A palavra mito é, com freqüência, errôneamente interpretada como ficção, algo que nunca aconteceu, uma estória inventada ou conto de fadas. O mito é, na realidade, uma maneira de entender o passado. Mircea Eliade, um historiador de religiões, certa vez afirmou: "Os mitos contam apenas aquilo que realmente aconteceu". Isto não quer dizer que os mitos explicam os fatos corretamente. Eles sugerem, entretanto, que por trás da explicação existe uma realidade que não pode ser conhecida e/ou examinada.
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Outro dos grandes mitos dos povos antigos é o Dilúvio. A versão mais conhecida é o relato, encontrado no Gênesis o primeiro livro da Bíblia, de Noé e sua arca. Nenhum cientista hoje admitiria que uma enchente pudesse ter coberto toda Terra, com a água atingindo as mais altas montanhas, mas a antiga Mesopotâmia sofreu muitas inundações. É provável que uma excepcional enchente tenha se tornado um tema para a futura criação de um mito. Talvez, a ocorrência de muitas inundações foram enlaçadas para, juntas, tornarem-se uma única estória.
A criação de mitos, assim como a superstição, não é apenas propriedade de pessoas que viveram há milhares de anos atrás. Isto persiste através da história. O Oeste Americano do século 19 foi o assunto favorito para a criação de muitos mitos. O Oeste era uma realidade. Haviam cowboys, índios, foras-da-lei e xerifes. Já as estórias de "Faroeste", apresentadas no cinema e na televisão, são versões bastante românticas de uma realidade nada glamorosa.
Tradicionalmente, a criação de mitos e lendas, olha para o passado para tentar fazer o presente ter sentido. Ao invés disso, alguns mitos modernos olham para o futuro. Os contadores de estórias fazem uso de muitas invenções dos últimos séculos para tentar dar pistas de como a Terra será daqui há centenas de anos, ou para imaginar a vida daqui há bilhões de anos-luz no espaço ou no futuro distante.