Nesta seção serão apresentados os resultados relativos aos dez traços incluídos na escala e a diferença na atribuição dos adjetivos aos seis grupos regionais considerados neste estudo. O primeiro traço a ser aqui considerado é o arrogante. Conforme se observa na tabela 1, foram considerados especialmente arrogantes os paulistas e os gaúchos.
Tabela 1: Atribuição do adjetivo arrogante aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pelo
teste de Friedman, pode-se constatar a existência de uma diferença
significativa na atribuição do adjetivo acima referido aos
seis grupos regionais. Se os resultados favorecem a interpretação
de que os participantes do estudo consideram paulistas e gaúchos
como arrogantes (4,50 e 4,12), eles também sugerem que este traço
não se aplica aos nordestinos, baianos e mineiros (2,65; 2,86 e
2,95, respectivamente).
O segundo adjetivo considerado neste trabalho
foi o confiável. Os resultados obtidos no caso do adjetivo confiável
encontram-se apresentados na tabela 2.
Tabela 2: Atribuição do adjetivo confiável aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação
do teste de Friedman, fica evidente que o qualificativo de confiável
não se aplica de forma nítida a qualquer um dos grupos avaliados,
embora nordestinos e mineiros tenham chegado bastante próximo ao
valor 4,0 que indica uma concordância parcial com a atribuição
do estereótipo (3,99 e 3,91 respectivamente).
Entre os elementos apresentados na tabela 1 chama
especialmente a atenção a avaliação feita aos
cariocas, o único grupo a ter uma avaliação discordante
quanto a atribuição do adjetivo em questão.
O terceiro adjetivo considerado neste trabalho foi o desconfiado. Os resultados obtidos no caso do adjetivo desconfiado encontram-se apresentados na tabela 3.
Tabela 3: Atribuição do adjetivo desconfiado aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação do teste de Friedman, observa-se uma concordância com a atribuição do adjetivo em questão aos mineiros que tradicionalmente são reputados como desconfiados. Não se observou, contudo, qualquer discordância na aplicação deste adjetivo aos demais grupos regionais investigados.
O quarto adjetivo considerado neste trabalho foi o festeiro. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 4.
Tabela 4: Atribuição do adjetivo festeiro aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação do teste de Friedman, baianos, cariocas e nordestinos podem ser considerados festeiros (4,82; 4,54 e 4,19 respectivamente). Chama especialmente a atenção a atribuição deste adjetivo aos baianos, especialmente por ser este o único caso, em toda a investigação, em que a mediana atingiu o valor 5, que indica uma concordância total com a atribuição do adjetivo. No caso da discordância com a aplicação deste adjetivo, observou-se um destaque para paulistas (2,34) e gaúchos (2,41).
O quinto adjetivo considerado neste trabalho foi o honesto. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 5.
Tabela 5: Atribuição do adjetivo honesto aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação
do teste de Friedman, apenas os cariocas (2,76) não foram percebidos
como honestos, embora não houvesse uma concordância digna
de nota quanto a aplicação deste adjetivo aos outros grupos
regionais.
O sexto adjetivo considerado neste trabalho foi o machista. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 6.
Tabela 6: Atribuição do adjetivo machista aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação do teste de Friedman, obteve um destaque especial na atribuição do adjetivo machista os gaúchos e em um segundo plano os nordestinos (4,60 e 4,22 respectivamente). Cariocas e baianos (2,68 e 2,84 respectivamente) foram os dois únicos a não serem considerados como machistas.
O sétimo adjetivo considerado neste trabalho foi o malandro. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 7.
Tabela 7: Atribuição do adjetivo malandro aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação do teste de Friedman, cariocas e baianos (4,84 e 4,21) foram os únicos grupos a serem considerados como malandros, enquanto gaúchos e nordestinos foram os grupos aos quais, de acordo com os percebedores, não poder-se-ia aplicar este atributo.
O oitavo adjetivo considerado neste trabalho foi o preguiçoso.
Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados
na tabela 8.
Tabela 8: Atribuição do adjetivo preguiçoso aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado pela aplicação do teste de Friedman, o único grupo percebido como preguiçoso foi o baiano, embora houvesse uma quase concordância quanto a aplicação deste adjetivo ao caso dos cariocas (3,96 e 3,69 respectivamente). No plano oposto, este adjetivo foi considerado alheio aos atributos de paulistas e e gaúchos (2,73 e 2,95 respectivamente).
O nono adjetivo considerado neste trabalho foi o responsável. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 9.
Tabela 9: Atribuição do adjetivo responsável aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado
pela aplicação do teste de Friedman, paulistas e nordestinos
podem ser considerados como responsáveis, enquanto os cariocas e
baianos não foram percebidos como responsáveis.
O décimo adjetivo considerado neste trabalho foi o trabalhador. Os resultados obtidos no caso deste adjetivo encontram-se apresentados na tabela 10.
Tabela 10: Atribuição do adjetivo trabalhador aos seis grupos regionais
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De acordo com o ranking proporcionado
pela aplicação do teste de Friedman, o único grupo
que pode efetivamente ser considerado como trabalhador é o paulista,
embora gaúchos e nordestino se aproximem desta avaliação
(4,22; 3,98 e 3,80 respectivamente). No caso oposto, baianos e cariocas
são os dois únicos grupos a não serem considerados
como trabalhadores (2,63 e 2,69 respectivamente).