FLUIDOS E VIBRAÇÃO
RECEIOS
ACEITAÇÃO DO MAL E DOENÇAS
FORMA DE COMBATER O INVISÍVEL
É humano, normal e compreensivo o medo que os homens têm do desconhecido, das doenças, da morte e de tudo quanto a sua frágil constituição de perecível receia e teme. Este medo é constante. Há sempre uma ansiedade, um temor de desgraça, de situações angustiosas que se traduzem por contracção psíquica e que ao fim e ao cabo tornam possível tudo quanto se teme atrair. Um homem hesitante, pessimista e medroso é um ser enfraquecido, alvo indefeso de arremetida individual ou colectiva das hostes do mal que, manifestando em relação a ele uma certa força magnética, o vencem com as suas vibrações e o prendem nelas.
Normalmente os receios e temores dos seres predispostos ao pessimismo doentio, ao terror de contraírem certas doenças graves, ao pavor da morte, facilitam a aproximação dos espíritos maldosos que impõem as suas vibrações nefastas fazendo proliferar nesse corpo de espírito débil todas as espécies de vírus que enxameiam o plano mais próximo da Terra e que é também o mais atrasado. Sendo-lhes propícia a aproximação, eles vão livremente até ao encarnado e daí descarregam todos os miasmas de que são portadores. Transmitem sintomas alucinantes de doenças temidas e até os das que os vitimaram. Quando conseguem o seu objectivo regozijam-se maldosamente. Os fluidos vibratórios que se desprendem dos seus espíritos grosseiros propagam-se ao encarnado que os recebe sem luta e se supõe presa de males sem remédio e de sofrimentos intermináveis. Quando assim sucede, cria-se uma atmosfera especial magnética e negativa a favorecer a propagação fluídica transformando-a em vibração e esta em sensação. Favorável o terreno, aumenta a força magnética do desencarnado, aumentando também o campo magnético com a aproximação de outros que aí se acolhem. Tornam-se portadores de todas as vibrações reunidas no ambiente criado pela sua força magnética e ampliado por todos os espíritos do mesmo grau que voluntariamente se associam para fazer mal. Criam um clima obsessivo, impõem a sua personalidade perversa, e obsidiam o pobre ser, sem que ele reaja nem se aperceba do círculo que o aperta. Divertem-se, prejudicam, atormentam, fazem surgir doenças e matam.
Manietado e subjugado por espíritos mais fortes, a vítima não oferece resistência e cedendo a sua personalidade, a caba por se tornar num aparelho passivo à mercê dos seus obsessores. Já tendes visto nas pistas de circo e palcos improvisados magnetizadores de certa força psíquica, reduzirem a bonecos comandados, indivíduos que se prestam a ser hipnotizados e que não podem reagir nem possuem a força da rebelião necessária para destruírem a que do hipnotizador se desprende. Vedes a triste figura que são obrigados a fazer a uma ordem do cérebro que os comanda e que tanto gáudio provoca na assistência. De uma forma idêntica se processa o espectáculo do lado do invisível. Só p público e os magnetizadores não podem aperceber-se deste lado da ribalta. O padecente, neste caso age de maneira estranha fora do senso e do raciocínio e comporta-se como se tivesse sido afectado nas suas faculdades. Perante isto, ou é abandonado à sua sorte e tratado pela família como louco irremediável ou é encerrado em celas de hospitais de alucinados em contacto com verdadeiros loucos, acabando por se tornar num deles ao fim de algum tempo, esgotadas as mínimas forças cerebrais. Nem sempre, porém, o obsessor age desta maneira. Por vezes com subtil pertinácia, favorecido pelos terrores da vítima, seja qual for a razão deles, vai laboriosamente tecendo uma teia e infiltrando através desses fios um fluxo magnético mental cuja origem está no seu cérebro. Arquitecta uma ideia e com força e desejo transmite-a ao cérebro receptor que a aceita sem, vacilar porque é um ser passivo sem força nem vontade. É fácil depois avolumar-lhe os receios e transmitir pseudo-sintomas de doenças (se os terrores forme de doenças) que ele teme. Tornado favorável assim o clima de propagação, o corpo físico mais tarde ou mais cedo, acaba por contrair realmente a doença, que existia apenas primitivamente na sua imaginação.
Por sua vez, o clima familiar também pode ajudar o desencarnado a obter o ascendente sobre o padecente e facilitar-lhe a sua tarefa perversa.
De uma maneira geral todos os que cercam a vítima do espírito trevoso e perante os queixumes daquela e provocados pelo ambiente «real» de dores e sintomas, acabam também por ser contagiados pelos mesmos receios e aceitar como evidentes e confirmadas as doenças imaginadas pelo infeliz, deixando de lutar para se entregarem às leis do Fatalismo, tão perigosas e contrárias às leis espirituais - . O poder e ardor da luta esmorece e acaba por se enfraquecer gradualmente até se reduzir a zero. Sem obstáculos e mais vasto campo de vibrações negativas, mais desencarnados se juntam e maior força magnética se desenvolve. Reduzida a força física do encarnado e as energias mentais, fica ele apenas ligado à vida pelo corpo material mantido pelo trabalho do coração e fluxo circulatório do sangue, fragilíssimo elo que acaba por extinguir-se com rapidez.
Naturalmente que há doenças resultantes de leis cármicas e para estas não há remédios que curtem ou aliviem desde que assim seja determinado, mas o espectro da maldade espiritual sugando vidas, ceifando jovens sem terem ainda começado a viver, semeando males e sofrimentos inúteis, destruindo e violando leis do espírito, poderia ser reduzido a menos de metade do seu potencial.
Tendes, temos todos, que combater receios e medos, eliminar o pessimismo e cultivar a alegria. Um espírito evoluído reage ao medo e à aproximação do mal.
Se a doença é de origem física o espírito pode curá-la com a fé das suas crenças e da prece. Os receios pessimistas são o «cancro» que favorecem e facilitam a influência maléfica. Não há razão para medos. O homem consciente e lúcido tem que combatê-los, evitar que a doença se estabeleça, afugentar a falange espiritual negativa e conseguir forças para dominar sem ser dominado. Se todos conhecessem, e não precisaria de ser em pormenor, a nefasta influência do mundo cruel que rodeia a Terra e cada um dos encarnados, sintonizariam as suas vibrações com as que do Alto se enviam a fim de neutralizar tão vis aproximações.
Que é preciso para isso? Fé, coragem, poder combativo e sobretudo – e isso é o principal – o desejo sincero de cada um se tornar melhor.
A aproximação de um espírito pode tornar-se evidente pelo fluído, espécie de formigueiro que se «sente» em qualquer parte do corpo e até do cérebro, podendo causar sensações desagradáveis e prolongadas desde que se trate de um espírito inferior, pois que os espíritos bons só transmitem paz e segurança.
Se o fluído é acompanhado de vibração, causa sofrimento, terrores e angústia e uma sensação forte de desenlace eminente. Uma prece profunda e sincera, um pedido de auxílio espiritual e uma pronta reacção do espírito atacado, enfraquece e afasta a aproximação e a influência maldosa. Reagir com energia da vontade e oração, traduz força e conhecimento da manobra velhaca. Então sairá vitorioso da luta e o espírito rebelde afastar-se-á, nem sempre definitivamente. Voltará com outros desencarnados, unirão força e vibração, causarão dores e sofrimentos mas, sempre repelidos, acabarão por ir atormentar outros menos preparados ou que ofereçam menor resistência. Por acção de um poder maléfico com desejo de causar mal, estes espíritos muito primitivos causarão no infeliz encarnado um estado obcessivo e transforma-lo-ão num ser sem força, espezinhado, reduzido mais tarde, depois de lhe terem sido sugadas todas as energias vitais, apenas a um corpo onde somente têm vida própria as células que o alimentam enquanto durar o fluído vital.
Um indivíduo que se preocupa demasiado com as coisas materiais permanece em ansiedade e angústia constante. Os seus receios transformam-se em preocupações; estas arrastam consigo múltiplas aproximações que causarão efeitos que derivarão em males que por sua vez provocam situações trágicas e até desesperadas.
Em casos assim, impõe-se um pensamento elevado e o afastamento sistemático da avalanche de sensações e sentimentos negativos que podem produzir o caos mental e psíquico. É certo que num mundo tão semeado de malícia e maldade as forças adversas encontram bom terreno para espalharem os seus sortilégios mas a vontade também pode muito, o querer outro tanto e a prece supera tudo. É porém necessário querer, porque querer sem crer pode deparar – e depara – com obstáculos de tanta força que facilmente um querer sem alicerces, resvala e perde-se entre as influências negativas, espalhadas por esses irmãos fixados nos caminhos da incompreensão e maldade.
Quanto ao poder do fluído, indício de presença indesejável, pode ser afastado e retirado do sensitivo por meio de passes ou muito simplesmente pela não aceitação dessa aproximação. Neste caso é o poder mental do médium que afastará a influência, mas o medo de tal influência não permitirá o ascendente da força do corpo mental e ao contrário fornecerá um meio de entrada das entidades espirituais que almejam oportunidades destas.
LUIS – 24-11-1971
In: O Livro dos Pecadores. Edições Fraternidade