As formas características que uma língua assume regionalmente denominam-se dialetos. Alguns linguistas, porém, distinguem o falar do dialeto.
Dialeto seria um sistema de sinais desgarrado de uma língua comum, viva ou desaparecida; normalmente, com uma concreta delimitação geográfica, mas sem uma forte diferenciação diante dos outros da mesma origem. De modo secundário, poder-se-iam também chamar dialetos as estruturas linguísticas, simultâneas de outra, que não alcançam a categoria de língua.
Falar seria a peculiaridade expressiva própria de uma região e que não apresenta o grau de coerência alcançado pelo dialeto. Caracterizar-se-ia por ser um dialeto empobrecido, que, tendo abandonado a língua escrita, convive apenas com manifestações orais.
No entanto, à vista da dificuldade de caracterizar na prática as duas modalidades, empregamos neste texto o termo dialeto no sentido de variedade regional da língua, não importando o seu maior ou menor distanciamento com referência à língua padrão.
Extraído (com ligeiras alterações) da Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha e Lindley Costa.