A médica Ana Maria da Silva "A Busca do Terceiro Elemento". Este é o título do livro lançado recentemente pela médica ginecologista Ana Maria da Silva, 41 anos e dez de profissão. Produção editorial independente, o livro é fruto de anos de reflexão e estudo, autodidata, sobre várias doutrinas científicas, filosóficas e espirituais. Durante o processo de amadurecimento da idéia, a autora escreveu inúmeras crônicas e poesias que posteriormente foram compiladas no livro. O enredo é amarrado por um personagem que anda pelo mundo em busca do autoconhecimento.
Ana Maria explicou que a arrecadação com a vendagem dos exemplares será destinada à construção de uma clínica médica voltada para a cura holística. "Eu preciso que pelo menos 30 mil homens do mundo comprem o livro para que a clínica se transforme em realidade, uma vez que a renda mensal de um médico comum, como é o meu caso, é insuficiente para arcar com um projeto deste porte. Como disponho do livro, resolvi transformá-lo em força criativa: no caso um trabalho que pode ser de extrema utilidade", disse a ginecologista. Leia-se trinta mil pessoas de ambos os sexos. Cada exemplar custa R$ 20,00 e pode ser adquirido direto com a autora (Leia matéria nesta página).Ser completo A filosofia da clínica médica pretende estabelecer uma forma ampla de se lidar com o ser humano - considerando a matéria e o seu conteúdo. Para Ana Maria, as doenças não surgem no corpo, casual ou superficialmente. "O paciente deve ser abordado de uma maneira completa. Quando as doenças afloram, são mensagens de algo que grita da profundidade do ser", explica, usando uma metáfora, linguagem predominante do seu livro.
Em seus estudos, a médica busca compreender a capacidade que todas as pessoas possuem de se curar, mas entende como paradigma ideal a busca individual da origem e o retorno à Fonte Criadora (Deus). Ana Maria acredita que o ser humano é dual (macho e fêmea num só corpo) e a perfeita sintonia desses opostos refletem uma pessoa verdadeiramente completa, íntegra.
"O ponto de equilíbrio está dentro de nós mesmos, em nossa própria interioridade. Não adianta buscá-lo no exterior. É preciso, antes de tudo, objetivar o Eu interior", diz. O ponto crucial, segundo a médica, está no fato de o homem ter se diatanciado de Deus. "Eu vislumbro a importância de unirmos ciência, religião, filosofia e arte. É impossível falar de ciência sem abordarmos o aspecto religião", disse. Entenda-se Religião como: religare (termo oriundo do latim) à Força Central.Além da aparência Avessa a rótulos, a ginecologista contou que, durante toda sua vida, vem questionando se existem outros meios de se auto-abordar. Fez incursões por uma literatura que mescla filosofia, ciência e religiosidade, além de estudos de Química, com os quais, em 1974, teve contato na faculdade que cursou antes de entrar para a Medicina. Em sua biblioteca destacam-se desde os livros de Medicina Alopática Clássica, transitando muito fortemente por aqueles da Ginecologia e Obstetrícia, ainda pelos da Homeopatia, com Samuel Hahnemann e seus estudiosos, até aqueles do filósofo chinês taoista, Lao-Tsé (5.000 a.C.), Goethe, Rudolf Steiner, Carl Gustav Jung (fins do século XIX), Fritjof Capra, dentre muitos outros. "Doutor Jung, dentro de sua atuação junto à medicina psicanalítica, abordou o homem de uma maneira completa, não só prática e cientificamente, mas também buscando a espiritualidade do ser", coloca a médica.
Com formação alopática e tendo estudado homeopatia, Ana Maria deixa claro que não se trata de uma negação dos conceitos relativos à prática da medicina ortodoxa. "Foi preciso que houvesse uma fragmentação (divisão) de toda a ciência para que pudéssemos conhecer as partes. Estamos num momentum (momento, do latim momentum, com sentido mais profundo) em que é necessário conhecer as coisas de uma forma mais ampliada, mais completa, através da união das partes", diz. Segundo ela, a prática médica impõe esse posicionamento. "Sentimos saudade de algo completo que todos conhecemos e, se procurarmos, o encontraremos escondido no mais profundo de nosso ser!", completou.
A vida de Ana Maria da Silva é um permanente treinamento para enxergar o homem além daquilo que ele demonstra em seu aspecto puramente físico. "O processo de autoconhecimento é muito doloroso. Também tenho muitos conflitos. Reconheço-me como meu primeiro paciente, através do qual objetivo compreender a dor do outro. Nenhum homem do mundo detém absoluto conhecimento de si mesmo. Mas é preciso caminharmos para este conhecimento", ensina.
À medida em que Ana Maria foi vivenciando a medicina, foi percebendo a necessidade de buscar por um processo de busca verdadeira, não apenas paliativo. "Sinto que isso está fortemente ligado ao autoconhecimento. Infelizmente não detemos a totalidade desse objetivo. Não somos onipotentes. Existe dentro de cada homem do mundo um compromisso eterno de busca da verdade, não devendo ser embaraçado, entretanto, por uma falsa idéia de superioridade absoluta", complementa.A Busca do Terceiro Elemento é um convite à reflexão Mais do que um romance, A Busca do Terceiro Elemento é um convite à reflexão sobre a origem da humanidade e o caminho que se percorre para voltar ao Criador - Deus. Desde o conteúdo, da cor da capa à ilustração, tudo tem um significado mais profundo no livro da ginecologista Ana Maria da Silva. "Muitos homens poderão afirmar ao ler o livro, tratar-se de uma abordagem complexa, inatingível, a despeito da poesia que transita nas linhas e entrelinhas, mas considero e respeito que cada um de nós vive seu momentum pessoal e por isso tantas especificidades relativas ao entendimento da questão mais básica e crucial de todas: De onde eu vim? Quem sou eu? Qual o objetivo real da minha existência? Num dado momento da vida, todos vivenciamos esses questionamentos".
A cor violeta da capa foi escolhida porque simbolicamente significa transmutação (formação de uma nova espécie por meio de mudanças). "Se não houver transmutação, disponibilidade em transformarmos o que está cristalizado, continuaremos vivenciando o caos no qual se encontra o Planeta Terra", afirma a autora. "Eu anseio compreender a origem e buscar, com todos os seres do Planeta, soluções para reverter o desequilíbrio a que assistimos a partir do nosso próprio corpo".
A base da ilustração da capa é um Caduceu de Mercúrio - insígnia adotada como símbolo da Medicina a partir do século XVI e que figura em registros de 2600 a.C. O Caduceu, com duas asas na extremidade superior, um bastão com duas serpentes enroscadas, que simbolizam os dois aspectos, esquerdo e direito, um benéfico e outro maléfico, buscando, sobretudo o equilíbrio das tendências contrárias. No livro, as serpentes surgem com traços femininos e masculinos ao mesmo tempo. O macho e a fêmea simbolizam par de opostos que buscam a unidade Divina e a sua integração resultaria no equilíbrio tão desejado, consciente ou inconscientemente, em princípio, por toda criatura.Retorno Se atingir a meta de 30 mil exemplares vendidos, a ginecologista afirma que será possível construir a clínica médica. Um grupo de médicos e de profissionais do setor, identificados com sua proposta, atuará no projeto, que deverá implantar também formas terapêuticas alternativas - embasadas em estudos científicos, práticos e filosóficos. O objetivo é reduzir os custos para os pacientes. "Sem diletantismo, o projeto vai muito além de ganhar dinheiro. O dinheiro é uma energia importante para a sobrevivência, mas deve ser entendido como conseqüência de uma força de trabalho destinada à realização de algo que se possa compartilhar com todos os seres ", explica Ana Maria.
O livro é uma produção editorial independente e não se encontra à venda nas livrarias, mas diretamente com a autora
O livro A Busca do Terceiro Elemento pode ser adquirido através do telefone (011) 6241-4547, após as 14 horas com Adriana, ou pelo e-mail: violeta@apm.org.br Os livros deverão ser retirados diretamente no endereço do telefone ou através de reembolso postal. Cada exemplar custa R$ 20,00 e a arrecadação será destinada à construção da clínica médica. Os interessados também poderão visitar o site no Internet sobre o assunto: http://www.geocities.com/Athens/Aegean/3868
