação social, participação de pais, organização e estruturação da sala de aula, desenvolvimento pessoal, desenvolvimento e planejamento de sistemas, desenvolvimento e aprendizagem, as relações comunidade-escola, instrução, avaliação, pesquisa, questões éticas e legais, conceitos multiculturais e menciona:

          "Psicólogos escolares trazem ao sistema educacional uma base de conhecimento derivada da teoria e pesquisa em psicologia clínica, experimental, educacional e geral, que possam ser aplicados à solução de problemas educacionais" (pg 37).

A psicologia escolar é ainda confundida com a psicologia clínica, em instituições e serviços que se destinam ao atendimento de crianças com problemas mentais e comportamentais: "dificuldades de aprendizagem, problemas emocionais e distúrbios que, em maior ou menor escala , interferem no ajustamento pessoal e social da criança, ... " Pfromm Netto (1990).

Para Reger (1986):

          "O psicólogo escolar atua em primeiro lugar, de acordo com um papel de educador. Seu objetivo básico é ajudar é ajudar a aumentar a qualidade e eficácia do processo educacional através dos conhecimentos psicológicos. Ele está na escola para ajudar a planejar programas educacionais para as crianças"( pg 9).

É claro que todo profissional que trabalha com atividades educacionais deve priorizar o papel de educador; portanto o psicólogo escolar deve refletir sobre o que é a educação e assim "obterá bases para o desenvolvimento de um papel profissional que se apresenta confuso , nebuloso e indefinido, sem parâmetros, porque recente e pouco valorizado entre profissionais de psicologia, fato este decorrente da desvalorização da educação no país, "Khouri (1984).

De acordo com as atribuições profissionais do Psicólogo no Brasil , redefinida em publicação recente pelo Conselho Federal de Psicologia (1985):

          "O psicólogo, dentro de suas especificidades profissionais, atua no âmbito da educação, saúde, trabalho, justiça e comunidade, em nível primário, secundário e terciário". No que diz respeito a área educacional, tem a função de colaborar na compreensão e na mudança de comportamentos de educadores e educandos dentro do processo de ensino-aprendizagem, nas relações e nos processos intrapessoais intrínsecos ao

          ambiente educacional. Descreve como atribuições deste profissional:

          a.colaborar na apropriação de conhecimentos ligados a psicologia por parte de outros profissionais, viabilizando a consecução crítica e reflexiva do seu papel;

          b.desenvolver trabalhos com educadores e educandos com o objetivo de propiciar crescimento individual;

          c.desenvolver atividades que possam identificar e resolver problemas psicossociais, trabalhando com pais, alunos, diretores, técnicos e pessoal administrativo;

          d. favorecer a aprendizagem e o desenvolvimento através do conhecimento das relações estabelecidas entre professor e aluno;

          e. fundamentar a atuação profissional, tanto do psicólogo, de professores e demais usuários do sistema educacional se utilizando de pesquisas que possibilitem o conhecimento das características psicossociais de sua clientela;

          f. atuar em trabalhos de equipe de planejamento insurrecional, curricular e de políticas educacionais, com foco nos processos de desenvolvimento humano, da aprendizagem e das interrelações;

          g. desenvolver projetos de orientação profissional pensando no pleno aproveitamento e desenvolvimento humano;

          h. identificar as necessidades dos alunos atípicos, encaminhando aos serviços pertinentes caso não haja a possibilidade de solução dentro da própria escola.

Para Guzzo e Ribeiro (1987), a imagem que se tem sobre o serviço psicológico na escola é a de que este funciona com o intuito de detectar e solucionar problemas emocionais, de aprendizagem ou de comportamento de alunos, ou seja, um modelo voltado para a psicologia clínica. Afirmam que o trabalho deste profissional deveria ocorrer em nível preventivo, dentro de uma atuação profilática onde "o psicólogo escolar passaria a ser um especialista que colabora com outros especialistas, fazendo parte da equipe de profissionais que atua como uma entidade global, mesmo com funções distintas" ( pg 89), trabalhando com problemas diversos, como por exemplo nas reformas educacionais ou como pesquisador, na detecção e solução de problemas , como um " intermediário entre as propostas do sistema e a clientela - os alunos

Ao longo da história, percebe-se que o psicólogo vem desenvolvendo diferenciados papéis e funções que têm se norteado pela própria atuação, pelo desenvolvimento político social e científico e pela própria demanda da clientela atendida, na intenção de solucionar problemas encontrados no ambiente escolar, mais recentemente também, com a intenção de barrá-los, numa postura mais preventiva.

Na sua prática, os papéis acabam se mesclando e são desempenhados concomitantemente, utilizando-se de técnicas e métodos que têm como objetivo auxiliar no ajustamento psicológico da criança e do ambiente escolar, buscando encontrar as soluções mais adequadas para os problemas que possam surgir, não somente junto às crianças, mas também à direção, corpo docente, pais e funcionários, como cita Novaes (1972).

Prestar serviços na área escolar implica em objetividade e flexibilidade, já que o objetivo final é o atendimento das necessidades e dificuldades do ambiente escolar. Sua atuação atingirá alunos, pais de alunos, diretores e também a funcionários, através de avaliação, diagnóstico, encaminhamento e orientação psicológica, buscando sempre o desenvolvimento integral dos indivíduos atendidos.

Mas esta atuação deve sempre levar em conta a população atendida, suas condições sócio-econômicas e, enfim, todas as suas características básicas , para que se possa contextualizar o indivíduo foco. A prática da psicologia escolar é determinada, em parte, pelas expectativas que a equipe escolar e pais idealizam sobre o trabalho e comportamento do psicólogo e, em parte, por fatores sociais, políticos, econômicos e educacionais, na concepção de Ysseldyke (1986).

O psicólogo deve desempenhar múltiplas funções que buscam atender às necessidades da instituição que ele assiste, com sua atenção voltada ao indivíduo ou grupo que atende de forma direta ou indireta. O conhecimento sobre outras especialidades que possam auxiliá-lo no que se refere ao desenvolvimento da criança, também se faz necessário, pensando no desenvolvimento de um trabalho em equipe multidisciplinar.

Ainda sob o ponto de vista de Novaes (1972), o psicólogo desempenha papel significativo no processo educativo, considerando seu potencial e capacitação em contribuir para o atendimento e desenvolvimento educacional dos indivíduos. Dentro da escola, tem a oportunidade de contribuir para o corpo docente e direção, na tentativa de estabelecer uma unidade de atendimento à criança, de instigar o crescimento e aperfeiçoamento de professores e favorecer o relacionamento da escola junto à família e comunidade entre outros.

          Pfromm Netto (1990) afirma que:

          "Nas últimas décadas, multiplicaram-se as aplicações da psicologia e o âmbito de atuação do psicólogo alargou-se de tal maneira que, hoje em dia, dificilmente existe algum setor da atividade humana que dispense a presença e a ação, em maior ou menor escala, desse novo profissional" (pg 1-1).

    Nas definições da APA - Americam Psychological Association’s (1982), em seu "Guidelines for the Delivery of Services by School Psychologists,

          "Os serviços do psicólogo escolar têm por objetivo promover a saúde mental e a facilitação da aprendizagem, utilizando-se de recursos como a avaliação psicológica e psicoeducacional, intervenções para a facilitação dos serviços educacionais, consultoria, programas de desenvolvimento de serviços a indivíduos, sistemas administrativos e à comunidade envolvida, e a supervisão de serviços psicológicos na escola".

Entretanto, ao considerar-se a grande variedade e complexidade de suas atribuições profissionais, não se pode deixar de retomar o processo de formação acadêmica que precede uma atuação capacitada.

Segundo afirmam Guzzo e Wechsler (1993), os problemas relacionados às dificuldades de atuação do psicólogo escolar no Brasil vêm desde sua formação acadêmica.

Para Witter (1995a), "é possível que o profissional não venha tendo condições quer na graduação, quer mesmo na pós-graduação, para capacitar-se para uma atuação adequada na área". Em seu ponto de vista, considera a possibilidade de que os profissionais sequer conheçam as possibilidades de ação em seu campo de trabalho, o que vem acarretando uma "subutilização" do profissional e de seus serviços pelo "setor de administração das agências educacionais" incluindo-se ministérios e secretarias até unidades e departamentos escolares.

Acredita que a forma de se lidar com as variáveis que atuam sobre este contexto, seja a efetivação de uma revisão curricular no que se refere ao "panorama de atuação que estão apresentando ao futuro profissional e como o estão preparando para este mercado de trabalho"(pg 02), revisão esta que deve fornecer base e habilitação ao psicólogo de forma que se possibilite o uso de estratégias e tecnologias que o capacitem a atuar no setor.

A formação do psicólogo demanda, de acordo com Pfromm Netto (1990), um melhor domínio de conhecimentos e procedimentos de caráter psicológico, incluindo-se o estudo de diferentes áreas de conhecimento. Os cursos de formação devem exigir embasamento em teoria, prática e pesquisa em psicologia e o currículo deve acompanhar o desenvolvimento científico e tecnológico atual.

Na concepção de Francisco e Bastos (1992), detém-se esforços na analise das tendências mais dominantes dentro da profissão sempre se enfocando os problemas, dificuldades e limites na atuação e deixa-se de dar ênfase "... aos processos dinâmicos, responsáveis pelo contínuo processo de transformação nas práticas profissionais e na formação..."

Almeida (1992) menciona, em sua exposição, que não existe um consenso no que diz respeito à formação do psicólogo, tomando-se por base a diversidade de currículos e modelos teórico-práticos nos cursos de diferentes psicologias . Diz que:

          "...As deficiências e inadequações da formação, por outro lado, têm sido apontadas como as principais causas do despreparo do profissional para enfrentar, na especificidade de seu trabalho, a realidade brasileira, tão bem representado no microcosmo escolar... " pg 187.

Araújo (1992) defende o "paradigma" de que as informações transmitidas na graduação são condição basicas para que a atuação profissional do futuro psicólogo atenda as necessidades da clientela ou "demanda social", produzindo-se, desta forma, um grande "vácuo" entre o que o profissional aprendeu e os desafios com os quais se defronta em sua prática cotidiana, transformando-se em uma variável determinante também no que se refere à formação profissional.

Entende-se, portanto, que, se a formação do psicólogo escolar não supre as demandas e necessidades emergentes da sociedade e da clientela que o procura, ela pode ser sinal de que os modelos de formação ainda não se situam dentro da realidade social do país, muito bem representada pelo microcosmo escolar.

Pesquisa realizada por Guzzo e Wechsler (1992), numa avaliação das dificuldades encontradas por profissionais da área, indica que 70% dos entrevistados sentem falta de oportunidades para intercâmbio profissional, 90% afirmam que as dificuldades vêm das deficiências de formação prática e teórica e 13% apontam o desconhecimento do papel do psicólogo escolar como dificuldades e limitações profissionais.

Spioli ( apud Araújo, 1992) diz que a formação do psicólogo, nos moldes atuais, contribui para a "construção de uma representação de competência profissional polivalente e onipotente..." o que induz o profissional a aceitar quaisquer solicitações feitas, na tentativa de garantir seu papel, "sua representação".

Em complemento, Wechsler (1989a) menciona que:

          "... a atuação do psicólogo escolar no Brasil tem sido bastante criticada por priorizar o indivíduo, esquecendo-se do aspecto grupal, e por utilizar modelos inadequados à realidade brasileira..." (pg 23).

E continua com uma crítica ao uso excessivo de testes psicológicos na escola, caracterizando assim uma abordagem predominantemente clinica e portanto pouco educacional, que "não acrescenta muito a possíveis estratégias de ação dentro do contexto escolar"(pg 23)

Várias pesquisas brasileiras vêm sendo realizadas no sentido de clarificar e impulsionar a atuação profissional. Guzzo e Wechsler (1992), falando sobre "A nova trajetória da psicologia escolar", com o propósito de traçar o perfil do psicólogo escolar que vem emergindo, através de dados colhidos no I Congresso Nacional de Psicologia Escolar, obtiveram, como resultados em sua pesquisa, que: 1. a orientação teórica dos profissionais é bastante diversificada, variando entre a linha cognitivista que predomina entre 29% dos entrevistados, a psicanalítica com 27%, a humanista com 23% e a comportamental com 18%; 2. quanto ao local de trabalho, o de maior freqüência é o 1o grau com 45% dentre os entrevistados, e em seguida a universidade onde estão 40% dos profissionais; 3. quanto às atividades exercidas, 78% relatam trabalhar com orientação ao professor. 70%, com atendimento aos pais; 60%, com observação de sala de aula. 50%, com encaminhamento de alunos; 45% com treinamento e workshops; 40% estão no ensino; 38% trabalhando com prevenção; 37%, em supervisão; 36%, em pesquisa e psicodiagnóstico; 35%, em avaliação de currículos e 32% em consultoria, entre outros.

Já Brandão e Courel (1992) investigaram a "correlação entre as possibilidades teóricas e a realidade prática da psicologia escolar". Concluíram que: 1. é de consenso geral a efetiva dificuldade de inserção do psicólogo no mercado de trabalho o que aponta para uma não valorização do serviço prestado e dificuldades de atuação por fatores como salário, carga horária reduzida, demanda etc.; 2. que há uma falta de clareza definição de uma identidade própria, e uma caracterização profissional pelas atividades e tarefa, bastante diversificadas, configurando um quadro sem um sentido "filosófico profissional do fazer", o que acaba redundando na reprodução de um modelo tradicional de atuação.

Witter, Witter; Yukmitsu, e Gonçalves, (1992), tiveram por objetivo investigar a contribuição textual publicada à atuação e formação do psicólogo escolar e levantar quais as áreas de atuação do profissional , quais as suas funções e a quem atendem. Após, investigaram anais, periódicos, universidades e bancos de dissertações e teses e concluíram que: 1. 68% dos profissionais da área atuam na escola; 9,3%, em universidades; 3,0% trabalham em várias instituições simultaneamente; 2. 21% fazem atendimento psicológico; 12,2% trabalham com prevenção; 10,8%, em serviços de consultoria; 10,4%, com orientação de professores; 9%, com psicodiagnóstico; 3. 33,5%, trabalha com alunos; 12,2%, com professores; 17,5%, com equipe escolar; 6,1%, com pais e 4,9%, com alunos com necessidades especiais.

Em levantamento recente realizado por Witter (1995), que investiga as matérias publicadas no Boletim de Psicologia nos últimos 20 anos (de 1975 a 1995) e as compara com um levantamento paralelo também concluído por Witter (1975), no mesmo Boletim, porém investigando o período de 1949 a 1974, obtêm-se informações diversas quanto aos tipos de trabalhos publicados nas diversas áreas da psicologia. Num total de 17 volumes e 156 artigos investigados na pesquisa de 1995, conclui-se que há um predomínio de publicações de artigos teóricos, 60% deles. Entre os assuntos abordados com maior freqüência estão a psicologia escolar, contando com 13,4% do total de artigos publicados, em seguida a psicologia clínica e teórica com 8,76%, desenvolvimento infantil com 7,73% e sobre formação e atuação profissional encontram-se 4,64 % de publicações. Ao comparar estes resultados com a pesquisa de 1975, pode-se notar que houve um aumento de interesse pelas áreas da psicologia educacional e escolar, na época contando com 7% do total das publicações e também nas áreas de desenvolvimento infantil, da psicologia clínica e da formação e atuação do psicólogo que, simplesmente, não apresentavam publicações neste período.

Atuação Profissional: Propostas Nacionais e Internacionais

Para o desempenho de suas atividades, é importante que o psicólogo apresente determinadas características pessoais e aptidões claramente desenvolvidas e também traços de personalidade correspondentes às características do trabalho que a profissão dele exige. O interesse pelos problemas humanos, o equilíbrio emocional, sociabilidade e flexibilidade são fundamentais a este profissional no desempenho de seus papéis profissionais.

Em seu trabalho, Witter (1977) cita alguns dos modelos de atuação do psicólogo escolar que serão mencionados a seguir, mesclados as pontuações de outros autores:

a. Psicólogo Escolar Clínico - Este tipo de atuação surge em decorrência do desenvolvimento da própria história da psicologia, sendo ainda calcada no enfoque médico, e foi o primeiro a ser adotado pelo psicólogo escolar. Sua área de atuação resumia-se ao ambiente seguro do consultório, onde o psicólogo trabalhava com crianças encaminhadas geralmente com distúrbios comportamentais, ou realizando um diagnóstico e aplicando posteriormente "técnicas psicoterápicas". Trabalhando desta forma, o profissional basicamente se distanciava do ambiente de desenvolvimento da criança ou do ambiente causador dos problemas e não se envolvia em seu processo de ensino aprendizagem; desconhecendo métodos, materiais, relações estabelecidas pela criança,sem contar com o reduzido número de alunos que podiam ser atendidos.

Pode-se afirmar que este modelo toma uma abordagem tipicamente remediativa, na qual o psicólogo se resume a testar, diagnosticar e abafar as causas das dificuldades, tratando exclusivamente dos sintomas identificáveis de crianças com problemas, restringindo, desta maneira, o impacto da ação deste serviço a todas as crianças e aos que com elas trabalham.

Há evidências de que o psicólogo escolar acaba por adaptar sua atuação, baseando-se no trabalho clínico onde a atuação do psicólogo, de acordo com o Dicionário de Psicologia (1981),

          "caracteriza-se pelo fato de preocupar-se, principalmente com o indivíduo que o procura, como cliente. É a busca de solução de suas dificuldades, problemas e queixas que orienta toda a relação que se estabelece entre o psicólogo e cliente", levando sua atividade ao descrédito pela pouca eficiência alcançada por esta atitude adaptativa (pg 860)

Ainda segundo Witter (1977), outro fato que levava a descrédito esta atuação do psicólogo, era o fato de que este precisava, dentro de sua abordagem clínica, desvendar as causas profundas dos problemas trabalhados na tentativa de localizar problemas severos de desajuste, despendendo para tanto de um tempo muito longo e que ultrapassava o ano letivo da criança, não podendo intervir, portanto, em suas dificuldades escolares emergentes.

Um outro fator que contribuiu para a ligação do papel do psicólogo ao clínico é sua relação com os programas de educação da criança excepcional. Sempre houve um apoio governamental considerável à educação do excepcional, a nível financeiro, determinando, assim, como e onde o psicólogo se dedicará profissionalmente. Trabalhando desta forma, o profissional e seu trabalho passam a ser questionados e criticados, e novos modelos vão surgindo concomitantemente.

Outros modelos citados por Witter (1977) são:

b. Psicólogo como Psicometrista - É um papel freqüentemente desempenhado em apoio a outros papéis. Como psicometrista, o psicólogo escolar envolvia-se com a aplicação de testes, principalmente a nível intelectual, encaminhando crianças para classes especiais ou mesmo auxiliando na organização e composição das classes; na orientação vocacional, e triagem para encaminhamento psicoterápico dentro ou fora da escola. Assim como no modelo anterior, nas definições de Witter, a psicometria também recebeu críticas a sua aplicação na escola e como decorrência, houve o declínio no uso de testes. A baixa confiabilidade dos testes em conseqüência de seu uso inicialmente pouco científico, a inadequação nas interpretações dos resultados obtidos, a própria popularização de testes, o alto custo e o tempo gastos e a própria desatualização dos testes no que se relaciona às mudanças sócio- culturais e educacionais ocorridas durante os anos após a construção dos testes.

d. Psicólogo como Avaliador - Inclui-se aqui, ainda de acordo com as atribuições de Witter, a função de fornecer à equipe escolar, dados de apoio para planejamento e formulação de planos de ação, tanto na área educacional quanto administrativa, avaliar a importância e eficiência da atuação dos diversos profissionais da escola, incluindo-se o próprio psicólogo, viabilizando a possibilidade de auto-avaliação frente aos dados obtidos e analisados, induzindo a uma provável reformulação e auto avaliação. "A pesquisa de avaliação é uma das melhores fontes para a obtenção de dados para o planejamento de toda a atividade escolar" (Witter pg 46).

e. Psicólogo como Pesquisador - Atuação que pode conjuminar-se a todos os outros modelos. É através da pesquisa que se levantam dados sobre a realidade em que se atua e sobre os indivíduos que nela se inserem de forma a se contribuir para o desenvolvimento do conhecimento na área na intenção de revertê-lo à própria atuação profissional. "O relevante é que procure usar todos os recursos com os cuidados que a ciência requer, e que vá acumulando dados e apresentando relatórios de modo a fornecer para seu trabalho e para o de seus colegas, a base empírica que se faz necessária" (Witter, pg 197).

f. Psicólogo como Especialista Educacional - Um papel muito valorizado, na concepção de Witter, é o do psicólogo especialista educacional, que trabalha com questões mais ligadas aos problemas e dificuldades de ensino e aprendizagem e às interações pessoais. Aqui, ele assume, por vezes, o papel de diagnosticador, dentro do sistema escolar, como parte inicial de suas atividades, em seguida vêm o delineamento de estratégias, acompanhamento e avaliação destas estratégias. Atua também na organização manutenção e desenvolvimento de pesquisas instrucionais.

Já de acordo com o Dicionário das Profissões (1981), o psicólogo tem por função: cooperar em atividades desenvolvidas pela direção, técnicos e professores, objetivando facilitar a atuação desses profissionais junto aos alunos; capacitar o professor em estratégias para modificação de comportamento, observar salas de aulas para poder oferecer ao professor auxílio na solução de problemas; atuar diretamente nos processos de ensino-aprendizagem através de técnicas psicológicas, buscando integração e aproveitamento dos recursos envolvidos disponíveis; colabora "com outros profissionais envolvidos em educação, podendo desenvolver pesquisas e projetos na criação ou reformulação de currículos e métodos aplicáveis aos diversos campos educacionais"; realizar diagnósticos através da aplicação de testes, entrevistas com alunos, pais e professores, acompanhando os casos, estabelecendo um plano de atendimento ao aluno ou encaminhando-o a um psicólogo clínico ou outros profissionais, além de desenvolver orientação profissional. Ressalta que a atuação deste profissional pode se dar através de instituições que prestem serviços de assessoria educacional.

g. Psicólogo como Ergonomista - Faz parte deste papel, ainda em definições de Witter, o desenvolvimento de estudos e analises das influências que o ambiente físico e os materiais utilizados tem sobre o processo de ensino-aprendizagem, colhendo dados úteis a professores e administradores, enfocando especificamente as relações homem-ambiente e os resultados desta interação tanto nos alunos quanto nos que fazem parte do ambiente escolar. Problemas como temperatura, umidade, a organização física das salas de aula, período de aulas, horário de intervalo, interferência sonora, iluminação, o próprio mobiliário escolar e tantos outros, influenciam no trabalho e no rendimento; "A pesquisa nesta área poderá trazer profundos benefícios à educação, permitindo uma aplicação mais adequada da tecnologia, de modo a garantir uma melhor qualidade de vida dentro do âmbito da escola... tornando ainda mais premente a obtenção de dados capazes de fazer das escolas lugares mais adaptados às suas clientelas" (Witter, pg 120.).

h. Psicólogo como Ecólogo - Caracteriza-se pelo desenvolvimento de programas que auxiliem na melhora da qualidade de vida e cuidados imprescindíveis às atividades escolares.

I. Psicólogo como Supervisor - Atua coordenando e orientando trabalhos individuais ou de equipes tanto de profissionais quanto de profissionais já formados ou em aperfeiçoamento.

Outros modelos encontrados na literatura nacional mencionam:

k. Psicólogo como Psicopedagogo - De origem recente, "a psicopedagogia surge no Brasil como uma das respostas ao grande problema do fracasso escolar, preocupando-se com a criança que não aprende, que mal aprende, que não quer aprender, que não gosta de estudar... enfim multirepetentes com dificuldades de aprender" (Teixeira, 1992, pg 110).

A prática psicopedagógica surge da interação entre psicologia e pedagogia na intenção de trabalhar com dificuldades de aprendizagem, tendo em vista a interação inadequada de vários aspectos - cognitivo, afetivo e social reconhecidos como sintomas das ditas dificuldades de aprendizagem. Define-se psicopedagogia como "a aplicação da Psicologia experimental à Pedagogia" (Ferreira, 1993, pg 141); ou como "pedagogia baseada cientificamente na psicologia da criança" por Pieron ( 1981), em seu dicionário de psicologia.

A psicopedagogia, como define (Macedo, 1992), "implica na possibilidade de se empregar, na pedagogia, resultados de pesquisas que se fazem "na psicologia", o que implica na possibilidade de se recorrer aos dados levantados pela psicologia nos processos de ensino aprendizagem. Os profissionais que se dizem psicopedagogos, ainda de acordo com Macedo, dedicam-se a quatro estratégias básicas que envolveriam 1. orientação de estudos; 2. trabalho sobre conteúdos escolares; 3. desenvolvimento de raciocínio; 4. atendimento de crianças deficientes ou comprometidas; ou ainda se utilizando de trabalhos corporais e artísticos, derivados de linhas de atendimento como a psicanálise e o psicodrama, entre outros.

O psicólogo escolar, atuando como psicopedagogo, de acordo com Teixeira (1992), desenvolve seu trabalho atendendo a profissionais da escola e atendendo crianças que apresentem problemas de aprendizagem, podendo optar por um trabalho individual ou grupal que são muito propícios às trocas de experiências e a reelaboração dos modelos de aprendizagem. Pode-se dizer que a visão psicopedagógica permite ampliar a atuação do psicólogo na área escolar e é necessária sempre que se puder ou se precisar considerar as características psicológicas do sujeito que aprende.

Macedo (1992) menciona ainda que ela só se faz necessária à medida que a escola passa a não cumprir seu papel de ensinador e não consegue transmitir o saber e acaba gerando o encaminhamento de crianças a profissionais diversos como tentativa de sanar esta sua dificuldade, transferindo sua responsabilidade à criança. Quando se trata de crianças de baixo nível sócio-econômico, com notas baixas, desatentas, sem um aproveitamento adequado, temos um encaminhamento a classes especiais, repetência, exclusão ou evasão; já para as classes média e alta, são encaminhadas ao psicólogo ou psicopedagogo;

j. Psicólogo como Consultor - Frente às críticas ao psicólogo escolar clínico e a outros modelos, passa-se a valorizar uma atuação mais preventiva e diferenciada do psicólogo, na busca de modelos mais adequados aos papéis desempenhados. Já em l977, Witter cita o consultor como um dos papéis mais valorizados entre os desempenhados pelo psicólogo escolar, pela sua abordagem diferenciada, alternativo aos modelos empregados; uma atividade que vem se destacando de forma acentuada e que vem sendo incorporada ao repertório de atividades do psicólogo.

Considerando uma abordagem internacional, encontram-se não modelos, mas práticas profissionais indicadas ao psicólogo escolar.

Segundo Talley (1990), uma prática ao psicólogo escolar seria a administração e supervisão escolar, que envolve assistência ao grupo de trabalho - professores, diretores e também estudantes, o que faz essencial o trabalho com o contexto organizacional.

Já Hightower, Johnson e Haffey (1990), apontam a implantação de programas básicos de prevenção escolar. Segundo os autores, a prevenção implica na busca de recursos que remetam à redução da ocorrência de problemas e na diminuição da incidência de novos casos, através de intervenções antecipadas, ou seja, antes da ocorrência de desordens no ambiente escolar. Neste caso, a função do psicólogo seria a de identificar a necessidade de se adotar ou não um programa de prevenção, inicialmente identificando necessidades, implementando e mantendo o programa e sua qualidade

Miles (1990), cita práticas em assistência a crianças com problemas de aprendizagem onde o psicólogo escolar pode atuar na identificação de potencial dos estudantes, planejando programas acadêmicos, auxiliando-os na procura de colégios adequados, ajudando-os a preparar-se para entrar na escola, ou mesmo diagnosticando, aconselhando e oferecendo serviços de suporte acadêmico a todo estudante com problemas para aprendizagem.

Kratochwill, Elliot e Rotto (1990) abordam a consultoria comportamental, um estágio para a resolução de problemas que inclui o uso aplicado da análise de comportamento para a identificação, análise, intervenção e avaliação do processo.

          "As principais características da consultoria comportamental incluem serviços indiretos, solução de problemas e trabalho com o relacionamento". Este tipo de consultoria tem como objetivos principais, "produzir mudanças no comportamento da criança indiretamente, através da resolução colaborativa de problemas entre um consultor(psicólogo escolar) e um consultante ( professor, pais), e produzir conhecimento e habilidades que facilitem a eficácia de pais e professores na resolução de problemas similares no futuro" (pg164).

Segundo Zins e Ponti (1990), são três os enfoques dados à consultoria: o comportamental, o de saúde mental e o organizacional, todos com características comuns como "a resolução de problemas, a colaboração e a participação voluntária num processo de promoção de serviços psicológicos e educacionais preventivos, visando o bem estar e um bom desempenho pelo estudante" (pg 674).

Entre os serviços que se incluem entre as funções do psicólogo escolar, estão o trabalho com a comunidade escolar através do estabelecimento de comunicação com membros da comunidade, pais, e educadores, visando suporte e assistência à criança pelo psicólogo escolar, Kelly(1990), a orientação de pais de crianças na resolução de problemas e no planejamento e manutenção do sucesso escolar do aluno, Jensen e Potter (1990), e a facilitação da parceria através de relações colaborativas entre família e escola, " onde o importante é que a criança veja pais, professores e psicólogos trabalhando juntos por seus interesses" Fish (1990).

O aconselhamento psicológico é também citado como prática pertinente ao psicólogo escolar, considerando que todo estudante pode encontrar problemas nos vários processos de crescimento que vivencia. Os estudantes podem ser encaminhados, para tratamento, por pais, professores, diretores ou pelos próprios estudantes e o psicólogo escolar pode acompanhar, mantendo contato, na concepção de Shaffer (1990), ou ainda estabelecer programas e departamentos nos distritos escolares, para providenciar treinamento e supervisão em aconselhamento escolar, pensando nas tensões que podem ser desenvolvidas no ambiente escolar, e na angustia emergente nestas situações, Tharinger e Koranek (1990).

Na atuação do psicólogo escolar inclui-se, ainda, a avaliação intelectual, importante à medida que coleta informações que podem direcionar melhor intervenções específicas" (Reschly e Grimes, pg 438), a avaliação de personalidade de crianças e adolescentes, "para identificar e proporcionar serviços a distúrbios emocionais graves, já que se traduz em um processo que nos leva a um melhor entendimento a respeito do número significante de problemas sócio-emocionais e comportamentais que se manifestam no cotidiano escolar" (Knoff, 1990,pg 547).

A avaliação curricular, a observação e avaliação ecológica, disciplina, adaptação e reintegração do aluno, a orientação vocacional entre outras tantas, também fazem parte do trabalho do psicólogo escolar.

Será abordado no próximo capítulo, um entre os vários modelos de atuação pertinentes ao psicólogo escolar dos abordados anteriormente, a consultoria escolar.

CAPÍTULO II

CAPÍTULO II

O Psicólogo como Consultor Escolar

Definições e Objetivos da Consultoria

"Nas últimas quatro décadas, psicólogos, educadores e especialistas em desenvolvimento organizacional criaram modelos para a consultoria escolar" ( Truesdell & Lopez - 1995).

Tem havido uma proliferação crescente na literatura - livros, artigos e jornais, que mencionam a teoria e a prática dos serviços prestados em consultoria nas últimas duas décadas e que só agora têm apresentado bases teóricas e empíricas sólidas, que vem contribuindo para a rápida expansão e desenvolvimento da área (Zins, Kratochwill, & Elliott, - 1993).

Na concepção de Meyers (1995), as técnicas em consultoria vêm surgindo como alternativas aos métodos tradicionais de atuação escolar. Ainda que cogitada, estudada e elaborada já há pelo menos quatro décadas, tem-se notado, através de diversos autores de artigos, capítulos e livros, que não há uma definição comumente aceita sobre consultoria. Consultoria é ainda um termo que conota diferentes significados.

Zins & Ponti (1990), definem consultoria como um método de orientação psicológica e educacional preventiva através de serviços onde consultores e consultados estabelecem uma relação colaborativa, objetivando a resolução de problemas de um sistema ou contexto, buscando bem estar e desenvolvimento da criança em fase escolar.

Para Zins, Kratochwill & Elliott (1993), "Consultoria é uma forma fundamental de interação entre profissionais e indivíduos que desejam ajudar ou modificar uma terceira parte ou um sistema " ( pag. 1).

Um consultor, numa perspectiva organizacional, é, na definição de Block (1991):

          " Uma pessoa que está em posição de ter alguma influência sobre um indivíduo, um grupo ou uma organização, mas que não tem poder direto para produzir mudanças ou programas de implementação " ( pg 38 ).

Para Caplan (1995), a consultoria é usada em diferentes caminhos, considerando diferentes abordagens. Define consultoria como um processo de interação entre dois profissionais - o consultante que é um especialista e o consultado que solicita a ajuda de um consultor para socorrê-lo no trabalho com um problema atual.

É importante perceber que o consultor é sempre um especialista, um profissional habilitado no trabalho a que se propõe e que se envolve, necessariamente, em uma relação de ajuda dentro de um processo de resolução de problemas. O objetivo básico do consultor, de acordo com Block (1991), é a intervenção, ou seja, agir em relação a um sistema de diversas formas, causando, invariavelmente, modificações.

Para Kubr (1980), a consultoria é um serviço independente caracterizado pela imparcialidade do consultor, um serviço de aconselhamento onde consultores são chamados para identificar dificuldades e problemas, e também, um serviço que pressupõe um conhecimento profissional e habilidades específicas.

Conely e Conely (1982), entendem consultoria como uma relação voluntária, não supervisionada, entre profissionais de diferentes áreas, determinados a solucionar problemas em seu campo profissional e que, por vezes, pode-se assemelhar a uma supervisão ou a um processo terapêutico.

O processo de consultoria, nas considerações de Meyers (1995), caracteriza-se pelas relações estabelecidas entre consultor e consultado, considerando algumas variáveis relevantes como: a. consultoria como um intercâmbio colaborativo entre colegas, b. a liberdade do consultado em aceitar ou não as recomendações derivadas da consultoria, c. a ênfase nas contribuições do consultado no sucesso do processo e d. a responsabilidade mútua de consultor e consultado nos resultados obtidos.

Zins, Kratochwill & Elliott (1993) destacam com elementos essenciais ao modelo consultoria o fato de ser: a. um método indireto de serviços, onde o consultor não trabalha diretamente com o cliente, b. um processo de resolução de problemas, caracterizado como cooperativo, de respeito mútuo, coleguista, voluntário e confidencial, com foco na resolução de preocupações relativas ao trabalho, para beneficiar o cliente, c. uma orientação preventiva com uma perspectiva ecológica

Conhecendo o consultor, suas características e níveis de atuação, pode-se, então, delinear quais os modelos ou as perspectivas teóricas. Curtis e Meyers (1989) apontam três modelos para a consultoria baseada na escola: comportamental, organizacional e em saúde mental. Para West e Idol (1987), Henning-Stout (1994) e Caplan (1995), são diversos os modelos de consultoria que podem ser adotados:

1 - Consultoria em saúde mental - assume que o cliente tem a capacidade de solucionar a maioria de seus problemas de trabalho e o consultante pode socorrê-lo em suas dificuldades. Tem como objetivos principais centrar o cliente, o consultante e a equipe de trabalho, expandir a capacidade de diagnóstico, a reprodução dele em outras situações e solucionar problemas técnicos e emocionais do cliente ou consultante.

Como tipos de consultoria em saúde mental, Caplan (1995) aponta: consultoria centrada no cliente, consultoria centrada no programa administrativo, consultoria centrada no consultante e a consultoria centrada no consultante administrativo que serão delineadas nos próximos tópicos.

2 - Consultoria comportamental - assume que as aplicações das teorias social e comportamental poderão auxiliar o consultante na resolução de problemas. Seu objetivo é reduzir a freqüência de comportamentos inadequados no cliente ou consultante, para que aumente, então, a freqüência de comportamentos adequados.

3 - Consultoria organizacional - tem, como premissa, que problemas organizacionais precisam ser solucionados de modo a serem incorporados nos processos individuais de cada componente do grupo de trabalho. Como objetivo principal, tenciona uma mudança de planos, que passa a focar o indivíduo, suas atitudes e valores e o processo grupal na organização para incrementar a produtividade organizacional e moral.

4 - Consultoria educacional - baseada na tríade "consultor, consultante, criança", tem como meta transmitir conhecimentos, informações e dados para os consultantes, possibilitando-lhes que auxiliem na minoração dos problemas existentes, estimulando o bem estar e o desenvolvimento da criança em geral.

Ainda, dentre os modelos mencionados, o consultor pode atuar em dois níveis básicos dentro do processo de consultoria, segundo Meyers, Parsons e Martin (1979):

A - Consultoria direta - Um serviço direto ao cliente, que, no caso da consultoria escolar, é a criança. "A distribuição de serviços psicológicos nas escolas tem tradicionalmente envolvido o serviço direto à criança. Os dois tipos mais freqüentes de serviços provindos de profissionais em saúde mental têm sido o psicodiagnóstico e o aconselhamento psicológico, dentro de uma abordagem individual..."Alguns autores não consideram a consultoria direta como parte do processo de consultoria, e ela é considerada como inapropriada pelo seu aspecto predominantemente individualista no que diz respeito ao tratamento.

B - Consultoria indireta - Abordagem que envolve a tríade "consultor, consultante e cliente". Meyers e Curtis (1989) afirmam que o serviço indireto é considerado além de mais eficiente, mais prático, permitindo que o profissional atenda às necessidades globais pela própria economia de tempo que o serviço lhe propicia. Dentro desta abordagem, o consultor trabalha diretamente com um consultante que está ligado direta e estreitamente ao cliente, ou seja, atua em uma abordagem totalmente preventiva, onde o cliente é o último beneficiário do processo, atingindo`-o por via indireta.

Meyers (1995) aponta 4 níveis de consultoria possíveis, considerando-se as perspectivas teóricas mencionadas:

A- Serviço direto à criança - enfoca a criança e as funções que exijam contatos diretos com a criança encaminhada, o que implica no uso de técnicas tradicionais de diagnóstico individual como testes de QI, de personalidade e de habilidades, entre outros.

Na concepção de Wechsler (1989b) neste nível, o consultor trabalha com a criança e com o professor, embora o foco se mantenha sobre a criança. Ambos buscam diagnosticar o problema desta criança através de entrevistas, observações e testes, quando necessário, e, em seguida, conservando a colaboração como característica básica do processo, discutem as possíveis estratégias remediativas para a solução do problema detectado .

B- Serviço indireto à criança - tem o objetivo de modificar comportamentos em classe, através de técnicas diagnósticas que enfocam também fatores extra-pessoais como o ambiente, o currículo seguido, a didática, o comportamento do professor etc.

Como estratégias para este diagnóstico, são utilizadas técnicas como análise de tarefas, escalas de observação de interação entre professores e alunos, treinamento em habilidades de comunicação e outros, Wechsler (1989b).

O foco de ambos os níveis é a criança, porém, neste nível, o professor pode ser o intermediário no tratamento de problemas, usando-se das próprias situações de classe e do ambiente escolar para propiciar mudanças de comportamento ou para implantar programas de treinamento.

C- Serviço direto ao professor - pensando no professor como pessoa chave, os serviços psicológicos podem estar disponíveis ao professor para que possa estar habilitado a estendê-los a toda uma sala de aula e não apenas a casos individuais isolados.

D- Serviço ao sistema escolar - onde o foco principal é a mudança de comportamento dos vários grupos e sub-grupos da equipe escolar, formada por administradores, professores e funcionários que podem passar a funcionar como agentes modificadores para a criança.

Consultoria: Uma Breve Perspectiva Histórica

Deve-se muito ao movimento de saúde mental comunitário, instalado no final do século passado, o interesse atual pela consultoria enquanto instrumento do profissional em saúde mental no ambiente escolar.

De acordo com Meyers, Parsons e Martin (1979), são diferentes os fatores históricos que influenciaram no recente interesse em consultoria, sendo um deles a estrutura social que prevalecia no final do século passado, onde a sociedade tinha a expectativa de que a escola fosse um agente de socialização da criança, retirando dos pais a responsabilidade de educar seus filhos. Criou-se, então, um clima de pressão social que propiciou reformas de cunho político, no âmbito escolar. Foram vários os profissionais, como oficiais do governo, jornalistas, psicólogos e educadores como Thorndike, Hall, James, entre outros, que se propuseram a oferecer conselhos à escola, contribuindo com publicações e orientação a professores sobre a psicologia da época no que se referia ao processo de ensino-aprendizagem. O foco, na época, centrava-se em problemas educacionais e princípios de aprendizagem além das diferenças individuais entre alunos.

Entretanto, acham estes autores que os assistentes sociais é que, no início do século, anteciparam de forma mais marcante o desenvolvimento da saúde mental comunitária, dando particular ênfase à consultoria. Os primeiros assistentes sociais foram profissionais médicos comunitários que tinham, como função básica, a atuação como intermediários entre médicos e pacientes, no sentido de decodificar ao paciente as recomendações médicas, ajudando, inclusive, na educação aos pobres, em relação a problemas de saúde e higiene, com uma função absolutamente preventiva.

Em seguida, estes mesmos profissionais, os assistentes sociais iniciavam um trabalho dentro das escolas, também preocupados com um enfoque preventivo, voltado, basicamente, ao ajustamento de crianças ao seu ambiente, através de estratégias terapêuticas, com o objetivo de aumentar a saúde mental e física e, indiretamente, melhorar a educação da criança. Consideravam de fundamental importância, nesta fase, a presença do professor na adaptação da criança. E daí a necessidade de se recorrer à consultoria . Era comum que professores se utilizassem das funções da consultoria à escola em lugar do psicólogo ou psiquiatra, e também muito freqüente que estes mesmos psicólogos e psiquiatras recorressem aos assistentes sociais como interlocutores e consultores em suas intervenções. Na verdade, a consultoria era, aqui, reconhecida como um processo secundário, de menor status e que exigia pouco conhecimento e treino.

Embora pouco considerada, a consultoria estava sendo implementada. Era entendida, por profissionais da área, como um processo de transferência de conhecimento de uma pessoa mais habilitada à outra que nada conhecia. O processo não era considerado ainda como um exercício de resolução de problemas; centrava-se muito na sensibilidade e habilidade para a dinâmica que se estabelecia na relação entre o consultor e o consultante.

Com o desenvolvimento de diferentes abordagens terapêuticas na década de 50, como por exemplo o aconselhamento rogeriano, a modificação comportamental, as técnicas grupais entre outras, tornou-se desnecessário o uso de técnicas diagnósticas psiquiátricas pelos profissionais de saúde mental. Novos conhecimentos ligados à psicologia educacional podiam ser agregados aos valores das escolas de forma mais adequada e fundamentada, de acordo com Brown, Wyne, Blackbwin, Powell (1979).

Afirmam, ainda, que, já no início da década de 60, os educadores mais uma vez procuram uma via de comunicação entre os profissionais de saúde, os educadores e a escola. Realiza-se, em 1955, a Conferência de Thayer, onde foram colocadas em pauta as qualificações e o treinamento de psicólogos atuantes na área escolar. Durante a conferência, diretores e educadores relatam que os psicólogos, em sua opinião, apresentavam dificuldades em comunicar-se com a equipe de trabalho escolar, alegando que eram possuidores de poucas habilidades comunitárias e relações humanas e não dominavam os problemas práticos das salas de aula.

A partir destas críticas, redimensionou-se o trabalho do psicólogo escolar que passou a ser treinado para atuar e auxiliar no planejamento curricular, para modificar atitudes e comportamentos de professores, funcionários, diretores de escola, pais e comunidade. Aqui começa a surgir a orientação e o aconselhamento psicológico.

A tendência para a consultoria aparece com peso novamente, em 1966, quando a ACES-ASCA, "American Personnel and Guidance Association", reconhece a consultoria como uma das funções básicas do conselheiro do ensino básico. Alguns trabalhos específicos em consultoria começam a surgir nesta época, mas com influência muito restrita sobre a prática escolar. Eram poucas as fontes teóricas especializadas que subsidiavam a prática do processo pelos profissionais da área de saúde mental que já compreendiam e reconheciam a importância das atividades de consultoria, Meyers, Parsons e Martin (1979).

Como relatam Henning-Stout (1994), Caplan; Caplan; & Erchul, (1995) e Caplan, (1995), as contribuições de Gerald Caplan à consultoria e:

              "à saúde mental tiveram seu inicio em 1949, quando trabalhava como psiquiatra de crianças com um pequeno grupo de psicólogos e assistentes sociais, em Israel, onde foi solicitado à supervisionar o trabalho com imigrantes instalados na região - cerca de 16000 crianças - e assegurar sua saúde mental. Caplan percebeu que o modelo tradicional de encaminhamento, diagnóstico, e psicoterapia individual com crianças não era viável frente ao grande número de encaminhamentos (aproximadamente 1000), recebidos durante o primeiro ano de trabalho, e a dificuldade de transportar as crianças encaminhadas até a clínica central. Tais circunstâncias deram origem à um modelo alternativo de serviço indireto".

Tornou-se claro que o trabalho individualizado e remediativo que se mantinha, era absolutamente inadequado e não atendia às necessidades do grupo. Caplan passa então a experimentar técnicas preventivas, diminuindo o trabalho individual, e recorrendo a instituições locais na tentativa de fazer com que os problemas destas crianças fossem resolvidos pelos profissionais responsáveis por estas crianças. A equipe de Caplan, através de discussões freqüentes tentava identificar quais os motivos que impediam a resolução do problema pela criança buscando novas formas de atuar e de enxergar a criança e passa então a ocupar a maior parte de seu tempo aconselhando e orientando profissionais e professores na tentativa de redimensionar técnicas para resolução de problemas, não mais resolvendo-os dentro da equipe apenas, conservando uma visão macropreventiva, Henning-Stout (1994).

O desenvolvimento de técnicas de consultoria em saúde mental ocorreu em meio ao seu trabalho na Harvard School of Public Health entre 1952 e 1963, e na Harvard Medical School entre 1964 e 1977, "quando desenvolveu métodos de consultoria para uma variedade de consultantes, incluindo enfermeiros públicos. No meio da década de 60, a consultoria já se estabelecia como sinônimo de serviço em saúde mental, Caplan, Caplan & Erchul, (1995).

Embora Caplan tenha apresentado um sistema para consultoria, o processo não foi elaborado, especificamente, para o sistema escolar o que justifica o fato de ter ignorado alguns pontos importantes no que se refere às funções do consultor dentro da escola, segundo Meyers (1995).

Vários são os aspectos dos trabalhos de Caplan que tiveram impacto sobre a prática da consultoria escolar: sua conceituação de consultoria como relação coordenada, suas idéias sobre confrontação de defesas do consultante e sua categorização dos diferentes tipos de consultoria.

O ponto principal da teoria de Caplan sobre consultoria diz respeito às relações não hierárquicas estabelecidas entre as pessoas envolvidas, ou seja, uma relação coordenada que só se considerava possível entre dois profissionais, o de saúde mental e um outro habilitado em outra disciplina. Estes aspectos coordenados da consultoria, na verdade, diferenciam-na do aconselhamento, da terapia, da educação e outras. Afirmam Meyers, Parsons e Martin(1979) que foi esta noção de relação coordenada que assegurou a implementação da consultoria no ambiente escolar.

"Elementos particulares do modelo de consultoria de Caplan passaram a ser considerados como especialmente benéficos à prática escolar, quando o modelo incorpora um foco preventivo, coordenado, de orientação não hierárquica, delineando os principais tipos de consultoria e enfatizando fatores individuais e ambientais na efetivação de mudanças" - (pg 26), Caplan, Caplan & Erchul, (1995).

Caplan (1993, 1995) categoriza quatro tipos fundamentais em consultoria em saúde mental, que se associam com a demanda técnica de características:

A. Consultoria centrada no cliente - tem, como objetivo imediato, o socorro ao consultado para encontrar o tratamento mais efetivo para o seu cliente. O objetivo básico é ajudá-lo a encontrar um encaminhamento mais adequado ao cliente, além de aumentar os seus conhecimentos e técnicas , ficando preparado para trabalhar com tipos similares de clientes e problemas.

B. Consultoria administrativa centrada no programa - neste caso o consultor é chamado por um consultante ou um grupo de consultantes normalmente para auxiliar na resolução de problemas administrativos, através de programas preventivos, para tratamento ou reabilitação de desordens mentais.

C. Consultoria centrada no consultante - tem, como foco principal, o aperfeiçoamento do repertório do consultante, diminuindo suas dificuldades e possibilitando uma atuação melhor no que diz respeito ao cliente. O objetivo é o de melhorar a capacidade, objetividade, conhecimento e auto-confiança deste consultante para que possa trabalhar melhor com seu cliente, também capacitando-o a lidar com problemas similares posteriormente, sem o auxílio do consultor numa relação de independência.

D. Consultoria administrativa centrada no consultante - tem, por objetivo básico, o auxilio ao consultante para desenvolver e aperfeiçoar sua capacidade, dominar problemas em planejamento e manutenção de programas para prevenção e controle de desordens mentais, e também em aspectos interpessoais envolvidos.

O Consultor Escolar e suas habilidades Específicas

Nas últimas décadas, ênfase vem sendo dada às dificuldades de problemas de ensino-aprendizagem em crianças de escolas regulares. Esta preocupação tem mobilizado educadores e profissionais da área, na tentativa de solucionar este problema.

No decorrer da década passada, houve um aumento visível no fluxo literário, abordando os objetivos do psicólogo escolar e se tornou lugar comum na tentativa de denunciar a atuação clínica e psicodiagnóstica adotada pelo psicólogo dentro da escola, Meyers (1995).

Na concepção deste autor, muitas técnicas têm sido sugeridas como alternativas ao método clínico de trabalho na escola, embora "um modelo mais compreensivo e mais desenvolvido ainda não tenha aparecido" (pg 59).

Diversas alternativas foram e vêm sendo testadas; a especialização do professor, a mudança na metodologia escolar e também a consultoria, na tentativa de melhorar a qualidade da aprendizagem da criança em idade escolar.

Mencionando o psicólogo no contexto escolar, Zins (1990), define consultoria escolar, como:

              "Um método de fornecer serviços educacionais e psicológicos preventivamente orientados, no qual o consultor e o consultante estabelecem uma associação colaborativa, num contexto sistêmico, para que se engajem num processo de resolução de problemas recíproco e sistemático, aumentando assim o bem estar e performance dos alunos".

Para Alpert (1995), consultoria escolar é definida com um processo de interação entre dois ou mais adultos, onde um deles é um psicólogo. A proposta do consultor escolar é a de modificar a interação entre indivíduos e grupos na escola e entre escola e comunidade, com o intuito de facilitar a aprendizagem e a saúde mental da criança - uma expansão do diagnóstico tradicional em psicologia escolar" (pg. 31).

Henning-Stout (1994) aponta como objetivos do consultor escolar, a. ajudar a realizar serviços educacionais e psicológicos a todas as crianças, b. engajar os adultos que interagem com a criança, no desenvolvimento do processo, c. facilitar a efetiva solução de problemas entre adultos, envolvidos em problemas relativos à criança.

O psicólogo escolar, enquanto consultor, na concepção de Bergan e Caldwell (1995), desenvolve característicamente algumas tarefas como:

A. Selecionar problemas - Na escola pública, é o professor quem identifica os problemas com os quais o psicólogo escolar vai trabalhar e que determina, portanto, até que ponto eles serão tratados,... "o professor está mais envolvido com o comportamento do que com a contagem de QI que eles, quase que invariavelmente, solicitam nos encaminhamentos" .

B. Comunicação - Característica fundamental ao psicólogo que tem que estar apto a discutir suas idéias com o professor, dispensando a linguagem técnica que envolve a orientação teórica a que tem acesso na psicologia.

C. Formular e implementar a solução efetiva de problemas - Os autores consideram, com o uma vantagem da consultoria, o fato de ser um processo econômico em sua implantação.

Defendem o ponto de que o psicólogo pode trabalhar com uma quantidade maior de problemas da criança trabalhando como consultor de professores do que trabalhando diretamente com a criança, ou seja, possibilitando que seu trabalho com professores tenha impacto sobre a criança.

D. Avaliar - O problema final de um consultor é a avaliação de seu trabalho e seus resultados, sempre junto ao professor.

Pode-se dizer que o consultor é, basicamente, um agente de mudanças, um especialista com a função de agir e intervir em um sistema através de estratégias, métodos e técnicas derivadas do processo de consultoria e que, portanto, exigem do profissional algumas habilidades básicas como define Block, 1991:

A. Conhecimentos teóricos - é fundamental que domine conhecimentos básicos no que diz respeito a sua formação, para que tenha subsídios para atuar como um bom consultor.

B. Habilidades nas relações - como agente modificador, faz-se crucial que estabeleça boas relações no ambiente em que trabalha, reconhecendo preferências, valores, condições sócio-econômicas da instituição e das pessoas que nela se inserem, tenha a capacidade de transmitir suas idéias e fazê-las compreendidas, mas também saber ouvir, dar apoio e até mesmo discordar de forma a não tornar-se invasivo e ameaçador, mantendo um relacionamento saudável e favorável ao seu trabalho.

C.Habilidades específicas em consultoria - ou seja, conhecer o processo, dominar suas técnicas e respeitar suas fases, sendo competente na execução de cada passo, sempre tendo metas bem definidas e claras para si mesmo.

Faz-se necessário que todo consultor estabeleça relações de confiança e de colaboração para que obtenha sempre, o máximo de empenho das pessoas envolvidas, pensando no sucesso do processo e em

seus resultados, possibilitando a aceitação e efetivação de sua proposta de trabalho

Zins e Ponti (1980) acrescentam ainda, além de um conhecimento básico de princípios e técnicas psicológicas, existe aindauma série de outros pré-requisitos além dos apontados por Block:

A. A auto-consciência - com respeito a sentimentos, crenças, pensamentos, impacto sobre os outros, e uma clareza pessoal em relação aos valores e vícios teóricos, ou seja, como o processo de consultoria envolve interação pessoal e influência, aconselha que os consultores devem estar conscientes de seus próprios valores e objetivos e devem estar atentos ao modo como suas coisas pessoais podem interferir ou impactar os consultantes e seu processo de resolução de problemas.

B. Compreensão e conhecimento das organizações e do funcionamento organizacional - de modo a tornar sua perspectiva de trabalho macrosistêmica, dominando normas, valores, filosofia e clima organizacional, incluindo-se, aqui, a escola.

C. Consciência e sensibilidade para questões culturais, raciais, técnicas e outras - uma vez que é de fundamental importância a dinâmica social das relações que se estabelecem em consultoria, pode interferir de forma considerável sobre o processo de comunicação, desenvolvimento da confiança e compreensão mútua e sobre as inter-relacões de um modo geral.

Meyers (1995) apresenta, após revisão da literatura, uma variedade de métodos independentes que tem sido propostos como apropriados à consultoria escolar:

A. Análise de tarefas - Apropriada para acessar habilidades diretamente relacionadas às tarefas de classe, instalando-se foco em recomendações acadêmicas ao professor.

B. Modificação comportamental - Aqui o consultor pode auxiliar o professor a desenvolver técnicas para modificar as contingências de classe.

C. Consultoria centrada no consultante - Modelo descrito por Caplan, que tem o objetivo de melhorar o funcionamento do professor, aliviando suas dificuldades, preparando o professor, permitindo que se prepare de modo a reduzir a ocorrência de uma mesma situação-problema.

D. Serviços de educação/treinamento ao professor - Oferece treinamento ao professor; permite ao consultor trabalhar com grupos de professores, multiplicando os efeitos de seu trabalho, e inclui como técnicas: ênfase na observação de comportamentos e nas causas extrapessoais, diminuindo o tempo de teste individual, viabilizando serviços indiretos à criança e estabelecendo contato pessoal com a equipe escolar.

Pode-se, ainda, dentre os vários modelos, métodos e técnicas, características e habilidades para atuação em consultoria escolar, distinguir dois tipos de consultor, de acordo com Zins e Erchul (1990):

1- Consultor interno - É, em geral, uma pessoa de dentro da organização ou instituição, considerada capaz ou habilitada, conhecedora da estrutura de funcionamento, recursos e possibilidades. Estes profissionais estão em maior contato com a dinâmica de funcionamento e, por isso, mais habilitados a um julgamento a respeito do potencial de mudanças possíveis no sistema. Em geral, têm conhecimentos profundos, porque já fazem parte desta dinâmica mas, por isso, correm o risco de contaminação justamente pelo que já conhecem, tornando-se defensivos em relação a alguns pontos focados, pelas relações que estabelecem, pelo estereótipo em que podem classificar as pessoas por seu longo envolvimento, por pré-conceitos arraigados, por serem subordinado e não terem poderes amplos de intervenção etc.

2 - Consultor Externo - É aquele independente da organização, que não mantém vínculos empregatícios; este é um consultor que acaba tendo maior facilidade para identificar problemas, por não estar envolvido com a instituição e com tais problemas. É um agente externo que tem a possibilidade de uma visão mais ampla e pouco contaminada e, portanto, fica mais habilitado a uma avaliação, a indicações e recomendações. Como contraponto, teríamos seu conhecimento superficial, a falta de um contato com o histórico/institucional e a dependência de informações de membros internos ou de um levantamento mais apurado de dados que poderiam influenciar ou contaminar seu trabalho.

Parece que tanto um quanto outro tipo de profissional, trazem vantagens e desvantagens no que diz respeito à atuação; mas o ponto fundamental é, portanto, a postura que tomam frente as suas possibilidades, que se aliam as suas características pessoais e profissionais e que assim determinam o sucesso ou não do trabalho realizado.

Pesquisas em Consultoria Escolar

Com o crescente interesse pela utilização da consultoria pelo psicólogo no ambiente escolar, várias são as pesquisas que surgem como forma de investigação e estudo na área.

A nível nacional, são raras as pesquisas na área como a de Polônia (1992) que investigou os efeitos das estratégias de consultoria, no modelo direto aos alunos e de forma indireta, através de professores de 5a série do 1o grau. Como resultados, esta autora pôde concluir que a consultoria indireta ao aluno, pelo atendimento ao professor, produzir melhoria significativa no rendimento acadêmico, enquanto que a consultoria direta apresentou uma melhora significativa na área emocional que também se refletiu sobre o rendimento acadêmico.

A autora ressalta, em sua pesquisa que, o modelo colaborativo implícito no processo de consultoria, parece ser mais eficiente e viável para o trabalho com professores, devido a sua capacidade de auxiliar o aluno acompanhando a evolução das classes e estimulando a percepção do professor acerca do estudante, oferece, ao mesmo tempo, suporte a seu plano de ensino.

Guzzo e Wechsler (1995b), com o objetivo de traçar o perfil do psicólogo brasileiro, realizaram um estudo comparativo a trajetória do psicólogo escolar , realizada durante o I e o II Congresso Nacionai de Psicologia Escolar, realizados em 1991 e 1994. Estas autoras observaram que, em relação às atividades declaradas como, por exemplo, o desenvolvimento organizacional, de 12% em 1991 para 21% em 1994, a avaliação de programas, de 0% para 24% em 1994, o desenvolvimento de atividades preventivas, também de 0% para 51%, a pesquisa, de 36% para 50% e a consultoria, que passou de 32% para 43% nestes três anos investigados.

Tais resultados indicam que o psicólogo está buscando várias formas de atuação sendo a consultoria, um dos modelos almejados.

Num âmbito internacional, o número de pesquisas realizadas é significativamente maior, pelo próprio desenvolvimento da área, principalmente nos Estados Unidos.

Pode-se citar Hartsough & Davis (1992) que investigaram a dinâmica envolvida na consultoria de grupo, com o objetivo de examinar a relevância do processo de consultoria grupal em saúde mental. Ele observou que este tipo de consultoria pode ser caracterizado como uma versão mais intensa ou eficaz do que a psicoterapia de grupo e conclui que os consultores precisam adotar, com maior freqüência, as técnicas grupais para promover o desenvolvimento de características de inovação, expressividade e auto-descoberta, retomando um modelo preventivo em saúde mental..

Esses resultados apontam para a necessidade de práticar da consultoria centrada muito mais no consultante, do que centrada no cliente, pois possibilita encontrar a solução colaborativa de problemas, através da auto-exploração, possuindo a vantagem de ser mais inovadora e criativa nas intervenções em classe.

Petrix, Swartz e Costenbader (1992) estudaram a interação de alguns fatores que poderiam estar relacionados ao desenvolvimento dos serviços de consultoria na escola. Os resultados indicaram que o tempo real, gasto por psicólogos escolares em consultoria, não se relaciona com variáveis demográficas, de formação ao profissional ou ainda com a percepção de suas habilidades.

Estes autores afirmam que muitas são as variáveis relacionadas ao desenvolvimento da consultoria escolar; incluindo a experiência no campo, a qualidade de informação sobre o serviço, as barreiras ao desenvolvimento do serviço e o nivel de habilidades do profissional.

OBJETIVOS DE PESQUISA

Objetivos Gerais

      01. Avaliar a forma de atuação do psicólogo escolar tendo como referências as necessidades, expectativas e dificuldades expressas pelos diretores, vice-diretores e professores.

      02. Analisar a viabilidade de implantação de um modelo de consultoria como forma de atuação adotada pelo psicólogo escolar .

Objetivos específicos

      1. Identificar quais são as dificuldades mais freqüentes encontradas por professores e diretores, em seu trabalho.

      2. Identificar quais as necessidades e expectativas dos professores e diretores de escolas de 1 grau da rede estadual da região de Itatiba, em relação a atuação do psicólogo escolar.

      3. Verificar a percepção da equipe escolar quanto aos modelos de atuação do psicólogo escolar

      4. Levantar as experiências vividas com profissionais de apoio ao trabalho na escola.

      5. Observar a percepção e expectativas dos profissionais em relação a atuação do psicólogo escolar.

      6. Verificar a adequação do modelo de consultoria ao ambiente escolar, para atender as necessidades, dificuldades e também as expectativas

HIPÓTESES

As hipóteses foram feitas seguindo as áreas estabelecidas no questionário elaborado, como se segue:

1. a - Ho - Não há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito as necessidades e dificuldades encontradas pelos sujeitos em seu trabalho diário

b - H1 - Há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito as necessidades e dificuldades encontradas pelos sujeitos em seu trabalho diário

2. a - Ho - Não há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito aos recursos utilizados e atitudes tomadas pelos sujeitos em seu trabalho diário

b - H1 - Há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito aos recursos utilizados e atitudes tomadas pelos sujeitos em seu trabalho diário

3. a - Ho - Não há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito aos modelos de atuação do psicólogo escolar reconhecidos pelos sujeitos em seu trabalho diário

O Psicólogo como Consultor Escolar 71

b - H1 - Há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito aos modelos de atuação do psicólogo escolar reconhecidos pelos sujeitos em seu trabalho diário

4. a - Ho - Não há diferença entre professores e diretores no que diz respeito as experiências vivenciadas com profissionais de apoio em seu trabalho na escola.

b - H1 - Há diferença entre professores e diretores no que diz respeito as experiências vivenciadas com profissionais de apoio em seu trabalho na escola.

5. a - Ho - Não há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito a percepção e expectativas que tem em torno da atuação do psicólogo escolar

b - H1 - Há diferença entre as opiniões de professores e diretores no que diz respeito a percepção e expectativas que tem em torno da atuação do psicólogo escolar

CAPÍTULO III

CAPITULO III

MÉTODO

SUJEITOS

      Foram sujeitos desta pesquisa 53 professores de 1ª a 4ª séries, 05 diretores e 03 vice-diretores de escolas da rede estadual da região urbana de Itatiba, escolhidos de acordo com a disponibilidade e interesse apresentados. Eram profissionais que trabalhavam com crianças de nível sócio-econômico médio-baixo, dentro de uma faixa etária oscilando entre 7 e 16 anos..

      A amostra total analisada foi de 61 sujeitos. Desse total, a média de idade encontrada foi de 38 anos; a moda está 29 anos, incluindo 8,8% dos sujeitos.

      Quanto ao ano de formação dos sujeitos, a média total da amostra está em 1979 e a moda em 1972, com 11,9% da amostra, num intervalo entre 1960 a 1990.

      No que diz respeito à área de formação, incluiem-se magistério, superior e especialização, onde a grande maioria dos professores e diretores, 43,1% têm formação somente em magistério, 22,4% em magistério e superior, 5,2% concluíram formação superior e também especialização e 6,9% formaram-se em magistério e têm especialização.

      O tempo de experiência do total de sujeitos varia entre 1 ano com 1,7% dos sujeitos, a 34 anos com 1,7% dos sujeitos. A média encontrada para tempo de experiência é de 14,5 anos de atuação e a moda está em 10 anos de experiência, contando com 16,2% da amostra, ( vide tabelas 1 para a descrição das amostras de professores e 2 para descrição da amostra de diretores separadamente).

Tabela 1 - Descrição da Amostra

Professores

Idade

N = 49

Ano Formação

N = 51

Tempo experiência

N = 52

Séries que

leciona

N = 53

Matérias que leciona

N = 50

Área de

formação

N = 53

Faixa

F

%

Faixa

F

%

Anos

F

%

Faixa

F

%

Matérias

F

%

Áreas

F

%

até 20

-

-

até 1950

-

-

até 5

02

3,84

1a a 4a

33

62,26

polivalente

39

73,84

magistério

32

60,37

20 - 30

18

36,73

51 - 60

01

1,96

6 - 10

20

38,46

1a

08

15,09

matemática

05

9,43

superior

28

52,83

31 - 40

13

26,53

61 - 70

09

17,64

11 - 15

09

16,98

2a

03

5,66

português

05

9,43

especializ.

06

11,32

41 - 50

15

30,61

71 - 80

18

35,29

16 - 20

10

19,23

3a

05

9,43

ciências

05

9,43

branco

02

3,77

51 - 60

03

6,21

81 - 90

26

50,98

21 - 25

08

15,38

4a

05

9,43

est. sociais

04

7,54

PI

08

15,09

mais 61

00

00

após 91

00

00

26 - 30

01

1,92

C.esp.

01

1,88

ed. artística

02

3,77

PII

01

1,88

branco

04

7,54

branco

02

3,77

31 - 40

01

1,92

Pré. sc.

02

3,77

ed. física

01

1,88

-

-

 

-

-

-

-

-

-

branco

01

1,92

00

00

00

branco

03

5,66

-

-

-

TOTAL

49

107,62

-

56

109,64

-

52

-

57

107,52

-

64

-

145,26

Tabela 2 - Descrição da Amostra

Diretores e Vice-Diretores

Idade

N = 08

Ano Formação

N = 08

Tempo experiência

N = 08

Área de formação

N = 08

 

Faixa

F

%

Faixa

F

%

Faixa

F

%

Áreas

F

%

até 20

-

-

até 1950

01

12,50

até 05

-

-

magistério

02

25

21 - 30

-

-

51 - 60

-

-

06 - 10

-

-

superior

10

*125

31 - 40

01

12,50

61 - 70

03

37,50

11 - 15

01

12,50

especializ.

-

-

41 - 50

06

75

71 - 80

03

37,50

16 - 20

01

12,50

-

-

-

51 - 60

01

12,50

81 - 90

01

12,50

21 - 25

02

25,-

-

-

-

mais 61

00

00

após 91

00

00

26 - 30

03

37,50

-

-

-

-

-

-

-

-

-

31 - 45

01

12,50

-

-

-

TOTAL

08

1,0

-

08

1,0

-

08

1,0

-

12

*150

* Indivíduos com mais de um curso universitário

MATERIAL

      Como instrumentos de pesquisa foram utilizados questionários, compostos por questões que investigaram os seguintes aspectos:

      A. Questionário de avaliação para professores constituído por 10 questões e 5 sub-itens, dos quais 09 são fechadas do tipo múltipla escolha e 06 são abertas, (anexo I ), investigando as áreas:

      1 - dificuldades e necessidades encontradas por professores, diretores e vice-diretores na rotina de trabalho na escola ( questões 1, 2);

      2 - recursos e atitudes utilizados na busca pela solução de problemas ( nas questões 1.1, 2.1 ,3);

      3 - modelos de atuação reconhecidos pelos profissionais ( nas questões 4.1, 6, 9) ;

      4 - experiência com profissionais de apoio (nas questões 4, , 6.1, 6.2, 6.3 );

      5 - percepção e expectativas em torno da atuação do psicólogo na escola ( nas questões 5, 7, 8);

      6- espaço para comentários, observações ( questão 10).

      B. Questionário de avaliação para diretores e vice-diretores, constituído por 10 questões e 05 sub-itens, dos quais 09 são fechadas do tipo múltipla escolha e 05 abertas, investigando as mesmas áreas acima mencionadas - (vide anexo II).

Procedimento

      O procedimento sugerido para levantamento de dados que atingissem os objetivos estabelecidos, ocorreui de acordo com os passos que se seguem.

      a- Contato telefônico com todas as escolas estaduais da região de Itatiba, marcando entrevista inicial com a direção da escola, com o objetivo de apresentar o trabalho realizado e verificar a disponibilidade de colaboração da equipe no preenchimento do questionário elaborado para coleta de dados.

      b- Contato pessoal, ainda com diretores e vice-diretores em datas marcadas por eles, para apresentação do trabalho realizado, juntamente com uma carta assinada pela orientadora da pesquisa, solicitando permissão para a coleta dos dados junto aos professores e também aos próprios diretores e vices. A proposta inicial era a de se marcar datas de entrevistas individuais com diretores e vice-diretores e entrevistas individuais ou grupais com os professores, auxiliando-os no preenchimento do questionário.

      Considerando a época de coleta de dados que coincidia com reuniões e treinamentos junto à Delegacia de Ensino, situada em uma cidade vizinha - Jundiaí e também com fechamento de bimestre, implicando em reuniões de pais e mestres e fechamento de notas e livros, todas as escolas solicitaram que os questionários fossem deixados e, em situações adequadas, distribuídos pelos próprios diretores aos professores disponíveis. As datas de recolhimento dos questionários eram marcadas pelos diretores de acordo com a disponibilidade que tinham dentro de um prazo

      máximo de 10 dias estipulado pela pesquisadora. Os questionários dos diretores e vices foram entregues com os dos professores.

      Os contatos e a distribuição de questionários iniciaram-se em 03.10.95 e os últimos questionários foram recolhidos em 13.10.95, com exceção de uma escola que os devolveu em 30.10.95.

      Dos 72 questionários entregues aos professores, 53 retornaram satisfatoriamente preenchidos; de 8 questionários distribuídos para diretores, 5 foram respondidos e de 9 questionários para vice-diretores, 3 retornaram .

CAPÍTULO IV

CAPITULO IV

Resultados

Para viabilizar o tratamento dos dados obtidos, a amostra total foi inicialmente recomposta em 2 grupos diferenciados, um de professores (N=53) e outro de diretores e vice-diretores (N=08). Em seguida, procederam-se às análises para verificar se os sujeitos dos grupos diferiam de opinião quanto aos diversos itens das questões propostas.

Para estas análises, foi usado o Teste "Chi- Quadrado (X2)" de independência que trabalha com proporções, eliminando, assim, a diferença do número de sujeitos de cada grupo (53 sujeitos para o grupo de professores e 08 para o grupo de diretores).

As tabelas serão apresentadas em áreas específicas, delimitadas a partir do instrumento utilizado, o que permitirá uma análise comparativa, de acordo com as hipóteses estabelecidas.

As áreas contêm tabelas que analisam dados referentes:

Área 1 - a dificuldades e necessidades encontradas pelos sujeitos em sua rotina de trabalho (inclui as questões 1 e 2)

Área 2 - aos recursos utilizados e as atitudes tomadas por professores e diretores na busca de soluções para problemas encontrados na escola ( inclui questões 1.1, 2.1 e 3)

Área 3 - aos modelos de atuação profissional do psicólogo escolar reconhecidos pelos sujeitos (inclui questões 4.1, 6 e 9)

Área 4 - a experiência dos sujeitos com profissionais de apoio ao seu trabalho na escola (questões 4, 6.1, 6.2 e 6.3)

Área 5 - à percepção e às expectativas dos sujeitos em relação à atuação e papel do psicólogo na escola ( questões 5, 7 e 8)

Nas tabelas que se seguem, serão encontradas 5 colunas onde estarão consecutivamente: as alternativas analisadas, a porcentagem total de sujeitos entre professores e diretores que escolheram cada item, em seguida, a porcentagem total de sujeitos entre os professores, a porcentagem total de sujeitos entre os diretores e finalmente o X2.

As porcentagens foram organizadas dessa forma, para possibilitar a comparação das proporções de respostas relativas aos grupos em questão.

Em algumas das tabelas onde não foi possível calcular o X2, encontraremos a freqüência do total de sujeitos e a porcentagem total correspondente.

A seguir, apresentaremos os resultados e análises estatísticas seguindo as áreas delimitadas.

As tabelas 3, 4 e 5 abaixo, apresentarão os dados em relação aàárea 1 que inclui as questões 1 e 2 do questionário; o item 2 será apresentado em duas tabelas a e b, diferenciando o grupo de professores e de diretores.

Nesta área, os profissionais respondem a itens quanto a dificuldades e necessidades encontradas pela população em seu trabalho.

Tabela 3

Necessidades encontradas no trabalho do professor

 

ALTERNATIVAS N=54

F TOTAL

%

Motivação para atuar

39

69,64

Modificações espaço físico

36

64,28

Auxilio profissional

32

57,14

Satisfação no trabalho

31

63,26

Apoio administrativo/organizacional

25

44,64

Ajuda pessoal

19

33,92

Outras

06

10,71

No item, satisfação no trabalho N= 49

Como se pode observar na tabela 3, 69,64% do total de sujeitos classificam como principal necessidade encontrada em seu trabalho diário na escola, a falta de motivação para atuar; 64,28% apontam a necessidade de modificações no espaço físico; 63,26% consideram a satisfação para o trabalho como necessidade principal e 10,71% dos sujeitos apontam outras necessidades em sua rotina de trabalho como, por exemplo, a necessidade de melhora de salários, a falta de recursos pedagógicos, a falta de participação da família na escola etc.

Tabela 04

Dificuldades encontradas por professores em sala de aula.

 

ALTERNATIVAS N=45

F TOTAL

%

Comportamento

36

80,00

Aprendizagem

34

75,55

Atenção

31

68,88

Relacionamento entre Colegas

26

57,77

Freqüência

23

51,11

Disciplina

22

48,88

Manejo de classe

17

37,77

Outras

08

17,77

Na tabela 04, quanto às necessidades encontradas pelos professores em sala de aula com seus alunos, observa-se que 80% dos professores têm problemas com o comportamento de alunos; 75,55% encontram problemas de aprendizagem ; 68,88% têm problemas com a atenção dos alunos; entretanto, 17,77% dos professores apontam, como outras dificuldades encontradas em seu trabalho, a pequena participação de pais na escola e falhas no desenvolvimento do trabalho pedagógico.

Tabela 05

Dificuldades encontradas por diretores em sua rotina de trabalho

 

ALTERNATIVAS N= 06

F TOTAL

%

Comportamento de alunos

06

100,00

Freqüência

04

66,66

Evasão

03

50,00

Comportamento de professores

03

50,00

Relacionamento entre funcionários

03

50,00

Administrativas

01

16,66

Na tabela 05, os diretores relatam que 100% de suas dificuldades estão em trabalhar com o comportamento dos alunos; 66,66%, com freqüência; outros 50% encontram dificuldades igualmente em lidar com a evasão, com o comportamento dos professores e com o relacionamento entre funcionários; 16,66% encontram dificuldades no que diz respeito às questões administrativas e também apontam, como outras dificuldades encontradas, além das sugeridas, o trabalho com alunos de período noturno e com pais de alunos- problema.

Estas tabelas somente envolvem a freqüência total de respostas, já que não se faz possível realizar nenhuma análise estatística devido à dificuldade encontrada pelos sujeitos em compreender o enunciado das questões 1 e 2; enquanto o item pedia que se ordenassem as respostas em ordem de importância, alguns dos sujeitos apenas as assinalaram sem ordenar, ou então ordenaram apenas algumas das respostas, causando dificuldade na análise final da questão.

Devido a este fato, não foi possível testar Ho - hipótese nula para esta área, sendo viável somente descrever as tendências encontradas.

As tabelas 6, 7 e 8, apresentarão, abaixo, dados em relação à área 2, incluindo as questões 1.1, 2.1, 3 que levantam os recursos utilizados e atitudes tomadas na busca de solução de problemas

Tabela 6

Atitudes tomadas por professores e diretores frente as necessidades encontradas.

 

ALTERNATIVAS

N = 51

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Discute com colegas

83,1

84,31

75,00

0,021

Reflete consigo mesmo

74,6

78,43

75,00

1,639

Procura cursos e leituras

67,8

66,66

50,00

0,003

Procura orgãos superiores

39,0

37,25

50,00

0,472

Busca ajuda Profissional

28,8

29,41

25,00

0,065

Outras

1,7

3,92

-

0,159

* P < 0,05

Quanto às atitudes tomadas tanto por professores quanto por diretores frente às necessidades encontradas em seu trabalho diário na escola, 83,1% discutem suas necessidades com colegas; 74,6%, refletem com eles mesmos; 67,8% procuram cursos e leituras e 1,7% do total de sujeitos procuram se aperfeiçoar e discutir com outras pessoas sobre as suas necessidades. O X2 sobre estas variáveis aponta que não existe diferença significativa entre as atitudes tomadas por professores e diretores nos itens dessa questão.

Tabela 07

Atitudes tomadas por professores e diretores diante das dificuldades encontradas.

 

ALTERNATIVAS

N= 60

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Resolve com a criança

78,3

88,67

00

23.663**

Procura pais de crianças

81,7

79,24

100,00

0.662

Reflete sobre sua postura

73,3

75,50

57,1

0,331

Procura leitura sobre o assunto

55,0

52,83

71,4

0,864

Discute com colegas

41,7

43,39

71,4

1,95

Recorre à direção

28,3

32,07

00

1,75

Busca auxilio profissional

20,0

18,86

28,0

0,010

Outras

1,66

00

14,28

-

** P < 0,001

    A tabela 7 diz respeito às atitudes tomadas pelos sujeitos da amostra quanto às dificuldades enfrentadas na escola. Encontramos no total que: 81,7% da amostra procuram pais de alunos e 73,3% refletem sobre sua postura. Entretanto, somente 20% buscam auxílio profissional e 1,66% da amostra relatam tomar atitudes diferentes das relacionadas na questão como, por exemplo, desenvolver projetos. A análise estatística do X2 demonstra que não existe diferença significativa entre as atitudes tomadas por professores e diretores na maioria dos itens desta questão, com exceção da resposta que indica a resolução do problema com a própria criança, onde 88,67% dos professores afirmam resolver o problema com a criança e 100% dos professores discordam, não classificando esta como atitude tomada frente a suas dificuldades.

      Tabela 8

      Recursos humanos, didáticos ou organizacionais utilizados no desempenho das atividades diárias.

 

    CATEGORIAS N=57

F

%

    Recursos didáticos

49

85,66

    Recursos Humanos

29

50,87

    Recursos organizacionais

04

7,01

    Outras

03

5,26

Na questão 3, quando questionados sobre quais recursos se utilizam no desempenho de suas atividades, 85,96% da amostra dispõem de recursos didáticos; 50,87% dispõem de recursos humanos e 7,01% lançam mão de recursos organizacionais. 5,26% apresentam outras alternativas diferentes das categorias oferecidas. Não foi possível estabelecer o X2 para esta questão devido à pequena freqüência de respostas encontradas para os itens, principalmente para o grupo de diretores.

Para essa questão, do tipo semi-aberta, não foi necessário realizar análise de juí,zes contando que já trazia implícitas as categorias mencionadas acima;

Portanto, nesta área, aceita-se Ho com a hipótese de que não existem diferenças significativas entre os recursos utilizados e as atitudes tomadas na busca pela solução de problemas entre os grupos de professores e diretores em seu trabalho diário na escola.

Os resultados quanto à área 3, que investiga os modelos de atuação reconhecidos e encontrados pelos profissionais da escola nas questões 4.1, 6, 9, seguem abaixo:

Tabela 9

População alvo do trabalho de psicólogos nas escolas.

 

ALTERNATIVAS

N = 20

F

%

Atendimento à crianças de 1o grau

05

25,00

Atendimento à criança de baixo poder aquisitivo

03

15,00

Atendimento à criança com dificuldades

03

15,00

Atendimento à crianças de 2o grau

02

10,00

Atendimento à criança deficiente

02

10,00

Atendimento à família

02

10,00

Atendimento de crianças de escola particular

02

10,00

Atendimento individual

01

05,00

De acordo com as respostas ao item 4.1, uma questão aberta, constata-se que 25% dos sujeitos que já trabalharam com outros profissionais, relataram que o atendimento era oferecido a crianças de 1o grau; 15% dos sujeitos afirmam que o atendimento para crianças de baixo poder aquisitivo e para crianças com dificuldades e somente 5% relatam que os profissionais trabalharam com atendimento individual.

Essa questão, apesar de ser uma questão aberta, foi classificada pela freqüência de respostas, já que não foi possível uma definição de categorias devido ao baixo número de respostas obtidas.

Tabela 10

Expectativas em relação aos serviços do psicólogo.

 

ALTERNATIVAS

N = 59

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Colaborando na resolução problemas

79,7

82,69

57,14

1.15

Trabalhando com crianças

72,9

71,15

85,71

0,130

Trabalhando com equipe pedagógica

50,8

44,23

100,00

7,67*

Orientando funcionários

22,0

19,23

42,85

0,86

Solucionando problemas

13,6

13,46

14,28

0,003

Supervisionando-o

11,9

11,53

14,28

0,044

Outras

5,1

5,8

00

0,425

* P < 0,05

Nesta questão, pode-se observar que, em relação às funções do psicólogo na escola reconhecidos pelos sujeitos dos grupos, de acordo com sua experiência com esse profissional, 79,7% consideram ser função do psicólogo colaborar na resolução de problemas; 72,9% do total de sujeitos da amostra consideram ser função do psicólogo trabalhar com crianças; entretanto, 44,23% dos professores não consideram ser função do psicólogo trabalhar com equipe pedagógica e 100% de diretores discordam, considerando ser esta uma função do psicólogo escolar.

Pela análise do X2 observamos que somente existe diferença significativa entre as opiniões de professores e diretores no item "trabalhando com equipe pedagógica".

Tabela 11

Funções do psicólogo na escola.

 

ALTERNATIVAS

N=59

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Diagnosticando alunos

86,7

84,9

100,00

0,262

Colaborando na resolução de problemas

76,7

79,24

57,14

0,679

Orientando professores

71,7

71,69

00

-

Tratando de alunos

68,3

67,92

71,42

0,035

Oferecendo esclarecimentos

61,7

62,26

57,14

0,068

Treinando equipe pedagógica

53,3

50,94

71,42

1,42

Orientando funcionários

50,9

50,94

00

-

Trabalhando com direção

33,3

33,96

28,6

0,080

Planejando programas educacionais

33,3

32,1

42,9

0,323

Observando

10,0

7,54

28,57

1,15

Pesquisando

8,3

3,77

42,9

12,36*

Planejando currículos

3,3

1,88

14,28

2,25

Outras

3,3

3,8

00

0,273

* P < 0,05

Quanto ao papel esperado para o psicólogo escolar pelos grupos de professores e diretores, 86,7% do total de sujeitos da amostra consideram ser papel do psicólogo diagnosticar alunos; 76,7% do total de sujeitos da amostra consideram ser função do psicólogo colaborar na resolução de problemas e 68,3% do total de sujeitos da amostra consideram ser papel do psicólogo tratar de alunos; entretanto, somente 3,3% do total de sujeitos da amostra consideram o planejamento de currículos ou sugerem funções diferentes das que foram oferecidas na questão como treinar professores, orientar pais e desenvolver atividades específicas com alunos.

Quanto à analise estatística, observamos que, somente no item que sugere a pesquisa como função do psicólogo escolar, é que existe diferença significativa de opiniões entre os grupos, onde 3,77% dos professores não consideram a pesquisa como função delegada ao psicólogo escolar e 42,9% dos diretores discorda, classificando a pesquisa como função pertinente ao psicólogo escolar.

Além destes, 71,69% dos professores considera orientar professores como função do psicólogo e 50,9% destes sujeitos da amostra consideram ser orientar funcionários também uma função do psicólogo. Não foi possível comparar as respostas destes dois itens, já que por falha no instrumento estas questões não foram inclusas no questionário para diretores.

Nesta área, somente rejeitamos Ho quanto aos aspectos que abrangem serviços a equipe pedagógica e que delegam ao psicólogo a função de pesquisador. Nos outros itens aceitamos Ho com a hipótese de que não diferença significativa entre o conceito sobre as funções do psicólogo escolar através do reconhecimento de seus modelos de atuação, entre os grupos de professores e diretores em seu trabalho diário na escola.

Na área 4, que inclui as questões 4, 6.1, 6.2, 6.3, avaliamos a experiência com profissionais de apoio à atuação profissional na escola e constatamos que:

Tabela 12

Profissionais com os quais professores e diretores estabeleceram contato de trabalho na escola

 

ALTERNATIVAS N=29

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Psicólogos

72,4

72,72

57,14

0,305

Pedagogos

62,1

63,63

57,14

0,095

Fonoaudiólogos

58,6

63,63

42,9

0,095

Dentistas

31,0

22,72

57,1

01,55

Assistente social

27,6

31,81

14,3

0,171

Outras

3,4

4,54

00

-

Consultores

3,4

4,54

00

-

* P < 0,05

No que se refere aos profissionais com os quais os sujeitos já trabalharam na escola, 72,4% do total de sujeitos da amostra já trabalharam com psicólogos, 62,1% do total de sujeitos da amostra já trabalharam com pedagogos; 3,4% do total de sujeitos da amostra já trabalharam com consultores e também 3,4% relatam já ter trabalhado com outros profissionais como terapeutas ocupacionais e neurologistas. Na análise estatística realizada, constatou-se que não há diferença significativa entre o grupo de professores e diretores no que diz respeito à experiência que tiveram com outros profissionais em seu trabalho na escola; portanto, aceita-se Ho para essa questão.

Tabela 13

Experiência de trabalho conjunto de professores e diretores com psicólogos

 

ALTERNATIVAS

N=60

TOTAL

%

P

%

D

%

X2

Sim

28,33

24,52

57,15

7,15

Não

71,66

75,48

42,85

-

    De acordo com a tabela descrita acima, o total de sujeitos da amostra, 27,9% já tiveram experiência de trabalho com psicólogo; enquanto 42,85% dos diretores já tiveram experiência de trabalho com psicólogo, 24,52% dos professores já tiveram experiência de trabalho com psicólogo . Mesmo contando com esta diferença, considerando-se o X2 resultante da analise estatística, não se observa diferença de opinião entre os grupos de professores e diretores, aceitando-se Ho.

Tabela 14

Classificação de professores e diretores, da atuação de psicólogos na escola.

 

ALTERNATIVAS

N=42

TOTAL

P

%

D

%

Boa

63,62

23,68

75

Excelente

31,6

13,15

25

Regular

2,38

2,63

-

Ruim

-

-

-

Péssima

-

-

-

* P < 0,05

Levando-se em conta os profissionais que já tiveram experiência de trabalho com psicólogos, 31,6% classificam o trabalho como excelente; 63,62% classificam-se como bom; 2,38% classificam-no como regular e Nenhum dos profissionais classifica o trabalho do psicólogo como ruim ou péssimo

Tabela 15 - DIRETORES E VICE DIRETORES

Tipo de atuação do psicólogo na escola

 

ALTERNATIVAS

N=03

F

%

Prestador serviços (autônomo)

02

66,66

Contratado

01

33,33

Nessa tabela, onde foram considerados os psicólogos que já trabalharam no sistema escolar, no relato de diretores de escolas, percebemos que 33,33 % atuavam como profissionais contratados e 66,66 % como prestadores de serviços (autônomos).

Para essa questão, não foi possível realizar o X2, por ser uma questão pertinente apenas aos diretores.

Para essa área, aceita-se Ho com a hipótese de que não diferença significativa entre os grupos de professores e diretores no que se refere às experiências vividas com profissionais de apoio à atuação profissional.

Quanto à área 5, investigaremos a percepção e expectativas em relação à atuação do psicólogo escolar analisando as questões 5, 7, 8.

Tabela 16

Profissionais mencionados como úteis ao trabalho de professores e diretores na escola.

 

ALTERNATIVAS

N=60

TOTAL

P

%

D

%

X2

Fonoaudiólogos

83,3

83,01

85,7

0,032

Psicólogos

83,3

81,13

100,00

0,517

Pedagogos

58,3

56,60

71,42

0,095

Assistente social

55,0

56,60

42,85

0,472

Dentistas

45,0

43,4

57,14

0,472

Outras

5,7

5,66

-

-

Consultores

1,7

1,88

-

0,134

* P < 0,05

No que se refere aos profissionais com os quais os sujeitos consideram útil trabalhar, 83,3% dos sujeitos da amostra gostariam de ter a oportunidade de trabalhar com psicólogos; 83,32% dos sujeitos da amostra gostaria de ter a oportunidade de trabalhar com fonoaudiólogos; 58,3 % gostariam de ter a oportunidade de trabalhar com pedagogos; 5,7% sugerem outros profissionais como terapeutas ocupacionais, pediatras e médicos e 1,7% gostariam de ter a oportunidade de trabalhar com consultores. Na análise estatística, observou-se que não existem diferenças significativas entre a opinião de professores e diretores nos itens desta questão, aceitando-se Ho.

      Tabela 17

Expectativas sobre aspossibilidades de atuação do psicólogo na escola.

CATEGORIAS

N=59

F

%

Atendimento psicoeducacional

29

49,15

Trabalhando com professores

29

49,15

Trabalhando com pais e familiares

21

35,59

Diagnosticando alunos

18

30,50

Resolução de problemas em geral

18

30,50

Reforçar e orientar valores do aluno

11

18,64

Trabalhando com funcionários

09

15,25

Trabalhando com equipe pedagógica como todo

08

13,55

Trabalhando com diretores

07

11,86

Trabalhando o ambiente escolar como todo

03

5,84

Orientar

03

5,84

Branco

02

3,38

Outras

02

3,38

Supervisão

01

1,69

Quando questionados a respeito de suas expectativas quanto àsatividades pertinentes ao trabalho do psicólogo escolar, observamos, no total da amostra, que igualmente 49,15% consideram tanto o atendimento psicoeducacional, quanto o trabalho com professores, como atividade que o psicólogo escolar poderia desenvolver. Por outro lado, 35,59% apontam o trabalho com pais e familiares; 30,50 % apontam o diagnóstico de alunos e a resolução de problemas em geral e somente 3,38% apontam outras atividades não determinadas ( por exemplo, muitas).

Para essa questão, do tipo aberta, foi realizada a análise de conteúdo, afim de se verificar a confiabilidade da categorização e correção das respostas, através da análise por juízes "cegos". Foram analisados 20 dos questionários respondidos. As correlações encontradas foram de r=0,90 entre os juízes 1 e 2, r=0,94 entre juízes 1 e 3 e r=0,85 entre juízes 2 e 3 ( vide anexo 3). Portanto, consideramos confiáveis as categorias delineadas por este pesquisador.

Tabela 18

Grupos para os quais poderiam se estender os serviços do psicólogo.

 

ALTERNATIVAS

N=60

TOTAL

P

%

D

%

X2

Pais

98,3

98,1

100

0,134

Alunos

98,3

98,11

100

0,134

Professores

76,7

73,58

100

1,16

Funcionários

31,7

32,1

28,6

0,035

Direção

26,7

22,64

57,1

2,206

Corpo técnico

20,7

20,7

42,9

0,050

Outras

1,66

1,88

-

-

Quanto aos grupos para os quais os sujeitos consideram importante que sejam estendidos os serviços do psicólogo, obteve-se como resposta que, igualmente, 98,3% do total de sujeitos da amostra apontam tanto o grupo de pais quanto o de alunos como alvo do psicólogo; 76,7%, apontam o grupo de professores; 31,7%, o grupo de funcionários; 26,7%, a direção; 18,3%, o corpo técnico e 1,66% dos sujeitos têm outras sugestões diferentes das oferecidas na questão, como trabalhar com estagiários e familiares.

Nessa área, nos itens onde foi realizada a análise estatística, aceita-se Ho com a hipótese de que não hádiferença significativa entre a percepção e expectativas em relação à atuação do psicólogo escolar, entre os grupos de professores e diretores em seu trabalho diário na escola.

No espaço reservado para perguntas, comentários e observações, 22,95% do total de sujeitos registraram suas opiniões. Dentre eles, a maioria, além de um feedback, pedem que o questionário respondido traga algum retorno para a escola. Encontramos, também, pedidos de informações e esclarecimentos sobre a psicologia educacional, a solicitação da presença de profissionais e técnicos na rede pública com disponibilidade para atender a um maior número de crianças e para diminuir as dificuldades e problemas que encontram. Expressam, ainda, a necessidade de valorização do trabalho que realizam, principalmente os professores, além de trazerem relatos de experiências, em sua maioria positivas, com estagiários e profissionais da área.

Discussão e Conclusões

Nesta pesquisa, foram propostos os objetivos de avaliar a forma de atuação do psicólogo escolar através da concepção de diretores e professores de escolas públicas e analisar a viabilidade de implantação de um modelo de consultoria escolar como alternativa de atuação ao psicólogo.

Esta análise se deu através da avaliação de alguns critérios estabelecidos para facilitar a coleta de dados como: as necessidades mais freqüentes encontradas por professores e diretores em seu trabalho, dificuldades e expectativas em relação a atuação do psicólogo escolar, a percepção da equipe escolar quanto aos modelos de sua atuação e também verificar a adequação do modelo de consultoria ao ambiente escolar.

É inegável a necessidade premente em se redimensionar a trajetória de atuação prática do psicólogo escolar, e é grande a confusão em se estabelecer quais as funções pertinentes a este profissional.

Tais dúvidas são carregadas, com toda certeza, pelo próprio profissional que ainda não traz no arcabouço de sua formação, bases teórico-práticas que sustentem sua atuação lhe forneçam e constituam uma identidade profissional sólida que se vê ainda influenciada por fatores limitantes internos e externos ao profissional.

Além de fatores como problemas pessoais que interferem na auto-imagem e invariavelmente na postura profissional, não se pode deixar de considerar as influências da instituição através de sua dinâmica de funcionamento, as expectativas em relação aos resultados do trabalho realizado pelo psicólogo que se vê impelido a corresponder a estas expectativas mesmo quando ultrapassam os limites de suas funções.

Considerando tais variáveis e retomando o objetivo inicial em levantar os conceitos e expectativas em torno do papel do psicólogo dentro da escola, podemos retomar os dados obtidos na investigação das áreas determinadas e perceberemos que, de maneira geral, professores e diretores não diferem em sua percepção de conceitos e expectativas no que diz respeito ao psicólogo escolar, com exceção em alguns itens específicos que serão mencionados a cada área discutida.

Variáveis como idade, tempo e nível de formação e cargo ocupado, surpreendentemente não interferem neste conceitos e expectativas; a imagem do psicólogo é a mesma para os dois grupos investigados e se mantém já a pelo menos 20 anos o que foi verificado através da indiferenciação de respostas entre os sujeitos dos grupos, em muitos dos critérios estudados.

Diante desses dados somos obrigados a questionar quais os fatos que remetem a tal resultado. Mesmo considerando o desenvolvimento da psicologia enquanto ciência e sua expansão ao meio escolar, percebemos que o conceito em torno de sua atuação, não se modifica no decorrer dos anos.

Voltando as áreas investigadas neste estudo, observamos que é grande o número de pessoas, professores e diretores que relatam a falta de motivação para atuar, e a necessidade de modificações no espaço físico, mas são poucos os que dizem precisar de ajuda pessoal para contribuir para a melhora de seu trabalho.

A grande maioria concorda ao dizer que o principal problema na rotina de trabalho é o comportamento dos alunos, tanto professores como diretores. O s problemas de aprendizagem, atenção e relacionamento entre colegas faz parte da lista de dificuldades mencionadas por professores que, mesmo diante destes problemas, pouco mencionam, estr anhamente, dificuldades de manejo de classe como sendo uma das dificuldades no trabalho.

Para diretores, no entanto, freqüência, evasão, comportamento e relacionamento de funcionários representam as maiores dificuldades; enquanto as questões administrativas, são colocadas como sendo o item de menor dificuldade .

É interessante notar que diante dos problemas mencionados, professores e diretores afirmam procurar, como ajuda, discussões com os colegas de trabalho ou refletir consigo mesmos; tentam resolver os problemas com as próprias crianças envolvidas, ou através de seus pais. Entretanto, são poucos os que admitem buscar instâncias superiores ou mesmo procurar auxílio de outros profissionais como forma de solucionar problemas.

Isso mostra o quanto o psicólogo fica distante das necessidades e objetivos da escola, quer seja pelo desconhecimento de suas habilidades, quer seja pelo descredito nos resultados de seu trabalho.

Ainda dentro da escola, os recursos mais utilizados pelos professores e diretores são em maioria os didáticos, como cartilhas, livros e revistas para a criança; em menor numero, os humanos, como os próprios colegas e os organizacionais como as reuniões pedagógicas e de professores, procurados em menor escala, ou seja, novamente observamos quanto os profissionais são pouco procurados.

Deve-se considerar o fato de que a realidade brasileira de ensino público/estadual, carente de recursos e auxílio pelo próprio contexto que acolhe, encontra dificuldades em manter profissionais e técnicos que não fazem parte do quadro de funcionários por motivos administrativos e estruturais. Portanto, em muitas das vezes, os professores não tem mesmo a quem recorrer como ajuda.

Nos contatos com psicólogos em suas instituições, professores e diretores apontam que grande parte do trabalho é realizado com crianças de 1o grau, com crianças de baixo poder aquisitivo e também com problemas escolares; não há referências de atuações que atinjam a equipe pedagógica, funcionários da escola ou que interfiram no ambiente físico escolar, ou seja, as atuações eram somente direcionadas à criança

Há uma discordância entre os grupos estudados, no que se refere as funções do psicólogo escolar. Professores acreditam ser função do profissional trabalhar com a equipe pedagógica ao passo que todos os diretores são unanimes ao indicar que o psicólogo deveria trabalhar com a equipe escolar.

Entretanto, existe uma concordância ao elegerem a colaboração na resolução de problemas, o trabalho com crianças e a orientação de funcionários, como funções do psicólogo na escola.

Neste ponto, podemos acreditar que possuem alguma percepção quanto ao papel que pode ser desenvolvido pelo psicólogo no ambiente escolar e uma abertura, ainda que não totalmente clarificada, para a entrada de um atendimento em consultoria escolar, através de serviços diretos ou indiretos tanto á criança quanto com a equipe pedagógica.

Esta proposição fica ainda mais clara, ao se observar que apesar de indicarem que o psicólogo poderia ser útil na escola diagnosticando alunos, apontam também que gostariam de ajuda colaborativa na resolução de problemas, Assim sendo, o modelo de consultoria é uma das formas que o psicólogo poderia atuar para atender as expectativas da escola.

Por outro lado, sugerem que o psicólogo poderia ser útil na escola orientando professores, funcionários e diretores, oferecendo esclarecimentos, participando de planejamento pedagógico e curricular ou observando.

Isso indica que, para que seja aceito na escola, é necessário que o psicólogo possa atuar de diversas formas, em trabalhos diretos ou indiretos com a criança ou com a equipe escolar.

Grande parte destes sujeitos já teve contato no decorrer de suas carreiras, com psicólogos, pedagogos e fonoaudiólogos mas só um pequeno grupo teve a oportunidade de trabalhar junto a eles, principalmente com psicólogos.

Observando a área que investiga os modelos de atuação conhecidos pelos profissionais na escola, perceberemos que a grande maioria acredita que poderiam ter outros profissionais para auxiliá-los, indicando que pouca ajuda solicitam de outros profissionais.

Apontam, quando sugerido, que profissionais como fonoaudiólogos, pedagogos e psicólogos, quase que na mesma proporção, são profissionais de presença desejada dentro da escola.

Na maioria dos relatos de experiências conjuntas estes profissionais atuaram com autônomos, ou seja, foram contratados para solucionar problemas emergentes, como prestadores de serviços, quase nunca como funcionários contratados o que significa que estão sempre fora da equipe de trabalho da escola.

Nestes contatos, o trabalho do psicólogo é predominantemente considerado como bom, em freqüência menor como excelente ou ainda como regular, nunca com ruim ou péssimo. Mesmo pouco inserido no ambiente escola, o psicólogo tem deixado uma imagem positiva quanto a profissão, apesar das dificuldades que tem encontrado.

Um dos objetivos da ABRAPEE, Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional, tem sido a de divulgar o papel profissional a nível nacional, e levar a conhecimento legal a psicologia enquanto profissão. No Brasil ainda hoje, não há lei que obrigue a presença do psicólogo na escola como ocorre em outros países que contam com uma adequada proporção de psicólogos para certo número de alunos.

Justifica-se assim, a ausência do profissional na área e o desconhecimento da equipe escolar pelas possibilidades de sua atuação, o que interfere na imagem e conceito que constróem do psicólogo escolar.

Se resgatarmos as áreas de atuação profissional definidos pelo estatuto da ABRAPEE (1991), verificamos que abrangem uma ampla gama de serviços que incluem "avaliação psicológica, orientação pedagógica e vocacional, intervenção, reabilitação, consultoria, treinamento, supervisão, encaminhamento, desenvolvimento organizacional, seleção de pessoal, implantação e acompanhamento de programas e atividades de prevenção"(pg 1).

Ao compararmos estas definições com as respostas dos sujeitos quanto as atividades que os psicólogos poderiam desenvolver, poderemos perceber que existem algumas funções ainda desconhecidas.

Atividades como orientação, acompanhamento de diretores e funcionários são pouco indicadas, no modelo que conhecem de atuação do profissional, assim como outras funções do tipo treinamento, consultoria seleção de pessoal, reabilitação e outras.

Verificamos que a avaliação psicoeducacional e o trabalho com professores são as funções mais conhecidas pela equipe da escola.

Podemos resgatar Bardon (1982) que diz que se questionarmos pais e professores sobre quais as funções do psicólogo escolar, a maioria não vai saber responder quem é ele e vão provavelmente descrever funções atribuídas aos psiquiatras e psicólogos clínicos.

Pode-se acreditar que estes fatores influentes e determinantes, constituem a imagem do psicólogo enquanto profissional; imagem que só poderá se reestruturar e afirmar, no momento em que este mesmo profissional adequar seu

papel ao contexto social em que se insere, abrangendo uma grande parte da população, tornando conhecido e útil o seu trabalho.

O psicólogo desempenha atualmente um papel significativo no contexto social e educativo, uma vez que pode contribuir para o bem estar social. Para tanto, sua formação deve ser consistente para que o profissional se torne competente e eficaz no sistema de educação.

Não se pode deixar de pensar que para que o psicólogo tenha um preparo básico que assegure uma atuação viável, é fundamental que o nível de formação o remeta à novas alternativas de atuação, numa perspectiva cada vez mais avançada e adequada as necessidades sociais e daquele que atende.

Oliveira (1992) conclui em sua pesquisa sobre a formação do psicólogo escolar que as instituições de ensino tendem a privilegiar a área clínica em relação as demais; afirma que dão ênfase á uma formação mais teórica que prática.

O psicólogo é um profissional em saúde mental antes de ser especificamente da educação, da organização, da clínica; é um profissional responsável por assegurar a saúde mental, cognitiva, social e emocional através de serviços a indivíduos, grupos, famílias e organizações.

É muito provável que o desconhecimento do profissional por suas tarefas e limites de atuação é que o tenham levado á um desempenho inadequado ás necessidades adivindas do meio. A indefinição entre os papéis profissionais mencionados anteriormente , leva o profissional a transitar de forma confusa entre objetivos, funções e expectativas externas.

Seria interessante ao psicólogo, atuar colaborativamente com a equipe escolar na tentativa de promover sua autonomia, possibilitando e capacitando-a ao trabalho com seus problemas e dificuldades no dia-a-dia da escola. O modelo de consultoria poderia ser aplicado na realidade escolar, além de

outros conhecimentos que se fazem necessários para uma atuação adequada, adotando portanto, um modelo preventivo de ação.

Mesmo diante deste panorama , percebe-se a disposição da equipe escolar em receber ajuda, mesmo não sabendo de que forma e por quais profissionais isso se viabilizaria; os depoimentos analisados demonstram que é grande a falta de informações e são muitas as dúvidas quanto aos recursos de que podem se dispor.

No caso de inserido no ambiente, teria o psicóloga condições de realizar um trabalho rico na escola? ele estaria capacitado neste momento?

A psicologia e o psicólogo escolar tem um longo caminho a percorrer no sentido de desvendar e conquistar espaço na instituição escolar; deve lançar mão de recursos, teorias e técnicas diversas para atuar e provocar mudanças no processo de ensino.

O psicólogo pode fazer de seu conhecimento, função útil no planejamento e desenvolvimento do processo educacional, permitindo o acesso da equipe a este conhecimento, possibilitando sua utilização no trabalho com a criança.

As escolas devem ser percebidas enquanto instituições que diferem entre si e é papel do psicólogo perceber estas diferenças e desenvolver o tipo de intervenção/atuação necessária a cada momento em cada instituição.

Para tanto, outros modelos de atuação devem ser explorados e aplicados pelo psicólogo como a pesquisa, a supervisão, o treinamento, o desenvolvimento organizacional, a reabilitação e a própria consultoria - funções já previstas como decorrentes da atuação deste profissional.

É evidente a necessidade de sensibilizar a população e os órgãos governamentais no sentido de trazer à consciência a existência e a importância do trabalho realizado pelo psicólogo, tentando assim uma inserção no ambiente escolar e educacional.

Podemos verificar afinal, que o psicólogo é um profissional de saúde e portanto de possível inserção em diferentes áreas, através de um trabalho multidisciplinar e cooperativo. Como pudemos observar, existem possibilidades e cabe ao profissional saber aproveitá-las.

Não podemos deixar de apontar como limitação deste trabalho, o fato de ser a população estudada, de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Outros estados devem ser pesquisados para verificarmos a validade dos dados obtidos.

O fato de não se ter investigado a viabilidade ou adaptabilidade de outros modelos de atuação que não a consultoria, também pode ser considerado como mais uma limitação à pesquisa.

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ANEXOS

ANEXO I

Questionário para Professores

Iniciais ___________________________ Idade_________________

Ano em que se formou_______Tempo de experiência ___________

Área de Formação ________________________________________

Séries com as quais trabalha _______________________________

Matérias que leciona ______________________________________

Nome da escola___________________________________________

Por favor, responda as perguntas abaixo, escolhendo e marcando (quantas opções quiser) ou numerando todas as respostas que melhor definam sua opinião, ou ainda explicando sua opinião quando necessário.

1. Numere, em ordem de importância, quais das necessidades mencionadas a seguir, você encontra em seu trabalho como professora.

( ) Ajuda Pessoal ( ) Modificações no espaço físico ( ) Auxilio profissional

( ) Apoio administrativo/organizacional ( ) Motivação para atuar

( ) Satisfação no Trabalho ( ) Outras (Especifique)_____________________________

______________________________________________________________________

1.1 Quais atitudes você toma frente a estas necessidades?

a- Discute com colegas b- Reflete consigo mesmo c- Procura cursos e leituras d- Busca ajuda profissional e- Procura a direção da escola

f- Outras (especifique) ___________________________________________________

______________________________________________________________________

2. Numere, em ordem de importância, quais das dificuldades mencionadas abaixo você encontra na sala de aula, em seus alunos?

( ) Comportamento ( ) Aprendizagem ( ) Freqüência ( ) Relacionamento entre colegas ( ) Manejo de Classe ( ) Disciplina ( ) Atenção ( ) outras (quais?) ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

2.1 Que atitudes você toma diante dessas dificuldades?

a- Procura pais de crianças b- Discute com colegas c- Procura leituras sobre o assunto

d- Busca auxílio profissional e- Reflete sobre sua postura f- Resolve com a criança

g- Recorre à direção h- Outras ( especifique) _________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

3. De quais recursos humanos, didáticos ou organizacionais você mais se utiliza no desempenho de sua atividade? _____________________________________________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4. Com quais tipos de profissionais você já trabalhou?

a- Fonoaudiólogos b- Pedagogos c- Assist. Sociais d- Dentistas

e- Consultores f- Psicólogos g- Outros (especifique) ____________________________

______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

4.1 Nesta oportunidade, qual foi a população alvo do trabalho? ______________________________________________________________________

______________________________________________________________________

5. Dentre os profissionais abaixo mencionados, quais você gostaria de ter para ajudá-lo?

a- Fonoaudiólogos b- Pedagogos c- Psicólogos d- Dentistas e- Assist. Sociais

f- Consultores g- Outros (especifique) _______________________________________

______________________________________________________________________

6. De quais formas estes profissionais poderiam ajudá-lo na sua atividade profissional?

a- Colaborando na resolução de problemas b- Supervisionando-o c- Solucionando seus problemas d- Trabalhando com crianças e- Trabalhando com a equipe

f- Outros (especifique) _______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

6.1 Já teve alguma experiência de trabalho conjunto com um psicólogo ?

a- Sim ( ) b- Não ( )

Explique qual

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

6.2 Considerando os psicólogos com os quais teve contato, como classificaria a atuação deste profissional?

a- excelente b- boa c- regular d- ruim e- péssima

Comente

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

7. Na sua opinião, quais são as atividades que um psicólogo pode desenvolver na escola?

_______________________________________________________________________

8. Para quais grupos deveriam se estender os serviços de um psicólogo ?

a- Pais b- Alunos c- Corpo técnico d- Direção e- Funcionários f- Professores

g- Outros(quais)

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

9. De que maneiras o psicólogo poderia ser útil na escola?

a- Diagnosticando alunos b- Treinando a equipe c- Tratando de alunos d- Pesquisando

e- Trabalhando com a direção f- Colaborando na resolução de problemas g- Observando

h- Planejando curriculuns i- Oferecendo esclarecimentos j- Planejando programas educacionais k- Orientando professores l -Outros(quais?)

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

10. Algum outro comentário, observação ou pergunta que você gostaria de fazer?

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

_______________________________________________________________________

ANEXOII

Questionário para Diretores

Iniciais ___________________________ Idade_________________

Ano em que se formou________Tempo de experiência ___________

Área de Formação ________________________________________

Nome da escola___________________________________________

Cargo que ocupa __________________________________________

Por favor, responda as perguntas abaixo, escolhendo e marcando (quantas opções quiser) ou numerando todas as respostas que melhor definam sua opinião, ou ainda explicando sua opinião quando necessário.

1. Numere, em ordem de importância, quais das necessidades mencionadas a seguir, você encontra em sua escola.

( ) Ajuda Pessoal ( ) Modificações no espaço físico ( ) Auxilio profissional

( ) Apoio administrativo/organizacional ( ) Motivação para atuar

( ) Outras (Especifique) _______________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

1.1 Quais atitudes você toma frente a estas necessidades?

a- Discute com colegas b- Reflete consigo mesmo c- Procura cursos e leituras

d- Busca ajuda profissional e- Procura orgãos superiores f- Outras (especifique) ___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

2. Numere, em ordem de importância, quais das dificuldades mencionadas abaixo você encontra na escola?

( )Administrativas ( ) Evasão ( ) Freqüência ( ) Comportamento

( ) Relacionamento entre funcionários ( ) Insubordinação ( ) outras (quais?)

___________________________________________________________________________

2.1 Que atitudes você toma diante dessas dificuldades?

a- Procura pais de crianças b- Discute com colegas c- Procura leituras sobre o assunto

d- Busca auxílio profissional e- Reflete sobre sua postura f- Resolve sozinho g- Recorre à

orgãos superiores h- Outras ( especifique) _______________________________________

___________________________________________________________________________

3. De quais recursos humanos, didáticos ou organizacionais você mais se utiliza no desempenho de sua atividade? __________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4. Com quais tipos de profissionais você já trabalhou?

a- Fonoaudiólogos b- Pedagogos c- Assist. Sociais d- Dentistas

e- Consultores f- Psicólogos g- Outros (especifique) ___ _______________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

4.1 Nesta oportunidade, qual foi a população alvo do trabalho? ___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

5. Dentre os profissionais mencionados , quais você gostaria de ter para ajudá-lo?

a- Fonoaudiólogos b- Pedagogos c- Psicólogos d- Dentistas e- Assist. Sociais

f- outros (especifique)_ ________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6. De quais formas estes profissionais poderiam ajudá-lo na sua atividade profissional?

a-Colaborando na resolução de problemas b-Supervisionando-o c-Solucionando seus problemas d-Trabalhando com crianças e- Trabalhando com a equipe

f-Outros (especifique) ____________ ___________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6.1 Já teve alguma experiência de trabalho conjunto com um psicólogo ?

a- Sim ( ) b- Não ( )

Explique qual _______________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6.2 O psicologo fazia parte da equiepe como: ( ) Contratado ( ) Prestando serviços

Explique ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

6.3 Considerando os psicólogos com os quais teve contato, como classificaria a atuação deste

profissional em sua escola?

a- excelente b- boa c- regular d- ruim e- péssima

Comente ___________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

7. Na sua opinião, quais são as atividades que um psicólogo pode desenvolver na escola?

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________

8. Para quais grupos deveriam se estender os serviços de um psicólogo ?

a- Pais b- Alunos c- Corpo técnico d- Direção e- Funcionários f- Professores

g-Outros(quais) _____________________________________________________________

9. De que maneiras o psicólogo poderia ser útil na escola?

a- Diagnósticando alunos b- Treinando a equipe c- Tratando de alunos d- Pesquisando

e- Trabalhando com a direção f-Colaborando na resolução de problemas g- Observando

h- Planejamento curricular i- Fornecendo esclarecimentos j- Planejando programas educacionais k-outros(quais?) _________________________________________________

___________________________________________________________________________

10. Algum comentário, observação ou pergunta que você gostaria de

fazer?_____________________________________________________________________

ANEXO III

CORRELAÇÃO ENTRE JUIZES

QUESTÃO 7

CATEGORIAS

JUIZ 1

JUIZ 2

JUIZ 3

Atendimento psicoeducacional

10

08

13

Diagnosticando alunos

03

05

05

Reforçar e orientar valores do aluno

04

06

01

Resolução de problemas em geral

04

03

04

Trabalhando com equipe pedagógica como todo

02

02

02

Trabalhando com pais e familiares

05

05

05

Trabalhando com professores

13

09

12

Trabalhando com funcionários

04

02

03

Trabalhando com diretores

02

01

02

Trabalhando o ambiente escolar como todo

-

-

-

Supervisão

0

01

0

Orientar

01

0

0

Outras

01

01

01

GISELE ROSSI

Gestalt – Terapeuta

Supervisora Clínica e Escolar

Fone: (019) 298-6826

(019) 243-2664

(019) 991-4962

Campinas / SP

E-mail: giselerossi@zipmail.com.br